Capítulo 5

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O vento uivava entre os galhos retorcidos das árvores na floresta escura e fechada, criando uma atmosfera de desolação e medo. Iñaki e Valker Wendell estavam ali, no coração sombrio da natureza, prontos para desencadear um ritual macabro.

— Então tire a camisa e fique de joelhos —, ordenou Valker com uma voz que parecia ecoar das profundezas do inferno.

— É só isso que eu tenho que fazer? — disse Iñaki, com o coração acelerado pelo medo, perguntou hesitante

— Você não precisa se preocupar, não vai doer nada... como você disse, uma alma por outra alma — diz Valker, com um sorriso sinistro nos lábios, respondeu.

Tremendo de apreensão, Iñaki obedeceu lentamente, despir-se perante a escuridão da floresta e se ajoelhar diante de Valker.

— Agora sua alma vai queimar no inferno... — murmurou Valker, sua voz transformando-se em algo mais profundo e assustador, ecoando como o rosnado de um demônio.

Com lágrimas escorrendo por seu rosto, Iñaki fechou os olhos lentamente, aceitando resignado o destino sombrio que se aproximava. Enquanto ele se entregava ao ritual, Valker começou a se transformar diante dos seus olhos em uma criatura horrenda e distorcida: chifres pontiagudos brotaram de sua testa, pernas de bode substituíram suas pernas humanas e uma boca cheia de dentes afiados se abriu, emitindo um rosnado gutural que reverberou pela floresta. Sob a luz pálida da lua, os dois realizaram o ritual proibido, enquanto o ar ao redor parecia carregar um peso sobrenatural. Os gritos agonizantes de Iñaki ecoaram pelas árvores, misturando-se ao vento que sussurrava segredos antigos e sombrios.

— A brincadeira vai começar —, sussurrou Valker, voltando à forma humana enquanto um sorriso perverso se formava em seus lábios, prenunciando uma era de terror e desespero que se espalharia pelas sombras da floresta, como um aviso macabro aos que se aventuravam por ali.

{...}

A noite avançou, sua escuridão pairando sobre a casa dos pais de Bethany como um manto de mistério e preocupação. O dia, ao romper, trouxe consigo não apenas a luz do sol, mas também um turbilhão de acontecimentos na vida da jovem.

Os pais de Bethany despertaram com um estrondo, um som que ecoou pelos corredores da casa como um presságio sombrio. Correram em direção ao som, seus corações acelerados pela angústia crescente. Lá, no pé da escada, encontraram sua filha querida, desmaiada, seu corpo delicado caído em um cenário que parecia ter saído de um pesadelo.

— Meu Deus, minha filha está jogada no chão —, exclamou a mãe, sua voz ecoando pelo ambiente, carregada de pânico e desespero.

O pai, com a firmeza que só os pais possuem em momentos de crise, agiu com rapidez e determinação.

— Vamos levá-la para o hospital agora mesmo. Parece que ela caiu da escada.

Os minutos se arrastaram como horas enquanto eles a transportavam para o hospital mais próximo, cada segundo marcado pela incerteza e pela esperança de que tudo ficasse bem. Bethany foi submetida a uma série de exames, seu corpo frágil sendo cuidadosamente avaliado em busca de respostas que pudessem acalmar os corações aflitos de seus pais. Após longas horas de espera angustiante, um médico finalmente se aproximou, trazendo consigo um vislumbre de alívio.

— Pode ficar tranquilo agora —, começou o médico, suas palavras carregadas de autoridade e compaixão. — A filha de vocês bateu a cabeça, mas não foi nada grave. No entanto, ela precisa ficar em observação por enquanto.

Um suspiro coletivo de alívio encheu o ar, os pais de Bethany finalmente permitindo-se respirar mais livremente diante da notícia reconfortante.

— Obrigada, doutor —, murmurou a mãe, seus olhos úmidos refletindo a gratidão que sentia por aquela informação.

O Diabo é o Meu Namorado - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora