Capítulo VII - Minha droga

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Sabe quando você não tem nada pra fazer e fica pensando no passado?

Era assim que eu me encontrava.

O dia estava cinza e eu tinha cerca de quatorze ou quinze anos, às vezes nós não damos valor à nossa rotina, porque virou rotina, me sinto culpada de pensar que deixei tantas coisas boas sem nem dizer que elas eram boas, perder só realça a importância da coisa.

Sempre morei com meu tio, minha mãe era doente demais pra cuidar de Hanabi e eu , e meu pai além de ter que tomar conta dela ainda tinha a empresa.

Meu tio, ao contrário de meu pai era pobre, bem pobre, apesar da 'pensão' que recebia por cuidar de nós. Moravamos em Konoha, antes daquele dia, e meu pai em Tokyo.

Konoha era um lugar bem pobre, mas era o único lugar que era barato o suficiente para se viver.

Aos quinze já estava acostumada a ver crianças bebendo e fumando, o tráfico correndo solto.

Era inverno e estava em  terreno abandonado, não era sujo, só mal cuidado, o mato e as flores dominavam tudo, e só restava um grande portão enferrujado e restos de muro de um lugar que acreditava ser uma garagem no passado.

- Então vai ser hoje né Itachi? - escutava dois homens conversando de longe, pela distância das vozes eles deviam estar logo atrás do portão, e ao contrário do que qualquer um fazeria naquela situação eu fiquei lá parada, me deitando entre a grama alta e umas flores.

Tinham vezes na minha vida que eu só deixava as coisas rolarem, e eu fiquei lá, esperando escurecer ou eles irem embora. 

Itachi e Kisame, nomes familiares pra qualquer um da região, os principais pacifcadores da Akatsuki, a milícia que dominava Konoha.

Após as broncas de meu tio por chegar tarde em casa fui dormir, apesar de naquela noite em específico ter dormido bem menos do que esperava.

Tem vezes que eu não me sinto tão mal pela aquela noite, penso que a indenização que o governo deu à meu tio foi ótima, fazendo com que ele finalmente montasse seu negócio, conseguindo pagar a faculdade de Neji, ou que as homenagens à Konoha foram lindíssimas, ou que pelo acontecimento Nabi e eu fomos morar de novo com papai e mamãe, que não tinha mas tanto tempo.

Dito e feito mamãe morreu no final daquele inverno, me deixando (embora não gostasse de admitir) aliviada, aliviada por não ter que ouvir os médicos diserem quanto tempo mais ela tinha, finalmente havia acabado.

Papai se isolou ainda mais naquela época, era mentira que a dor aproximava os outros, cada um de nós era um barco, navegando por uma imensidão do mar das lágrimas, sozinhos.

Após anos sofrendo, eu estava determinada a ter uma vida feliz, leve e descontraída, sem preocupações, por isso resolvi vir morar com Nabi, não gostaria de morar sozinha, porque me afogaria em meus pensamentos, e não moraria com meu pai, não que não o amasse, é que eu não preciso de alguém que me lembre do meu passado a cada segundo.

Não preciso de mil namorados, mil amantes, ou mil noivos, só preciso de um alguém, que eu possa confiar, com que com ele me sinta segura, e por algum motivo senti isso em Naruto, a vida é uma merda! Porque de todos tinha que ser ele?! porque ele tinha de ser tão legal?! Tão carinhoso?! Tão controvérsio?! É óbvio que quando se conhece pessoas assim, provavelmente alguém já a fisgou antes de você.

(...)

Logo após um plantão cansativo resolvi ligar pra Neji, já faz um tempo que preciso desabafar, pessoa melhor que ele não há.

Estava na porta do hospital ligando pro mesmo quando ouvi uma voz conhecida.

- Olha quem temos aqui...

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⏰ Última atualização: Mar 19, 2019 ⏰

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