Capítulo 6

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No cenário gélido e sombrio do hospital, o ar era carregado de uma tensão palpável. Valker avançou lentamente em direção a Bethany, seus passos ecoando como o prenúncio de uma tragédia iminente. Seu sorriso, mais que sinistro, era uma manifestação do mal puro, seus olhos faiscando com uma luz sobrenatural. Bethany, dominada pelo desespero, pressionou as mãos contra as têmporas, os dedos tremendo enquanto tentava conter o grito que se formava em sua garganta. Mas era inútil. Um grito estridente e agudo irrompeu dela, cortando o silêncio do ambiente hospitalar como uma lâmina afiada.

— Amor, seus gritos são como música para mim —, disse Valker, sua voz assumindo uma tonalidade que fez as entranhas de Bethany se contorcerem de terror.

Os olhos de Bethany se arregalaram em puro pavor.

— O que eu fiz?! Mas eu não fiz nada... Na verdade, o que você fez com o meu amigo? —, ela balbuciou, sua voz trêmula e fraca diante da presença ameaçadora de Valker.

Uma risada baixa, porém carregada de crueldade, escapou dos lábios de Valker.

— Você fez sim... —, disse ele, sua voz se transformando em um sussurro gélido e arrepiante. — Naquela noite, você me chamou, e eu vim.

O medo consumia Bethany enquanto ela tentava entender a realidade distorcida diante dela.

— Quem é você? E o que você quer comigo? —, ela perguntou, sua voz ecoando o terror que a assolava.

Em um piscar de olhos, Valker desapareceu diante dela, apenas para reaparecer sentado de maneira casual em cima de uma das camas do hospital. O coração de Bethany batia tão forte que parecia prestes a explodir.

— Você já me conhece... —, murmurou Valker, seu olhar penetrante e ardente. — Vocês têm o costume de me chamar de demônio, diabo, tranca rua, e tantos outros nomes.

Um calafrio percorreu a espinha de Bethany quando a memória daquela noite assombrada ressurgiu em sua mente. O sangue em seus pulsos, o sonho aterrorizante, tudo se uniu em um quebra-cabeça macabro que agora se revelava diante dela. O jovem que ela pensara conhecer, com quem compartilhara momentos de suposta normalidade, era nada menos que o próprio Diabo.

A realidade distorceu-se ainda mais, criando uma aura de pesadelo ao redor de Bethany. O ar pareceu mais denso, impregnado de uma presença maligna que a envolvia. Ela percebeu, com um horror crescente, que sua vida estava agora entrelaçada com forças sobrenaturais das quais não podia mais escapar. O quarto estava mergulhado na escuridão, apenas iluminado pela luz fraca da lua que se filtrava pelas cortinas entreabertas. Bethany, trêmula e com lágrimas nos olhos, encarava Valker, cuja presença na cama parecia emanar uma aura sinistra e sufocante. As palavras de Bethany saíram em soluços abafados.

— Então você é?...

Valker ergueu-se lentamente, seus olhos brilhando com um brilho sobrenatural.

— Sim, sou eu, Bethany. Seu namorado... e o demônio que traz consigo chifres retorcidos de boi e pernas peludas de bode. Sou Valker Wendell, o Príncipe das Trevas, conhecido por poucos mortais.

O desespero tomou conta de Bethany, seu coração martelando em seu peito enquanto as palavras de Valker ecoavam em sua mente atormentada.

— O que você fez com Iñaki? Me responda, por favor... —, implorou ela entre lágrimas.

Um sorriso cruel se formou nos lábios de Valker, revelando presas afiadas.

— Iñaki deu sua vida para salvar a sua. Uma alma em troca de outra... e agora, a alma dele queima no abismo do inferno, enquanto eu estou aqui para reivindicar a sua.

O Diabo é o Meu Namorado - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora