Capítulo 09

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Carol
Eu não sabia o que era capaz de fazer com alguns goles de cerveja, nem o tanto que era bom dançar no escuro sem se preocupar se tinha alguém olhando. Eu me sentia livre aquele momento. Consegui me soltar.
Agora jogada no chão da sala, eu estava de olhos fechados escutando a música do Nirvana que estava tocando quando Day me chama pra sair de lá.
_Pra onde você quer ir?_Falo enquanto ela se levanta.
_Vamos dar uma volta._
Estendo o braço pra ela me ajudar a levantar.
_Espera aqui.
Vou atrás de Isadora e João pra avisar que estava indo embora. Ele me abraça e pede pra eu me cuidar.

Entramos na caminhonete. Day coloca um música da Amy Whinehouse pra tocar e começa cantar. Eu nunca tinha visto ela sorrir daquele jeito, nunca tinha ficado tão próxima dela também.  Observo enquanto ela canta, a janela está aberta e o vento faz com que seu cabelo fique voando. Está simplesmente linda.
_CONHECE ESSA MUSICA, CAROLINE?
_CONHEÇO SIM, DAYANE._Isso faz ela dar uma risada.
_ENTÃO CANTA COMIGO.
_NEM A PAU. PREFIRO FICAR OLHANDO VOCÊ CANTAR._Em partes isso era verdade.
_CHATA.
_EU SEI.

Day para o carro perto de uma praça. Estava um pouco frio e só existia nós duas ali.
_Vamos correr até aquela quadra,Carol.
Avisto uma quadra de basquete do outro lado da praça.
_Vamos._E então comecei a correr. Day veio logo atrás de mim e não demorou muito pra passar na minha frente. Abri os braços como se fossem asas, eu estava voando. Eu estava feliz. Day abre os braços rindo. Parecíamos duas doidas, mas eu não me importava. Quando finalmente cheguei na quadra, Day estava em pé me esperando.
_Ta tudo bem com você, ruivinha?
_Eu to ótima._Respondo sem fôlego.
_Vamos pular.
_Isso não é ilegal?
_É sim, Caroline. Tá com medo?_Me provoca
_Não sei se consigo pular isso._Olho pra cima do portão da quadra e parece muito alto.
Isso vai dar muito errado.
_Vai dar tudo certo, relaxa. Olha como eu pulo e faz o mesmo.
Ela escala o portão da quadra me mostrando o que eu devia fazer, estou com medo mas acabo fazendo o que ela me disse. Quase levo um tombo mas da tudo certo.
Day deita no chão da quadra e pede pra eu deitar também.
_Olha só o céu.
Está bem estrelado, no silêncio daquela quadra, onde só o vento fazia barulho nas árvores. E no meio do caos que estava a minha vida eu vejo um universo belo que implorava por contemplação. Algo em mim mudava de lugar, senti a eletricidade percorrer meu corpo. Eu queria que aquela noite não acabasse. Por um momento eu sabia quem era eu depois que a neblina cessa e o choro desaparece. Sinto a mão da Day tocar a minha, liberando toda aquela eletricidade que percorria o meu corpo.
_É lindo.
_Tem vezes que fico horas aqui olhando as estrelas, deitada nesse chão. Os problemas parecem menores e, por um momento não existem._Day fala ainda segurando minha mão. Sua mão estava gelada. Ela olha pra mim, tinha alguma coisa queimando aqui dentro e nesse momento eu sinto a súbita vontade que nossos lábios se encontrem. Mas ela se vira e continua fitando as estrelas.
Há tantas conversas paralelas nesse momento, sobre a escola, sobre pessoas. Sabia que os pais dela eram separados, consegui entender porque ela era sempre tão fechada. Day me contou histórias que aconteceram com ela no verão passado e, eu escutava tudo torcendo pra que ela não perguntasse sobre a minha vida.

Mas no fundo sabia que isso iria acontecer.
_E você,qual sua história?
_Bem, eu morava em outra cidade com meus pais e decidi vir morar só.
_Disso todo mundo sabe, Carol. Conte-me sobre sua vida, o que te trouxe aqui?
_Day?_Ela vira pra mim e fica esperando minha resposta.
_Oi
_Eu não quero responder essas perguntas sobre a minha vida, quando estiver preparada te conto tudo.
_Tudo bem, você não precisa.
_Promete que não vai fazer perguntas?
_O que?
_Só faz isso
_Ta bem, quando se sentir à vontade pode me contar.
_Me deixa ser misteriosa.
_Me deixa desvendar esse mistério?
Nesse momento ficamos de frente uma pra outra, sinto sua respiração perto da minha, estávamos tão perto. Queria que ela me beijasse.
Mas ela me da um beijo na testa e levanta.
_Ta muito tarde, vamos pra casa.
_Vamos.

Day
Paro o carro na frente do prédio da Carol. Já estava muito tarde.
_Chegamos, ruivinha._Deito minha cabeça no banco do carro e fico olhando pra ela com um sorrisinho no rosto.
_Foi bom estar com você essa noite._Ela sorri.
Ela é linda, cada detalhe. Eu estava com cara de boba olhando pra ela.
_Também me diverti muito está noite.
_Obrigada por isso.
_Obrigada também.
Ficamos olhando uma pra outra.
Eu não conseguia mais me conter, estava esperando o momento certo a noite toda. Mas eu não podia resistir. Então a beijei.
O encontro dos nossos lábios era perfeito, coloco a mão na nuca dela a puxando mais pra perto.
_Desculpa por isso_Falo ainda com a boca colada na dela.
_Eu estava esperando por isso a noite toda.
_Queria fazer isso faz tempo._Nosso rostos ainda estão colados e eu falo espalhando beijos em sua bochecha.
Puxo ela novamente e beijo dessa vez com mais intensidade, minha mão está no cabelo dela. Me ajeito no banco e Carol senta na minha perna. Levo minha boca até seu pescoço e tiro o casaco dela. Volto pra boca.O movimento de nossas línguas era perfeito.
Meu corpo estava em chamas. Beijo novamente seu pescoço,passando minha mão por sua costa fazendo nossos corpos ficarem mais colados. Carol está arrepiada, dou leves mordidas em sua orelha e volto pra sua boca.

Naquele momento o toque dos nossos corpos poderia ensinar o fogo como se queima.

_Vamos com calma, Dayane._Ela fala durante o beijo.
_Tem razão._Dou uma leve mordida em seu lábio inferior. Carol volta pro banco que estava sentada, abre a porta e sai.

Eu ainda estava em chamas, mas também acho melhor ir devagar.

Observo quando ela passa pela frente do carro e para perto do portão de entrada do prédio.
_Day, você ainda vai estar aqui amanhã?
_Não, eu estou indo pra casa.
_Não nesse sentido. Quero saber se você vai lembrar de mim amanhã.
_Sim, ruivinha.Como eu poderia esquecer essa noite?_Ela sorri como sinal de contentamento.
Observo ela entrar, quando não consigo mais ver ela,ligo o carro e vou embora.

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