O fim: Parte 2

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 Ela conseguia sentir o ambiente a sua volta, um ar gelado que passeava pelo seu corpo inerte no chão, lhe causando um leve desconforto, ainda mais em suas costas que tocavam aquele chão gélido. Sua cabeça doía demais para permitir que seus olhos se abrissem, mas seu cérebro não a deixava descansar, a fazendo pensar em apenas uma coisa.

Seus olhos abriram lentamente enquanto seus lábios sussurravam "Regina". Ela apenas queria acha-la e a fazer se lembrar dos momentos em que estiveram juntas anos antes. Era estranho ela pensar sobre isso. Ela nem pensava em nascer quando Regina a conheceu pela primeira vez sem saber quem realmente era. Ela voltou a fechar os olhos novamente, era melhor não pensar sobre isso, apenas lhe daria uma maior dor de cabeça.

Abriu os olhos rapidamente com o cenho franzido ao perceber que quando os abriu não encontrou as estrelas no céu ou o teto mofado do celeiro em que havia sido sugada para o passado, mas sim cor nenhuma. Era a primeira vez que via aquilo. Não era branco, preto, azul ou rosa... apenas não tinha cor. Era como seus olhos estivessem fechados, mas abertos ao mesmo tempo.

- Que diab...

- Acredite em mim... – a voz masculina a fez levantar seu corpo dolorido, o forçando a se sentar. – isso não é obra do diabo.

Juntando todas as forças que ainda tinha, se afastou da figura masculina e seu sotaque britânico. Ela apenas o fez por causa do susto que sua voz lhe causou, pois seu rosto era sereno e carismático, um tanto familiar talvez. Ele estava sentado em algo semelhante a um barril de vinho, era o único objeto ali.

- Desculpe, não queria assusta-la – ele disse sorrindo.

- Quem é você? – perguntou Emma.

Ele calmamente se levantou do barril, que desapareceu em um piscar e olhos, e se aproximou-se de Emma com seu simpático sorriso e lhe estendeu a mão.

- Eu tenho vários nomes, mas a maioria me chama de Merlim – mesmo extasiada com a revelação, ela aceitou a mão do homem e se puxou para cima, ficando em pé.

- Merlin... como o feiticeiro de Camelot?

- Exatamente como o feiticeiro de Camelot – ela levantou as sobrancelhas. – Surpresa?

- Eu só esperava que você fosse mais... velho – ele soltou uma gostosa gargalhada, negando com a cabeça. – Mas acho que a sua magia explicaria isso – ela sorriu sem jeito e olhou em volta. – Que lugar é este?

- Este lugar é o que eu gosto de chamar de Limbo – suspirou.

- Então... eu morri?

- Oh não! – sorriu. – Eu necessitava falar com ti antes de você voltar ao seu tempo e esse era o único jeito possível.

- O único jeito? Espera, a maçã funcionou?

Sua feição, antes carismática, se transformou em algo melancólico.

- A verdade ainda está para vir, Emma. Esse não é o nosso primeiro ou último encontro. Mas isso não é relevante nesse momento.

- E o que é?

De um momento para o outro o ar gelado que lhe causava arrepios piorou, fazendo que sua respiração soltasse uma fumaça. Merlin mirou o horizonte e Emma seguiu o seu olhar, instantaneamente lhe causado um sentimento doloroso de morte. As imagens que passavam em sua frente faziam seu coração acelerar e seu estomago revirar. O fogo nas casas lhe cegavam, os gritos implorando por misericórdia ecoavam em seus ouvidos, o cheiro da fumaça e desespero fazia sua garganta fechar.

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