Capítulo Onze

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-Jimin, por favor.

Ouvi o mais velho bufar mesmo que por telefone. Não entendia o motivo do mesmo estar me negando um simples pedido já que ele me mesmo pediu para dirigir depois da festa a alguns dias trás.

-Para onde você vai a essa hora, Gukkie? Está tarde, você deveria estar dormindo. -Jimin parecia irritado.

-Por favor, hyung, é a única coisa que te peço. -continuei insistindo, ainda olhando para Taehyung sentado em minha frente.

-Estou preocupado com você. Apenas me diga o que está acontecendo!

-Vamos fazer o seguinte: amanhã na escola eu conto tudo para você. Pode ser? -Taehyung negou com a cabeça várias vezes, mas apenas continuei o encarando.

Havia prometido para o de cabelos escuros em minha frente que manteria o seu segredo e ao fazer isso, estava escondendo coisas sobre a minha vida do meu melhor amigo. Sentia uma guerra em meu peito, algo que não conseguia controlar. Se era certo ou errado, eu ainda não tinha essa reposta, mas tentaria conseguir com o tempo.

-Tudo bem, você venceu. -ouvi o suspiro do Jimin- Vou deixar o carro na esquina da cafeteira.

-Obrigado, hyung.

-Apenas tome cuidado, Gukkie.

Desliguei a ligação, guardando o celular no bolso traseiro, observando o olhar confuso do Taehyung enquanto o mesmo andava em minha direção.

-Você conseguiu? -perguntou com receio, mexendo em seus dedos sem parar.

-Consegui. -respondi com um sorriso mínimo- Podemos ir. Você está com tudo pronto?

Ele apenas concordou com a cabeça, pegando a pequena mochila que estava ao lado da poltrona e colocando em suas costas. Aconteceu um momento de despedida entre Taehyung e Namjoon entre sussurros enquanto se abraçavam de forma leve. No final, Taehyung esboçou um sorriso retangular de forma simples, mas pude jurar que vi toda sua pureza no sorriso. Talvez ele nem fosse um assassino como os policiais diziam, porque quanto mais eu o conhecia, mais eu tinha certeza que ele era inocente. Mas como meu appa sempre diz: não tire conclusões antes de saber toda a história. Pela primeira vez na vida, eu optei por seguir um conselho dele e não estava nem um pouco orgulhoso dessa escolha.

Descemos as escadas em silêncio, tentando não fazer barulho para que nenhum dos vizinhos saíssem e tivessem a bela visão de um dos suspeitos do assassinato que estava rolando na televisão estava bem ali em seu prédio. Andamos calmamente pelas ruas entre as poucas pessoas que caminhavam. Taehyung estava com uma máscara preta e um capuz que cobria seus olhos, mas tinha certeza que o mesmo podia ainda enxergar, pois ele parava de vez em quando para observar algumas vitrines de lojas. Por mais que eu quisesse deixar que ele apreciasse esse momento, tive que apressa-lo. O tempo estava se passando rápido e não poderia chegar tão tarde em casa ou estaria encrencado.

Não demorou muito para que eu avistasse o carro preto do Jimin, então esbocei um sorriso quando a porta abriu no momento em que puxei a trava. Taehyung entrou sem hesitar, abaixando o capuz em um suspiro de alívio. Era quase como se contasse cada momento para ser ele mesmo. Isso me deixou magoado, porque não conseguia me imaginar em sua situação. Com certeza não aguentaria toda essa pressão, acabaria me entregando a polícia e morreria na cadeia. Não era uma opção de vida e Taehyung sabia disso.

-Se incomoda se eu ligar o som? -perguntou depois de colocar o cinto.

-Não, não. Pode ficar á vontade.

Girei a chave, começando a dirigir logo em seguida. Taehyung pressionou o botão de ligar do rádio e pude jurar que meu coração quase parou ao ouvir minha própria voz ecoar no local. Tentei desligar com uma das mãos, mas o garoto mais velho apenas riu do meu desespero.

Just A Case • TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora