Primeira noite

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"Peter... Peter."

Foi como acordar de uma soneca. Sua mente viajava em algo que ele não queria, e isto o estava distraindo.

"Hm?" Respondeu para Mary Jane, sua amiga.

"Eu não acredito que você está viajando em vez de ouvir a aula." Sussurrou.

"Eu não..." Ele fez um estalo com a boca, brincando com ela.

Depois da aula que tiveram, decidiram comer na rua. O sol estava se pondo quando chegaram em uma lanchonete e pediram hot dogs.

MJ estava pegando seu pedido e se voltou para Peter.

"Então..." Disse colocando mostarda no seu lanche. "Você vai me dizer quem é?"

Peter juntou as sobrancelhas, confuso. As mangas do casaco da sua amiga estava a atrapalhando de comer, eles pararam na calçada e ele a ajudou a puxá-las. Sorriu quando terminou.

"Quem sobre o que?" Perguntou.

"Você se perdeu tanto pensando em alguém que nem estava prestando atenção na Sra. Blue na aula." Ela levantou as sombrancelhas, provocando. "Não é qualquer aula pra você. Em quem estava pensando?"

Mesmo sendo tão inteligente, ás vezes Peter era lerdo.

"Em ninguém." Ele piscou várias vezes.

MJ riu.

"Aham, sei. Quando quiser me contar..."

Ela saiu andando na frente.

"Contar o que? Não tem nada para contar." Ele a seguiu.

[Mais tarde naquela noite]

Tudo que ele queria era estar em casa. Porém estava agachado no topo de um prédio da cidade, sentindo o vento bater nos seus cabelos. Felizmente tinha lembrado de levar seu casaco, que estava por cima da roupa vermelha.

Infelizmente, por alguns imprevistos, tinha que deixar os trabalhos da faculdade de lado e arrumar uma pequena bagunça.

Porém a noite estava a desejar. Estava parado faziam minutos, nenhuma alerta do seu sentido aranha. Desta vez ele deveria procurar diferente. Ele estava preste a sair dali quando sentiu algo.

Nem um segundo deu, Deadpool pulou no terraço do prédio. Ele vestiu a máscara antes de virar para encará-lo. Na verdade, era a última coisa que queria fazer hoje.

Aquela não era a primeira vez que tinham se encontrado em um terraço. Já haviam compartilhado algumas palavras antes em cima de alguns prédios. Apenas seu último encontro não ocorrera bem.

"O que você quer, Wade?"

Wade deixou os ombros cair.

"Até parece que não está feliz em me ver." Se aproximou devagar.

O silêncio pairou entre eles. Peter estava indeciso se dava um soco na cara dele ou se o deixava falar. Ele não era muito de guardar rancor, mas ele podia ter tido sucesso com aqueles bandidos. Quem sabe lá o que já estavam fazendo com aquelas armas.

"Okay." Ele passou a mão na nuca. "Eu não vou dizer que tive uma excelente noite de sono, pois não tive. Eu não sou de me sentir culpado pelas coisas que eu cometo. Mas eu andei pensando... que você só saiu ferrado ontem por causa de mim. Eu pensei (não a noite toda, claro que não) em como me redimir."

No momento seguinte Peter ficou esperando a piada, mas ela não veio.

"Não acho que apenas minhas palavras vão ser suficiente, por isso eu quero fazer algo por você."

Peter continuou o olhando em silêncio. Wade pôs a mão em um bolso e tirou um papel. Ele segurou entre os dedos e mostrou para Peter.

"Eu realmente não sei quem você é, mas provavelmente tinha outras coisas para fazer. Enquanto isto, eu fui atrás dos caras que ambos perdemos ontem."

"Ambos?" Soltou, sarcasticamente.

"Okay, okay. A culpa foi minha, não precisa lembrar. Infelizmente a situação que eu causei não foi boa para você."

Ele apontou o papel para o outro, esperando que este pegasse. Peter ficou pensando se era o certo a fazer. Claro que ele queria, afinal a culpa não era dele, estava apenas fazendo seu trabalho e fora interrompido. Mas ele não sabia se podia confiar cem por cento em Wade. Ele o conhecia bem o suficiente.

"Você não confia em mim." Ele falou como se lia a mente de Peter. "Olha, que tal eu te acompanhar? Para ter certeza que não estou te enviando pra nenhum beco sem saída ou um bar stripper."

"Por que faria isso?" Peter tentou não soar tão grosso. "Você mesmo disse, alguém quer que você roube as armas. Você têm que ir atrás delas, por que me entregaria onde estão?"

Wade relaxou o braço.

"Eu disse, quero me redimir. Você vai prender os caras maus."

"E quanto a você? Seu trabalho?" Peter cortou.

Wade deu de ombros. Ele ainda estava desconfiado. Pelo que sabia, se alguém te oferecesse uma grana para roubar armas de um grupo de traficantes, seria uma grana alta. Não estava entendendo a mudanças de planos de Wade.

"Como você disse, eu não confio em você. Não cem por cento."

Ele se aproximou de Wade. Não sabia se queria, mas fez. Tirou o papel da mão do outro. Seus dedos encostaram, Peter sentiu que estavam frios. Por um momento viajou novamente como nesta manhã.

"Vamos." Disse, olhando o papel e se afastando.

Wade olhou o outro se afastar. Ah, a visão.

'ᴍᴏᴛɪᴠᴏs'Onde histórias criam vida. Descubra agora