O acidente

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Eu caminhava pela sala da casa do meu irmão, ainda estava abatida, mais não teve como recusar ir ao chá de bebê da minha segunda sobrinha. Não esperava também encontrar o irmão da Manuela, sentir que deveria pedir desculpas á ele pela forma que o tratei aquele dia. Porém não tive essa coragem e me mantir distante, mais o peguei várias vezes me observando. Sentir medo dele me odiar, tentar fazer alguma grosseria comigo e agora eu estou grávida e muito ferida.

Olhei pro meu irmão e a Manuela, eu sentir inveja, eram tão lindos juntos. Eu só posso sentir vergonha de um dia ter pensando que Manuela queria o mal para ele quando a mesma o salvou. Ela foi uma luz na vida dele. E estava ali esperando um filho dele, ver meu irmão brincar com sua barriga, acariciar, me fez pensar se um dia Júlio vai se arrepender de ter me deixado e ficar comigo. Mais eu preciso primeiro esperar ele chegar da viagem e contar a ele.

__Oi cunhada. Estar perdida em seus pensamentos. Não queria lhe ver assim, tão triste. Vamos se alegrar. Eu deixo você riscar um eu te amo titia na minha barriga. Toma... - ele me deu o batom e sorrir. Se tudo correr Bem na minha gestação, daqui uns 7 meses será ela a me dizer isso. Claro, só a parte de escrever na minha barriga.

__Eu quero sim escrever... Manuela, eu sei que não somos melhores amigas. Mais depois, gostaria de conversar com você.

Eu sentir que poderia confiar nela, ela parece ser tão boa, talvez me ajude. Eu sei que se eu dizer pra minha mãe, vai me obrigar a por Júlio na cadeia caso não queira continuar casado comigo e se ele negar o próprio filho, eu quero ficar bem longe dele mesmo o amando assim...

__Tudo bem Elis, com certeza estar precisando mesmo de uma amiga. E sabe, eu não tenho nada contra você, nem me lembro de quando brigamos.

__Não foi uma briga Manuela, eu só estava preocupada, sempre fui uma irmã super protetora. Reconheço que eu perdi aquele meu irmão, que esse aí é apenas meu irmão Lorenzo. -chorei. Eu odiava ser tão sentimental. Eu não culparia minha gestação, sempre fui assim, perco a paciência tão rápido quando perco a alegria.

__Elis, não chora. Seu irmão te ama. Isso vai mudar aos poucos. Ele continua sendo o mesmo Lorenzo. Só está curando a magoa dele aos poucos.

__É, você tem razão.

__Sempre dizem isso. - ela brinca. Acabo sorrindo por sua gracinha. Mais ainda sim aquela dor profunda continua no meu peito. Para piorar, quando olhei pro lado, lá estava ele, Pedro me olhava fixadamente ainda.

__Manuela, por que seu irmão estar me encarando assim? Estou com medo.

__Elis, pensei que seu conceito sobre meu irmão tinha mudado.

__É meio assustador, veja você mesmo.

Manuela olhou para o irmão e voltou o olhar pra mim com um sorriso no rosto.

__Talvez ele queira conversar com você. Até mesmo sobre aquele dia.

Ela disse, mais não parecia convicta de que se tratava disso mesmo. Resolvi que não olharia naquela mesma direção novamente. Assim a festa aconteceu e até que me distrair em alguns momentos.

[...]

Eu estava voltando do mercado para um apartamento que aluguei no centro, minha mãe gritou que era perigoso, mais eu disse que estava perto do meu irmão e era uma forma de tentar me aproximar dele. Mais na verdade eu não queria que ela descobrisse nada da minha gravidez. Na verdade ninguém pode saber, já se passou mais semanas desde que cheguei, nada do Júlio voltar, então ainda não é o momento certo.

Dirigia com o pensamento longe, como amar pode doer tanto. Quando foi que eu me apaixonei assim por Júlio? Não me lembro, quando vi estava aceitando ser sua noiva. Ele me dizia tantas coisas bonitas, depois me pediu para marcamos a data, quando vi, estávamos casados. Mais com a mesma velocidade que aconteceu, acabou. Júlio jogou tudo para os ares sem se importar com a minha dor, ele foi duro demais ao dizer que não me amava, foi cruel, mais foi sincero.

Se Isso Não É AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora