Capítulo 12

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Carol
Canto as vezes quando estou no banho e não tem ninguém por perto, me sinto bem com isso. Lembro quando fazia pequenos shows na minha antiga cidade, me sentia em casa quando estava tocando e cantando. Mas aqui ninguém sabe que eu canto, ninguém vai me ver tocar.

Passei o domingo com a Day. Fomos ao cinema de noite, depois pra quadra de basquete olhar as estrelas. Me sinto bem quando estou com ela , Day consegue rir das minhas piadas sem graça. É como se eu estivesse na beira de um abismo, prestes a cair e alguém viesse e me puxasse. E por esse instante eu queria ser salva.

Ela não dormiu na minha casa no domingo, por mais que eu tenha insistido muito. O pai dela já estava indo viajar, o estranho é que ele não passou nem três dias em casa. Mas ela resolveu voltar pra casa e se despedir dele.

As aulas do primeiro horário terminam, ainda não vi a Day hoje. A última vez que falei com ela foi quando ela mandou de manhã bem cedo: "Temos oficina hoje". Entro na biblioteca pra falar com João, depois vou pro pátio. Sento em uma mesa pra comer alguma coisa, estava com muita fome.

_Oi ruivinha._Adriano chega do nada, como sempre. E isso me assusta.
_Quase levo um susto._Falo rabugenta.
_Tava com saudade de você._Ele me abraça.
_Como você tá?
_Eu to ótimo._Ele ainda está com o braço em volta do meu pescoço.
_Legal.
_Você também?
_Eu também._Respondo e em seguida coloco um pedaço de hambúrguer na boca.
_Nem vi você sair da festa sexta feira.
_Ah, pois é._Continuo comendo.
_Eu ia te levar em casa.
_Ah, tudo bem. Eu tinha carona.

Ele não vai embora. E não para de falar, então eu fico ali escutando as longas histórias dele. O garoto Ken não era uma pessoa ruim, ele sabia ser divertido as vezes.

_Eu posso sentar aqui com vocês?_Day aparece atrás de mim, viro rápido quando escuto a voz dela. Que senta do outro lado de frente pra mim.
_Day, você sumiu o final de semana todo._Adriano fala olhando pra ela.
_Pois é, eu tava meio ocupada.
_Com o que?_Levanto a sobrancelha e a encaro.
_Com algumas coisas._Day responde mordendo o lábio.
_O que vocês estão fazendo?_Day desvia o olhar pro Adriano.
_To contando pra Carol sobre quando entrei pro time de futebol da escola._Day me da um sorriso. Acho que ela sabia de todas as histórias dele.

Por alguns segundo ficamos em silêncio terminando o lanche.

_Day, me responde uma coisa._Adriano fala com uma cara cinica.
_O que?
_Eu e a Carol não formamos um lindo casal?_Ele me abraça e encosta a bochecha na minha fazendo a Day ficar olhando pra nós dois ali.
_Por que está perguntando isso?_Day levanta a sobrancelha e respira fundo.
_Porque quero uma chance com a ruiva mais linda da cidade._Ele me abraça e sorri pra ela.
_Larga ela agora._Day não disfarça o tom de raiva.
_Não mesmo, sem chances._falo empurrando ele.
_Tudo bem, eu estava brincando._Adriano ri e não se dá conta que Day está puta.
_Você não pode sair agarrando as pessoas assim._Ela fala com raiva.
_Day, eu só estava brincando._Ela toma um pouco de suco e respira fundo.

Não demora muito pra Day se levantar da mesa, ao levantar faz um sinal com a cabeça pra eu segui-la. Espero um pouco e vou atrás dela. Vamos pros fundos do colégio, perto da quadra de esportes. Tem uma espécie de beco lá, não tinha ninguém. Parecia aqueles lugares que os alunos vão pra fumar ou beber. Day vai em direção ao beco e eu continuo seguindo ela.
Quando chegamos lá ela me empurra contra a parede, segura meu quadril com um mão e apoia a outra na parede.
_Não suportei ver ele te abraçando daquele jeito.
_Eu estava pensando, acho que a gente até formaria um casal bonitinho._Provoco ela.
_Você vai dar uma chance pra ele,Carol?_Ela fala no meu ouvido e em seguida espalha beijos pelo meu pescoço.
_O que você me diz?_Agarro a cintura dela fazendo se aproximar mais.
_Só se ele deixar eu te arrastar pra esse beco todo dia._Ela espalha beijos pela minha bochecha,em seguida da um chupão no meu pescoço me fazendo gemer.
_Ah, e o que mais?_Ela lambe o meu queixo e depois minha boca.
_Depois vou roubar você só pra mim.
_Eu já sou sua agora, faz o que você quiser.

Ela pressiona seu corpo no meu, fazendo com que eu fique presa ali. Eu estou com as duas mãos em seu quadril, nosso lábios se encontram em um beijo, muito intenso no início, mas depois com mais suavidade. Ela dá outro chupão no meu pescoço, que certamente vai ficar marcado.
_Vai ficar a marca aí._Falo sorrindo.
_To marcando território,Carol._Ela fala rindo.
_Isso significa o que?_Falo contra seus lábios dessa vez.
_Você é minha minha.

Puxo ela pra mais um beijo, colocando a mão no cabelo dela e puxando um pouco.

A gente fica ali por mais alguns minutos e depois vamos pra oficina, a única aula que eu tenho com ela. O professor já tinha iniciado a aula quando entramos. Eu sento em uma mesa perto de um garoto da minha sala, Day senta no fundo da sala.

Eu queria tanto ser inteira pra ela. Queria tanto não estar em pedaços e mostrar quem realmente sou. Porque com ela eu conseguia esquecer um pouco tudo aquilo que aconteceu.

A melhor parteOnde histórias criam vida. Descubra agora