34. Nice Talk

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ZAYN

Não havia emoção em meu rosto, achei que tínhamos sido os únicos a sofrer essa desgraça, mas não.

Alguns morreram. Talvez pessoas que eu conhecia, amigos e produtores podem estar mortos e eu nem imaginei que isso podia ter acontecido.

— Não – a Heather estava chorando.

Abracei seu corpo contra o meu vendo suas lágrimas escorrer pelo seu rosto. Eu queria chorar, mas decidi apenas consolar ela.

— Isso é tão horrível – disse chorosa.

— Vocês foram os únicos desaparecidos, não acharam os corpos de vocês porque estavam vivos.

— Pode me dizer quem morreu ? – minha voz saiu trêmula.

— Me Desculpe mais eu não sei, não lembro de nomes.

— Tudo bem, Obrigado.

— Se precisarem de algo, me chamem.

— Obrigada Kate – a Heather disse.

— Já avisamos pela rádio, chegaremos na Austrália daqui a um ou dois dias dependendo do mar, vamos ajudar vocês – ela sorriu e fechou a porta.

— Eu não acredito que isso aconteceu Zayn.

— Nem eu, eu não sei nem o que pensar.

Ela respirou fundo e limpou suas lágrimas, encarei seu rosto e vi seus olhos e nariz vermelhos.

— Se sente melhor ? – ela me olhou.

— Sim, muito obrigado por cuidar de mim.

— Que bom, descanse. Mais tarde vou te trazer uma vitamina – ela sorriu.

— Sabe o que eu estou com vontade de comer ?

— O que ? – ela me olhou.

— Hambúrguer, Pizza e o frango da minha mãe.

— Tem que ir com calma Zayn, está se recuperando, não pode se empanturrar de gordura dessa forma – ela sorriu.

— Tudo bem, você quem manda – levantei as mãos em rendição.

— Para – ela sorriu.

— Deita aqui – a puxei contra meu peito.

— Você precisa dormir, sei que deve ter ficado muitas noites em claro naquele lugar.

— Estou bem.

— Não minta pra mim Heather, estava sempre acordada cuidando de mim.

— Porque você precisava de mim.

— Você é tão boa – beijei sua cabeça.

Cobri nossos corpos com o lençol fino da cama, senti meu corpo relaxar e se render ao cansaço e a fraqueza.

HEATHER

Depois de ter dormido, eu levantei devagar para não acorda-lo, ele ainda estava se recuperando e precisava descansar até chegar ao hospital para poder ser medicado da maneira certa.

Zayn estava desnutrido e isso me assustava.

Fechei a porta atrás de mim dando de cara com o cara que me ajudou naquela Ilha.

— Boa noite – fez um sinal com a cabeça.

— Boa noite – sorri.

Caminhei pelo corredor sendo seguida por ele, havia um pequeno espaço como se fosse uma sala e eu sentei no banco estofado esfregando o rosto.

Ainda estava abalada com a notícia, apesar de não conhecer ninguém, o Zayn conhecia e me senti extremamente mal pela possibilidade dele ter perdido amigos próximos.

— Precisa de alguma coisa ? É Heather, não é ? – ele parou na entrada da pequena sala.

— Não, estou bem, Obrigada.

— Desculpe pela faca na ilha, você sabe, não podemos confiar em ninguém.

— Tudo bem, eu entendo, agradeço pela ajuda de vocês.

— Foi meu irmão que viu o sinal, achei que ele estava louco mas realmente era uma pessoa – ele disse rindo.

— É, era eu.

— Posso me sentar com você ?

— Claro.

Ele sentou do meu lado e balançou a cabeça.

— Dá pra imaginar ? Duas pessoas perdidas numa ilha ? Isso é loucura !

— Eu que sei, não acredito que eu e ele conseguimos sair de lá, foram dias difíceis.

— Ele é seu namorado ? – perguntou.

Parei pra pensar em sua pergunta, Zayn não era meu namorado, ele tinha namorada quando se perdeu, ele ainda tinha.

— Bem... Não, somos apenas amigos.

Não queria prejudica-lo, apesar de nossos momentos naquele lugar, não éramos nada.

Absolutamente nada.

— Eu não sou muito antenado em notícias, como pode ver, eu vivo no mar estudando e pesquisando – ele coçou o braço – Mas ouvi muito falar sobre o sumiço do rapaz ali.

— Eu imagino.

— Acharam que vocês tinham morrido.

— O que aconteceu com os outros ? Digo, o barco afundou, não foi ? – disse baixo.

— O que eu sei é pouco, mas os corpos dos que morreram foram achados pela marinha, por sorte, já que a tempestade estava forte.

— Entendi – disse baixo.

— E os sobreviventes ?

— Estão bem, eu acho – ele riu – Como disse, não sei muito sobre isso, eu vivo no mar.

— Você sabe me dizer que lugar nós estávamos ?

— Vocês foram parar longe, não sei como, aquela ilha é esquecida, fomos lá pra observar a atividade marinha da costa.

— Porque esquecida ? – perguntei.

— Bem, ela está no Pacífico, ninguém liga pra aquela ilha – ele tirou um maço de cigarros junto com um isqueiro do bolso – Quase ninguém sabe da existência daquele lugar.

Ele se levantou e fez um cumprimento antes de sair do local.






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