Trabalho em equipe

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O local da próxima encomenda não era muito longe dali. Eles tinham passado pelo menos vinte minutos indo até o local.

Peter analisou a situação. Eram cinco homens, grandes. As armas estavam no porta malas de um carro. Não viu outro veículo no local, o que indicava que o comprador não havia chego.

"Podemos fazer alguma coisa?" Wade sussurou ao seu lado.

"É muito cedo para dizer. Parece que o comprador não chegou ainda."

"Então..." Ele arrumou a postura. "Não seria melhor pegarmos esses caras primeiro e depois lidar com os compradores?"

Peter virou o rosto para Wade. Talvez ele estivesse certo, porém não deu tempo de agir. Um outro carro se aproximou do estacionamento vazio, era preto bem polido e aparentava ser caro.

"Wade, olha."

Ele soprou, desapontado.

"Até quando estou certo, estou errado." Ele se levantou. "Vamos improvisar."

Ótimo, Peter odiava improviso. Mas como nenhuma luta sai como quer, era o que restava a fazer.

No último segundo antes de anunciar batalha, ele lembrou de algo.

"Wade." Ele segurou o braço do outro. "Nada de mortes, enquanto eu estiver por perto, você não mata ninguém."

Wade virou o rosto para ele, como se perguntasse "o queeeee?"

"Me prometa."

"Hey! Quem são vocês?" Ouviram alguém chamar de baixo.

Droga. Pensou Peter.

Os dois se viraram para os homens. Peter congelou por um segundo, dando tempo para Wade arfar.

"Aranha... Aranha, é ele." Ele apontou para um homem de terno, com a barba mais bem feita que Peter viu na vida. "Ele é o cara que ia me pagar para roubá-los."

"Deadpool?" Perguntou o homem bem arrumado.

Os guarda costas do homem sacaram suas armas. Homem-aranha lançou uma teia em uma delas e puxou para si. Deadpool saltou de onde estava, e com o cabo da katana, acertou três dos homens na cabeça.

Peter estava tentando desarmar dois dos vendedores quando um terceiro atirou em sua direção. A bala pegaria no seu braço se Wade não tivesse se jogado na frente.

"Você fez um buraco no meu pulmão." Ele usou a ponta da katana para ferir a mão do homem.

Peter já tinha cuidado dos dois homens. Enquanto estavam ocupados com os guardas costas, não tinham percebido que o homem de terno estava tentando escapar. Ele entrou no seu carro importado e tentava ligá-lo.

"Nananina não." Wade estava no capô do carro. "Onde o senhor pensa que vai?"

Antes que o homem pudesse fazer alguma coisa, ele o segurou pelo colarinho e o tirou de dentro do carro. O homem estava berrando algo entre implorando pela sua vida e oferecendo grana para ele. Wade não ouviu uma única palavra sequer.

"Primeiro, sente se." Wade o encostou na porta do carro, sentado no chão. "O que você está fazendo aqui? E não me diga que era um encontro as escuras."

"Eu... eu..."

"Deadpool." Peter gritou atrás deles. "Nada de mortes."

"Eu sei, docinho." Ele gritou de volta. "Então, vai falar ou não?"

O homem ficou em silêncio. Wade pensou num último movimento, fingir um soco.

"Ok, ok..." Ele gritou. "Você sabe melhor que todos, quando alguma coisa não dá certo no nosso ramo precisamos arrumar outras formas de arrumar a encomenda."

"Comprando diretamente. Então, por que me contratou?"

"Bem, você sabe..."

"Não, não sabemos." Peter se aproximou. "Vamos Deadpool, o que está fazendo?"

"Conseguindo informações."

"Que tipo de informações?"

Peter foi tirando aos poucos teia para amarrar o homem. O fez.

"Qualquer uma. Informações são preciosas. Ele pode querer comprar mais armas, ou aqueles caras podem querer vender mais."

Peter revirou os olhos por debaixo da máscara, porém ele podia estar certo. Ele não sabia como funcionava o mundo de Wade Wilson.

"Vamos." Disse ao terminar. "Vamos levá-los."

Horas depois, ambos estavam comendo um lanche na beirada de um prédio. Não falaram nada por instantes, mas Peter não conseguia mais segurar algumas dúvidas.

"Hmm... Wade, você me falou umas coisas antes quando ofereceu ajuda, mas eu ainda não entendi o motivo de ter feito isso."

Wade comia seu lanche como se não houvesse amanhã. Ele fez barulhos antes de responder.

"Você... Eu já te disse, você é meu herói. Entre ganhar uma grana e fazer parceria com o Homem-aranha, eu não penso duas vezes."

Peter não pode deixar de se sentir honrado, também sentiu uma pontada de felicidade de estar ouvindo algo do gênero.

"Eu duvido disso." Mentiu para si mesmo. "Aposto que escolheria a grana."

Com esta fala, eles ficaram em silêncio até terminarem os lanches.

Wade estava amassando o papel de embrulho quando falou:

"Você realmente é maior de idade?" Perguntou como quem não quer nada. "Não que eu queira saber mais sobre meu herói... Também, claro, se você não quiser não precisa falar."

Peter suspirou. Novamente ficou com dúvida, se falava ou não. Uma coisa tão sem importância. A esta altura tudo que vinha de Wade deixava Peter duvidoso. Ou aquilo não era dúvida?

"Você sabe mesmo como estragar o clima." Ele disse.

Se levantou, arrumou o casaco em si e lançou uma teia em um prédio próximo.

"Eu tenho vinte e um." Falou por fim.

Ele pulou para longe antes que Wade pudesse dizer qualquer outra coisa.

Geralmente os trabalhos de Peter não o deixavam muito feliz, eram sempre pesados de fazer. Ele voltava para casa com várias partes do corpo doendo. Não era agradável e o salário não valia a pena. Porém ele estava se sentindo bem esta noite. Não sabia o que estava diferente, apenas se sentia bem com o vento batendo em si no seu caminho para casa.

Outro pensamento também passou pela sua cabeça; o trabalho de hoje tinha sido muito fácil. Ele estava consciente que tinham pego um cara poderoso pela sua análise. Eles estavam presos agora, dependendo de quem eram, não seria por muito tempo.

'ᴍᴏᴛɪᴠᴏs'Onde histórias criam vida. Descubra agora