Capítulo Vinte e Cinco

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Virei-me lentamente na direção da voz e todo meu corpo travou ao ver dois homens ao invés de um. Ambos usavam casaco preto e os olhos eram coberto pelos capuzes. Tentei não deixar claro o quão nervoso eu estava estando em um rua completamente deserta com dois homens desconhecidos.

-Desculpe, mas acho que me confundiu com alguém. -disse alto o suficiente para que os dois ouvissem.

-Não, é você mesmo, Jungkook.

Senti vontade de chorar apenas por eles saberem meu nome. Não entendia o que estava acontecendo, mas meu cérebro alarmava dizendo que não era um bom momento para ficar parado apenas observando cada passo que eles davam em minha direção.

-O que vocês querem?

Tive a certeza absoluta que não devia ter feito essa pergunta quando os dois homens riram da minha aparente idiotice. Dei um passo para trás, ainda com as mãos nos bolsos da minha calça.

-Fazer você pagar, já disse. Pessoas como você são aberrações, deveriam sumir do mundo apenas por serem assim.

-Como assim pessoas como eu?

-Gays.

Não tive tempo para dizer qualquer outra coisa, pois o mais baixo deles conseguiu dar dois passos em minha direção em menos de dois segundos, segurando gola da minha camiseta e me jogando contra a parede com toda força que tinha. Imediatamente minhas costas doeram e gemi baixo com a pontada que senti.

-Você desrespeitou sua família da pior forma possível, seus amigos sentem nojo da pessoa que você é. -o maior falou enquanto apertou meu pescoço com força e de todo forma eu tentava me debater- Sua existência é totalmente desnecessária e ela acaba hoje.

Bati várias vezes no braço grosso do homem em sua frente, tentando me soltar a todo custo, mas não conseguia. Sentia o ar faltando em meus pulmões, os olhos lacrimejando e o rosto fervendo, provavelmente vermelho por causa do ato. Aos poucos minha visão começou a ficar escura, vendo as coisas embaçadas e o barulho ao redor cessando aos poucos. Antes que eu perdesse a consciência, ele me soltou e começou a distribuir chutes e socos por todo meu corpo, assim como meu rosto. Tentava a todo momento me proteger usando os braços, mas não conseguia e tudo piorou quando o outro homem para me bater. Resisti o quanto pude, mas desisti ao perceber que seria inútil tentar me proteger.

Meu corpo foi caindo aos poucos enquanto fazia expressão de dor e chorava por tudo aquilo estar acontecendo, porque eu simplesmente não entendia como podia existir tanto ódio no mundo. Mesmo caído, eles não pararam com os atos, distribuindo socos em meu estômago, pernas e rosto, o qual ainda tentava proteger por ser uma parte importante do corpo. Conseguia sentir algo escorrendo por meu nariz e boca, dores por todo corpo. Imaginei que se aquela agressão acabasse, não conseguiria me levantar. Minha voz também não saia, parecia ter desaparecido de mim. Chorei ainda mais por perceber ninguém me ajudaria. Fechei os olhos esperando que acabasse logo, porque sentia que não aguentaria muito mais tempo.

Acho que se passou alguns minutos ouvindo a respiração cansada dos homens até que suas mãos parassem de acertar meu corpo. Lágrimas escorriam por meu rosto e ousei abrir os olhos lentamente até encontrar seus rostos, ambos suavam e sorriam ao ver seu trabalho bem feito.

-Vamos deixá-lo desse jeito. -disse o mais alto enquanto ria- Espero que tenha aprendido a lição, seu pirralho.

Fechei os olhos aos sentir ambos embaçados novamente. Mais lágrimas caíram por meu rosto e ouvi os passos ficando cada vez mais longe. Tentei sentar, mas grunhi pela dor forte em todo meu corpo. Tudo estava sensível demais, dolorido demais. Não era apenas físico, mas emocional. Depois de muito tentar, resolvi ignorar a dor e levantar de vez. Mais lágrimas caíram por meu rosto, mas continuei me arrastando para longe da rua deserta. Não ficaria ali nem mais um segundo.

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⏰ Última atualização: Feb 13, 2019 ⏰

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