Capítulo 03

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Carol
O primeiro dia de aulas. Sobreviver. Era isso que eu estava fazendo, mas não foi tão ruim quanto eu imaginei. Procurei ficar sozinha na maior parte do tempo. E deu certo, ninguém teve grandes oportunidades de se aproximar e socializar, exceto o Adriano, encontrei com ele antes de entrar pra primeira aula mas quando ele se aproximou eu saí andando, então ele desistiu. O pátio estava lotado e barulhento. Procurei um local um pouco isolado pra sentar queria ficar sozinha, precisava escrever uma mensagem pra minha mãe contando sobre o primeiro dia de aula e como eu estou. Eu preferia não ter que fazer isso, mas ela me fez prometer.
Meus planos  de ficar sozinha foram por água abaixo quando escutei uma voz chamando o meu nome em alto e bom som.
O garoto ken se aproximava, vinha em minha direção com um sorriso no rosto, me chamou como se me conhecesse há tempos, eu não queria que aquilo estivesse acontecendo. Eu precisava sair.
_Começou as aulas, o que tá achando do colégio?_ é serio, cara? Ele tá feliz?
_Normal, esperei que fosse pior. _ele sorri como se eu estivesse contando uma piada.
_É o meu último ano e eu estou bem empolgado com isso, vou aproveitar ao máximo porque isso aqui já vai acabar._ ele fala e estende os braços apontado pro pátio, ele é bem feliz e de boa com as coisas. Foi isso o que eu percebi.
_sorte sua que já é o último, ainda tenho que passar mais um ano aqui.
_E aí, você aceita sair hoje?_Rápido, sem rodeios e sem ligar pro que eu havia falado.
_Não_ falei fria.
_Então tá bom_ ele ficou meio sem graça e deu um leve sorriso.
_É que eu preciso fazer algumas coisas._eu não tinha nada pra fazer e nem interesse de sair com ele.
_tudo bem então..._ acho que ele ia falar mais alguma coisa quando me levantei.
_eu vou indo, tchau._Espero que ele desista e me deixe em paz.
_Ta bom, ruivinha, a gente se encontra._Eu fui andando e meio que deixei ele falando sozinho.

Preciso encontrar o banheiro, está quase na hora da oficina que eu me inscrevi. Já andei bastante e voltei pros mesmos lugares umas três vezes, até que volto pro pátio e vejo o banheiro. Puxo a maçaneta. Nada. A porta não abre. Merda. Repito. Merda. Porque alguém trancaria a porta do banheiro no meio do dia?
_Está trancada._ escuto uma voz atrás de mim. Não brinca.
Era a garota que eu tinha visto com o Adriano no dia da matrícula, a mesma que estava me olhando mais cedo. Ela estava sentada lá fazia um tempo já, segurava um caderno. Fiquei olhando pra ver o que tinha, eram alguns desenhos, muito bons por sinal. Antes dela perceber que eu estava olhando tentei desviar o olhar. Mas era tarde demais, acho que ela percebeu e fechou o caderno de imediato.
_Ele fica fechado normalmente, está com alguns problemas desde o começo do ano. Mas tem outros banheiros no próximo corredor a direita.
_Obrigada._Sai andando em direção aos banheiros.
Já estou um pouco atrasada pra oficina, não gosto de chegar atrasada, todos param pra olhar quem tá entrando. Isso me deixa sem graça e irritada. Em alguns minutos eu chego na sala, me perdi um pouco e quando entro a aula já começou. E o que acontece? Todos ficam me olhando, tem um garoto que me olha com um sorriso idiota, ele tentou falar comigo nas primeiras aulas. Passo os olhos pra ver um local bom pra sentar. E no mesmo instante que avisto a garota dos desenhos no final da fila, vejo o professor me chamar. Não acredito nisso. Ele me chamou pra ir até onde ele estava.
_Então gente, está aqui é a Caroline, aluna nova. Fale um pouco sobre você, Caroline. _Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo, queria que abrisse um buraco pra eu sumir. O que eu ia falar?
Meu nome é Carol Biazin, tenho 17 anos, tudo o que eu mais gosto de fazer na vida é cantar e tocar. Mas não consigo mais fazer isso.
Portanto eu também estou tentando saber quem sou pra poder falar sobre.
Eu fiquei calada por um tempo vendo o que eu ia falar.
_Eu não tento muita coisa pra falar sobre mim não._falei tímida. Eu estava ficando muito vermelha, então notei que a garota dos desenhos estava me encarando mais uma vez, mas todo o resto da sala estava, pro meu desespero.
Ele deixou eu me sentar, então sentei em uma cadeira ao lado da garota dos desenhos, era a única que estava vazia. Ela continua seria, e então escuto o professor chamar ela.
_Day, você poder vir aqui me ajudar com esses equipamentos?_ Ela se levanta e vai em direção a mesa com os equipamentos.
Então esse é o nome dela...

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