Eu não esperava por isso

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Narrado por Nicolas

Se passaram 5 dias depois da pequena discussão com Ester, 5 dias em que ela mal me olha...só estudamos, falamos sobre química e depois vou embora.

Ester é muito difícil, eu não faço ideia de como vou fazer para conquista-lá, não estou tendo progresso algum, sinto que estou fazendo o oposto disso...

Hoje eu cancelei a aula, precisava por meus pensamentos em dia...afinal acredito que ninguém conseguiria ficar em sã consciência com Ester usando todos aqueles shortinhos.
Balanço a cabeça espantando esse pensamento, o que estou pensando?.

As aulas terminam, dando início a sexta feira, vou direto para casa e me surpreendo ao ver uma ambulância parada em frente a ela.
Paro o carro de qualquer maneira e vou correndo em direção a minha casa.

--O que aconteceu? -pergunto a Maria
--Sua mãe piorou, ela teve um surto e chamei o médico, ele disse que o melhor a se fazer é interna-la na clínica.-ela diz baixo
--É ninguem me consulta sobre essa decisão?- grito irritado.
--É o melhor para ela.-ela diz.

Corro até minha mãe que olhava para o nada, como todos os outros dias, mas dessa vez tinha lagrimas em seus olhos.
--Mãe, vai ficar tudo bem...eu prometo.-digo segurando um lagrima que queria sair.
Observo ela ser levada para a ambulância e me encontro sozinho nesta casa, deixo a lágrima cair, e ela não veio sozinha...veio com várias outras...
Começo a chutar e socar as almofadas, com raiva.

--Preciso sair -penso

Saio pela rua, a pé mesmo, eu preciso pensar e esfriar minha cabeça, como se para combinar com meus pensamentos, o céu se torna preto e uma chuva forte acompanhada de trovões e vento, começa a cair.

Deixo a chuva cair sobre minha pele, como se para me livrar de tudo o que eu estava sentindo, deixo meus pés me levarem por qualquer direção, me surprendo ao perceber aonde eles me levaram.

Narrado por Ester

Estou deitada no sofá e estremeço ao ouvir um trovão e junto dele a chuva forte que caia lá fora, estremeço ainda mais quando ouço batidas na porta.
Me levanto devagar e abro, paraliso com o que vejo:
Nicolas estava parado em minha frente, ensopado e com os olhos inchados como se tivesse chorado recentemente.

--Posso entrar?.-ele diz baixo
--Entra...o que aconteceu ?.- pergunto olhando para ele.

Mas ele fica quieto, então corro até o banheiro e pego uma toalha para ele, ofereço, e ele me olha por alguns minutos e finalmente pega a toalha de minhas mãos.
Observo enquanto ele passa a toalha por seu rosto, e depois por seus cabelos.

--Eu...eu sei que tinha cancelado a aula de hoje, mas...me desculpa.-ele diz cansado, como se não dormisse a dias.
--Tudo bem, tudo bem...me conta o que aconteceu, você esta bem ?.- pergunto sem saber o que fazer.
--Minha...Mãe.-ele me olha como se o assunto "Mãe" fosse proibido.
Aceno com a cabeça fazendo sinal para que ele continuasse.
--Levaram ela para um clinica de reabilitação.- ele me olha.

(...)

Nicolas me conta tudo o que aconteceu com sua mãe.
--Eu só estava andando sem rumo, e quando vi já estava aqui.-diz com a cabeça baixa.
--Tudo bem, eu vou procurar alguma roupa do meu pai para você, você tem que tirar essas roupas ensopadas.- digo e subo correndo.

Desço com um short e uma blusa de manga cumprida, Nicolas sobe para se trocar e as roupas ficaram boas nele.
--Vou fazer um chocolate quente.-digo indo até a cozinha.
Ele fica na sala sentado, olhando para um ponto fixo, eu não sei porque...mas me doia ver ele assim.

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