Just A Case • Taekook

Capítulo Quatro

Estava devidamente vestido com uma camiseta branca regata e uma jaqueta preta de couro. Apenas passei a mão pelo meu cabelo brevemente, deixando ele um pouco bagunçado. Não queria ser a pessoa certinha nessas festas loucas de adolescentes. Na verdade, não ligava muito. Eu estava apenas acompanhando o Jimin como um ótimo amigo que sou e iria tentar me divertir de alguma maneira naquele lugar.

Assim que meu amigo desceu as escadas, levantei do sofá rapidamente, já me despedindo da sua mãe e saindo de casa. O baixinho iria dirigir essa noite, mas estava preocupado mesmo era na volta para casa.

-Você dirige. -ele anunciou assim que deu partida.

-Não, eu não tenho habilitação. -rebati, olhando para ele.

-Você sabe dirigir? -concordei com a cabeça- Então não tem nada que te impeça.

-Sabe que existe um negócio que são tipo regras, mas são mais fortes. Lei, o nome.

-Não tem nenhum guarda por aqui, Jungkook. Não sei porque está tão preocupado com isso.

Tentei discutir com ele sobre esse assunto, mas no final acabei aceitando. Eu sabia dirigir, porque meu pai havia me ensinado quando estávamos de férias e o Jin sempre me explicava alguma coisa enquanto dirigia. Mas o medo de ser pego por algum guarda no meio do caminho era grande até porque eu iria parar em apenas em um só lugar: delegacia. Também iria encontrar uma pessoa bem importante: meu pai. Estava tentando evitar confusões maiores, mas pensei melhor a respeito e decidi fazer isso pelo meu amigo. Era apenas uma vez, nada iria acontecer.

Jimin estacionou dois quarteirões longe da casa por causa da quantidade de carros que já ocupavam as outras ruas. Engoli em seco enquanto tirava os cintos, descendo até a calçada. Se a quantidade de carros representa o número de pessoas, eu estava ferrado. Parece que Min Yoongi não era apenas famoso na escola, mas sim na cidade inteira. 

Andamos apressadamente em direção a casa do mais velho, já ouvindo a música alta que tocava e alguns gritos femininos seguidos de risadas masculinas. Coloquei a mão no bolso da frente da minha jaqueta, ficando um pouco atrás do Jimin quando finalmente chegamos. Havia algumas pessoas bebendo e fumando na frente da casa, então apenas segui o baixinho entre as pessoas até finalmente estar na qual parecia ser a sala de estar. Não deu muito tempo para observar o que estava acontecendo já que o garoto de cabelos cinza apareceu, colocando seus braços ao redor do Jimin com um grande sorriso no rosto.

-Jimin, que bom que você veio! -Yoongi disse, deixando um breve beijo em sua bochecha e olhando em minha direção- Jungkook, não é? Sou o Yoongi, mas pode me chamar de Suga.

Apenas esbocei um sorriso simpático, observando como o mesmo envolvia Jimin em seus braços, como se realmente fossem íntimos a muito tempo. Me perguntei o quanto da história sobre eles o hyung não havia me contado.

-Pode me chamar de Kook, fica mais fácil. -disse eu tirando as mãos dos bolsos.

-Kook. Bem melhor. -respondeu sem tirar o sorriso do rosto- Bem, pode ficar á vontade. O bar fica para ele lado e a piscina é depois daquela porta de madeira. Qualquer coisa só gritar meu nome que te encontro.

Apenas assenti, sem saber direito o que dizer ao ouvir todas aquelas informações. Não havia entendido o motivo dele estar falando aquelas coisas apenas para mim, mas depois que ele saiu puxando o Jimin pela multidão de pessoas, percebi que iriam me deixar sozinho a festa inteira. Que ótimo. O que eu faria nessa festa cheia de pessoas estranhas?

Olhei ao redor, vendo o local que Suga disse onde estaria o bar. Não beberia nada com álcool porque voltaria dirigindo para casa, então assim que cheguei no que parecia a cozinha com algumas modificações, pedi uma água. Enquanto esperava, fiquei observando as pessoas dançando no meio da casa. Casais e amigos dançavam loucamente no ritmo da música alta que tocava, fazendo meu coração bater de maneira estranha. Iria ficar observando essas pessoas estranhas por um bom tempo, então decidi sair da casa, mas nem sequer levantei, pois um jovem alto e com pele bronzeada sentou ao meu lado, pegando a garrafinha de água que estava em minhas mãos. Ele esboçou um sorriso amigável em minha direção, deixando a garrafa em sua frente.

-Joonie, não me deixa sozinha! -uma garota apareceu, segurando o braço do jovem que sentou ao meu lado.

-Yuna, vai procurar alguma coisa para fazer e me deixa em paz. -respondeu, tirando delicadamente os braços da garota de seu corpo.

-Mas eu quero ficar com você. -insistiu a jovem fazendo um bico com os lábios.

-Mas agora eu estou com meu amigo. -o rapaz olhou em minha direção- Não é?

-C-claro. -respondi com incerteza, mas ao ver o olhar de desespero dele, continuei- Temos muita coisa para colocar em dia.

A garota me olhou com raiva, deixando um beijo leve na bochecha do rapaz e sussurrando algo em seu ouvido antes de sair pela multidão arrumando o vestido extremamente curto e colado em seu corpo. Depois que ela sumiu de visão, voltei a encarar o garoto de cabelos castanhos ao meu lado.

-Me desculpa por isso, cara. -ele disse, sorrindo envergonhando- Sou Kim Namjoon.

-Jeon Jungkook. -apertei sua mão estendida, forçando um sorriso simpático.

-Você sabe como são essas garotas, um beijo e não querem mais sair do seu pé. -ele explicou, pedindo uma bebida em seguida- Mas obrigado por ter me ajudado.

-Não foi nada.

Estava sem graça com toda aquela situação. Era difícil fazer amizades rapidamente, então de repente aparece um garoto super a vontade com sua presença, como se fossem amigos se reencontrando depois de um longo tempo. Mas eu não podia negar que era bom ter alguém ao lado no meio de tantos jovens bêbados e drogados.

-O que faz sozinho, Jungkook? -perguntou Namjoon assim que a bebida chegou em sua mais, tomando um gole em seguida enquanto me olhava.

-Só estou esperando um amigo. -respondi dando de ombros- Quer dizer, acompanhando.

-Acho que entendi. -Namjoon riu, colocando o copo no balcão- Você está aqui, porque não quer ficar de vela. Eu te entendo.

-Entende mesmo? -ao ver sua expressão confusa, comecei a explicar- É que você tem cara da pessoa que deixa os amigos esperando e não quem espera.

-É, você tem razão. -ele concordou, rindo- Mas não demoro muito e pela sua cara, está cansado de esperar.

-Aguento ficar mais um tempo. -respondi franzindo as sobrancelhas- Eu acho.

Namjoon riu da minha expressão, mas antes que ele respondesse, levou uma das mãos até o bolso da frente, tirando de lá o celular. Logo levou a orelha, fazendo um sinal com a mão para que eu esperasse. 

-O que aconteceu? -ele parecia desesperado, surpreso- Não me diga isso. Você não foi capaz de come- Tudo bem, eu estou indo. Não faça nada até eu chegar!

Pelo seu tom, o garoto parecia desesperado com algo, como se algo que ele nunca imaginasse tivesse acontecido. Ruim não, horrível. Fiquei esperando ele terminar de falar no telefone enquanto observava o seu copo de bebida pela metade. Não demorou muito e ele logo voltou, passando as mãos pelos cabelos meio loiros e me olhou apreensivo.

-Me desculpe, Jungkook. Gostaria mesmo de ficar, mas tem algo muito sério para resolver. -ele explicou, bufando logo em seguida- Droga! Bem, espero te ver por aí algum dia desses.

-Tudo bem, Namjoon. Foi bom te conhecer.

-Digo o mesmo, cara. Até mais.

Mal terminou de dizer a frase e saiu em disparada até a porta, sumindo no meio da multidão. Suspirei, vendo que ficaria mais uma vez sozinho naquela casa imensa lotada de hormônios esperando meu amigo até o fim da noite. Não iria aguentar, não mesmo. 

Minha atenção voltou a bebida a qual o Namjoon havia deixado ao meu lado. Parecia tão convidativa com sua cor meio avermelhada que não pensei mais de duas vezes antes de pegar e levar até a boca, sentindo o gosto de álcool se espalhar. Fiz uma careta, deixando o copo novamente em cima do balcão, levantando logo em seguida. Não dei dois passos e uma garota de altura mediana com os cabelos longos apareceu em minha frente, segurando meu pulso com força e me puxando para o meio das pessoas, começando a dançar em minha frente ao ritmo eletrônico da música. Me questionei se realmente queria fazer aquilo, porque eu jamais dançaria em frente a tantas pessoas, mas acho que meu cérebro decidiu ignorar essa parte e permitir que eu me divertisse essa noite.