27. I'm afraid

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HEATHER

— Zayn ?

Ele deitou novamente colocando a mão em seu estômago, sua respiração estava ofegante.

— Vomitou tudo o que comeu – disse olhando para seu corpo magro.

— Eu sei.

— Será que consegue beber a água de coco ? – Perguntei.

— Depois Heather, eu tô cansado – ele disse fechando os olhos.

— Tudo bem – sai de lá pra jogar o seu vômito fora.

O céu ainda estava escuro, devia ser madrugada, por volta das três e meia da manhã, não tinha conseguido dormir.

Fui até a beira do mar e senti a água bater em meus pés, com cuidado, abaixei e lavei o pote improvisado feito com coco, a água gelada do mar fez meu corpo inteiro arrepiar.

Voltei lá pra dentro e vi o Zayn da mesma forma quando sai.

— Vamos conseguir sair dessa, te prometo – abracei seu corpo magro.

ZAYN

Cada hora que passava, eu sentia meu corpo pior que antes, as dores estavam mais intensas, os enjoos estavam insuportáveis e minha cabeça começou a doer.

Ouvia o movimento da Heather e sua voz me pedindo pra comer algo meu estômago estava horrível, mas por ela, eu fiz esse esforço.

Passava a maior parte do tempo dormindo, na verdade, eu nem percebia que estava dormindo ou quanto tempo havia se passado.

Confesso que estava com medo, medo de morrer aqui e não ver meus pais, medo de não realizar os planos que ainda tenho para o meu futuro.

— Não – senti as lágrimas descerem – Não !

— O que foi ? Você está bem ? – mãos macias tocaram meu rosto.

Abri os olhos e vi o rosto da garota, a preocupação estava estampada em sua face e eu me odiei por fazê-la passar por isso.

— Estou – Sussurei baixo – Só estou com medo – completei.

Ela me olhou e sua expressão suavizou, ela sorriu de lado e acariciou minha barba, como eu amava seu toque.

— Não tenha medo, eu estou aqui com você.

Sua voz doce me acalmou, eu sabia que por mais horrível que fosse nossa situação, ela estava comigo e eu era grato por isso.

Ela era tão boa, tão inteligente e esperta que, naquele momento, eu desejei tê-la pra sempre.

— Eu... Eu te amo – saiu da minha boca quase tão inaudível como o silêncio.

Sua cara de espanto me fez entender que ela tinha me ouvido, fechando os olhos lentamente pude ver seu rosto, o sorriso sincero e os seus olhos brilhando foram uma resposta para isso.

{...}

Acordei me sentindo pior que antes, minha boca estava seca e tudo em mim estava dolorido.

— Heather ? – disse com dificuldade.

A garota estava de costas arrumando alguma coisa mas rapidamente se virou e veio até mim.

— Precisa de algo ?

— Estou com sede.

— Já volto – ela saiu me deixando sozinho.

Minutos depois, ela veio com dois cocos abertos em mãos, se agachou ao meu lado e posicionou eles em minha boca.

— Bebe tudo – ela disse me ajudando.

— Tem que se hidratar, o que bebê ainda é pouco.

Me entregou o outro.

Coloquei minha mão por cima da dela e levei o líquido até minha boca, ela me olhava com cuidado, seus olhos azuis me hipnotizavam.

Como eu sentia falta do seu corpo, queria toca-la, abraça-la, sentir sua pele e seu gosto.

Senti meu pau querer dar sinal de vida, mesmo doente, o tesão que ela me fazia sentir era enorme.

Tentei afastar esses pensamentos da minha mente, deitei de novo e respirei fundo.

HEATHER

O sol brilhava, senti a brisa bater contra meu rosto, esse lugar era tão calmo, tinha tanta paz mas mesmo assim, eu não conseguia sentir.

Como isso podia acontecer ?

Minha mente não estava em paz, olhava ao redor e tudo que eu via e sentia era o desespero.

Devagar, aproximei meus passos em direção ao mar, senti a água bater em meus pés arrepiando todo meu corpo conforme eu adentrava naquele azul
violento.

Afundei minha cabeça sentindo a sensação molhada me submergir, as ondas movimentavam meu corpo e faziam ele flutuar sobre a água.

As ondas vinham cada vez mais fortes e como meus pensamentos, elas se tornavam cada vez mais agitadas.

A imagem do Zayn aparecia em minha mente, abri os olhos sentindo a ardência do sal invadir minha visão.

As ondas me atiravam com violência para beira da praia, senti a areia abaixo de minhas mãos, tentei abri os olhos mas o sol entrou em meus olhos queimando meu globo ocular.

Levantei com dificuldade e tossi um pouco, passei a mão em meu rosto tirando os cabelos grudados do local, meus olhos focaram no horizonte em busca de algum sinal de esperança, mas não havia nada além de água e desespero.

The Island | Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora