a conversa com lucas

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oiê, sou eu de novo. vivi, lembra? voltei pra contar minha história.
onde eu parei mesmo?? ah, lembrei. o dia que cantei pra mari.

aquele dia eu nem dormi. ficamos acordadas a noite todinha, todinha mesmo. quando eu senti sono, já era manhã. e o que uma adolescente de 16 anos faz de manhã? isso mesmo, estuda.

eu dormi em quase todas as aulas. só fiquei acordada na de filosofia, porque, cá entre nós, num tem matéria melhor.
juju começou a estranhar, porque segundo ela, eu sou a única aluna do 1º ano que dá atenção a todos os professores de todas as matérias, e de repente eu dormi em todas as aulas. ela sabia que ali tinha coisa. eu também sabia, mas ainda não era hora de contar.

pro meu azar, os demônios, também conhecidos como julia pak e lucas veiga, também conhecidos como meus melhores amigos, sabiam a senha do meu telefone. o que era óbvio, porque eu, criativa que sou, coloquei a data do meu aniversário.
enfim, eles viram a conversa com mari. nem tinha nada demais, só coisas sobre o céu e a lua, desastres amorosos - coisas abundantes quando se é jovem, e, por fim, dúvidas sobre gostar, beijar e amar uma garota.

mari me explicou tudo, eu nunca tinha beijado nenhuma menina antes, nunca tinha gostado de nenhuma menina antes, nunca tinha amado uma menina antes, mas marizinha tratou o assunto com tanta naturalidade que acabei achando ok se eu me apaixonasse por uma garota também. e ju e casvei viram issaí. daí cês já viram, né?

eu perguntei se cês já viram, mas nem viram nada não. eles até ignoraram o assunto por uma semana. não de uma forma ruim, mas de uma forma normal, sabem? nem comentaram comigo que leram as conversas, mas eu sempre sei quando eles me escondem algo. quando luquinhas resolveu me perguntar sobre, o diálogo foi mais ou menos assim:

— vivi, eu e ju vimos tua com a mariana no whatsapp esses dias.
— ah, era por isso que cês tavam cheios de segredinhos?
— é, talvez. (risos). você é lésbica?
— uai, por que essa pergunta assim, do nada?
— é que tu parecia bem apaixonada com ela, sabe? deu pra ver só pelo jeito de digitar.
— oh modeusu ti plinxiple da viviiiiiiiii. ó, eu não sei se tou apaixonada não, luquinhas. mas ela me faz bem, eu gosto muitão de conversar com ela. talvez a gente se beije algum dia, talvez não.
— toma cuidado, vi, você sabe da fama dela.
— podexá, meuamô. mas as famas nem sempre representam as pessoas, e tu devia saber disso.

eu resumi o diálogo o máximo possível, porque, como eu disse, já fazem 7 anos. eu só lembro a essência, não lembro as palavras. perdoem a memória de dori.

antes que vocês achem que minhas amizades são invasivas porque viram minhas conversas, não são. eu sempre fui muito contra esconder as coisas das amizades, e se eles sabem a minha senha, evita que eu precise falar. daí às vezes eles só chegam me abraçando porque sabem o que eu tô sentindo, ou me batendo, porque sabem que fiz merda. mas relaxem, é um tapa levinho.

ah, e a fama de lucas veiga? pegador, namoradeiro, não presta. mas luquinhas é um amor. as pessoas começaram a falar isso só porque um dia, em um jogo de verdade ou desafio, ele beijou a maioria das amigas dele. menos eu e ju, porque a gente se recusou. mas devo contar pra vocês que eu sempre achei que, algum dia, luquinhas iria se apaixonar por um homem. e se apaixonou. hoje em dia ele tá bem. bem solteiro e bem viado.

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ei gentii,
sei que falei que não ia aparecer aqui logo, mas a catarina13ac fez uma capa lindona aqui pra fic. apreciem sem moderação. um xêru, amo oceis.
clara clarinha clara clareou

drift apartOnde histórias criam vida. Descubra agora