Capítulo 6- Segunda gota.

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Alec:

Depois de algumas horas de nós três passeando pelo shopping, chegou a hora de irmos para o cinema.

Compramos nossos ingressos (e como planejado, eu comprei o do meio) dois baldes de pipoca e refrigerantes, e logo depois fomos para a sala.

Eu não sabia muito sobre o filme, apenas que era um filme de terror e que os dois queriam ver-lo, mas não tinha como ser tão ruim assim para eu ter medo ou sei lá. (Ou pelo menos espero)

Fiquei com as pipocas em meu colo, enquanto os dois comiam dos baldes, rapidamente os comerciais começaram, e logo após o filme também.

O filme havia começado bem calmo, com a velha história da pessoa que vai morar numa casa no meio do nada. Revirei meus olhos ao ver quanto já estava clichê.

Mas aí, a protagonista olhou pela janela um homem de máscara horripilante, encarando a janela com uma faca em sua mão, sumindo logo em seguida.

Agora eu já estava suando frio.

O filme continuou, e levei alguns sustos durante ele, mas nada me preparou para o que veio a seguir…

A protagonista abriu a porta de um quarto, e meus piores pesadelos vieram a tona.

Tudo estava vermelho, sangue por toda parte. Corpos ao chão

Era como se eu estivesse lá, novamente.

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Eu me lembro como se fosse hoje, e tenho certeza que esse dia vai me assombrar pelo resto de minha vida.

Havia chegado do colégio, último dia de aula.

Abri a porta lentamente, e estranhei o silêncio. Minha mãe sempre deixava o rádio ligado, e a música reinava em casa.

—Mãe? Pai? — falei ao entrar, os procurando. Larguei minha bolsa escancarada na porta, indo aos corredores.

Nossa casa era linda e exuberante, cheia de quartos e era enorme. O corredor tinha fotos de nós três juntos, durante viagens, festas, comemorações e momentos especiais…

Encarei nossos rostos por certo tempo, sorrindo. Eu era feliz por ter meus pais comigo. Sempre havia os amado muito. Gostava de contar sobre eles para Steph, me gabando da atenção que me davam.

Mas tudo mudou quando eu ouvi um grito agudo vindo do sótão. Minha vida perdeu sua cor anterior.

E tudo ficou vermelho…

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Daniel:

Olhei ao lado de relance e arregalei meus olhos ao me deparar com um alec chorando e tremendo.

Logo percebi o que havia acontecido, ao olhar a tela.

Suei frio, pensando em como ajudar, sabia que estava tendo um ataque de pânico.

Então me levantei, segurando sua mão trêmula, e o arrastei comigo para o banheiro do cinema.

Não foi difícil, pois parecia não estar mais na realidade seus olhos não olhavam nada em particular. Ficavam estáticos, como se vissem algo os assombrando.

Por um segundo imaginei o que Stephany achava que estava acontecendo. Provavelmente achou que só estávamos indo ao banheiro.

—Alec?! Alec!!— o chamei, tentando chamar sua atenção. Ele olhou para mim, com um olhar derrotado.

Homo Hemo (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora