Porque fui brincar

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Estava andando na direção oposta da que o pessoal estava indo, mas Carol resolve ressurgir.
--Vamos.-diz me puxando.
Me sento na roda que estava formada no meio de um quarto.
--Eu não gosto dessa brincadeira.-susurro para Carol.
Ela me olha claramente muito bêbada, afinal todos nós estavamos muito bebados.
--Eu beijei o Pedro.- susurra de volta.
Olho pra ela surpresa.
--Fiz pior, beijei o Bruno.-falo
Nós duas começamos a rir.
--Foda-se amanhã não vamos lembrar de nada mesmo.-ela diz.

A maldita garrafa começa a girar e já desafiam uma menina a tirar a blusa.
Isso não vai prestar, penso.
Amanda gira a garrafa e ela para em mim.
Droga!!
--Ester.-ela sorri de lado.-- Verdade ou desafio?
--Verdade.-Digo.
Mas vendo o sorriso de Amanda aumentar, me arrependo...já consigo pressentir o que estava por vir.
--É verdade que você e o novato.- ela aponta para Bruno.-- Estão ficando?
--Não.- digo rapido de mais.
--Eu vi vocês se beijando na piscina.-Ela sorri vitoriosa.- sua prenda vai ser dançar no meio da roda.
--Sério? Esperava mais de você.-digo me levantando.
Um funk começa a tocar e eu danço surpreendendo a todos, vejo todos me olhando, principalmente os meninos...Amanda tinha chamas nos olhos.
Minha vez de girar a garrafa e ela aponta para um dos amigos de Nicolas, e sei que Amanda não suporta ele, ele escolhe desafio.
--Desafio você a beijar a Amanda.-digo sorrindo.
Ela me olha me fuzilando com os olhos, eles se beijam.

Aos poucos a metade da roda já estava só de cueca e sutiã e calcinha.
Incluindo eu, que estava apenas de saia e sutiã.
Alguem gira a garrafa e ela aponta para Nicolas que escolhe desafio e algum idiota desafia ele a ficar 20 minuto comigo no quarto ao lado.
--Não vou.-digo.
--Quero outro desafio.-ele diz sem olhar para mim.
Vejo Amanda sorrindo se achando a vitoriosa, eu não suporto ela.
--Quer saber, vou sim.-digo

Todos me olham surpresos, incluindo Nicolas que da de ombros e sai na minha frente indo em direção ao quarto.
Sigo ele e começo a me arrepender ao entrar no quarto, o guarto era pequeno, tinha uma cama de solteiro um armário e um espelho.
Nicolas se senta na cama e eu sento na outra ponta, ouvimos a porta sendo trancada com chave e nos olhamos.
--Só fingir que não estou aqui e o tempo passa mais rápido.-Nicolas diz.
-Farei isso.-digo

Entrava um vento frio pela pequena janela e como estava sem blusa, eu estava congelando, percebo que Nicolas também estava com frio quando olho para ele e ele estava batendo os dentes... afinal estava só de cueca.
Me levanto e vou em direção a janela e tento fecha-lá, só tento mesmo porque parece que ta com cimento.
Nicolas se levanta e vai para a janela tentar fechar a mesma, me viro e vou ao armário para ver se tinha algum cobertor, mas estava trancado.
--Parece que já estamos aqui a 4 horas.-digo irritada.
Nicolas continua na janela olhando para algo, vou até ele e tento ver o que é
--Isso é?.- ele me interrompe.
--Sirene, a polícia ta vindo pra cá.-ele diz se afastando.
--Os vizinhos devem ter denunciado por conta do barulho.-digo colocando a mão na cabeça.
--Eles vão entrar, vão ver as bebidas e tem menores de idade aqui.-diz indo em direção a porta.
Corro até a porta e começamos a bater com força nela.
--Abre aqui!!- Grito
Nicolas dava tapas forte, quando ele ia dar mais um eu seguro seu braço fazendo ele parar.
--O que é ?.-ele me olha.
--Escuta.-digo apontando para a porta
Ficamos em silêncio e começamos a ouvir o barulho da sirene e gritaria.

--Todo mundo para fora, a festa acabou.- uma voz grossa fala.
Ouvimos passos correndo, nos olhamos visivelmente preocupados.
--Merda, a gente vai ser presos.-digo andando de um lado para o outro.
Vejo uma sombra parada na porta e Nicolas coloca a mão na minha boca.
--Tem alguém aqui.-um policial fala
Nicolas me puxa e me empurra para de baixo da cama, ficamos com nossos corpos colados e ouvimos o policial arrombar a porta, me assusto com o barulho e Nicolas rapidamente coloca a mão novamente em minha boca.

Estavamos um do lado do outro, seu braço segurava minha cintura nua afim de que ficássemos o mais próximo possível para o policial n ver, a outra mão estava em minha boca, estavamos cara a cara e nossa respiração se misturava.

--Devem ter saido pela janela.-o policial diz.
Ouvimos ele sair do quarto.
--Já podemos sair?.- susurro para Nicolas
--Acho que temos que esperar ate que eles saiam da casa.- ele diz baixo.

(...)
Escutamos a sirene se afastando e levantamos, corro até o outro quarto.
--Nicolas, nossas roupas...
--Não me diz isso -ele coloca a mão na cabeça.-- Droga.
--E agora? Eu não vou andar pela rua só de sutiã.- digo procurando as roupas.
--Você acha que eu quero andar só de cueca e meia?.-ele me olha

Procuro minha bolsa e não encontro, me sento no chão sem saber o que fazer
--Deve ter algum telefone fixo aqui, alguma roupa do Pedro.-Nicolas vai até o corredor.
Me levanto e desço, estava escuro e procuro pelo interruptor de luz mas não encontro.
Tropeço em algumas garrafas de cerveja que estavam no chão.
--Merda.
Observo que Nicolas não fez nenhum barulho e nem falou nada.
Subo devagar e não vejo ele.
--Nicolas!- chamo

Entro em um dos quartos e encontro ele jogado no chão.

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