Capítulo Três

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Tia: Vai ficar ai Índia?

Bruna: Tá suave tia.

Tia: Vai ficar lá com as meninas, conhecer as amigas da Juliana.

Bruna: Tá bom aqui tia. - sorri sem graça.

Tia: Vamos vou apresentar você. - puxou meu braço.

Ajeitei o short e segui minha tia, tinha muita gente mó furduncinho. Ela chegou na mesa da Juliana, tinha 6 garotas e 4 caras.

Tia: Gente essa é a prima da Juju, como a Juliana é mal educada eu vim apresentar. - estava cheia de vergonha, as garotas tinham maior cara de nojentinhas.

Juju: Cruzes mãe, a garota ficou sem graça. Índia, essas são minhas amigas. – ela apresentou uma a uma.

Tamires: Tem caô não linda, senta ai. - Minha tia saiu e eu me sentei.

Priscila: Tu é da onde? - eu não queria responder, porque eu morro de vergonha de lá.

Juju: Do Antares.

Tamires: Ui, conhece o bonde do Antares? O Wallace do 70? O Kaká? Esses moleques? - Eu até sabia quem eles eram, conhecia o Wallace e tinha um nojo absurdo dele. A primeira vez que o vi, ele estava com um fuzil apontado na cabeça da minha mãe. Ela devia, e foi pegar mais na boca, eles não tem pena, pode ser mulher o que for. Deve? Ou paga com dinheiro ou com a vida. Foi um dos piores dias da minha vida. Eu não ligo pra traficante, acho que cada um faz da vida o que quiser, mas eu passei a odiá lo desde aquele momento. Me limitei a responder.

Bruna: De vista mesmo.

Tamires: Me amarro na dele, muita mídia. – disse rindo

Bruna: Se você diz quem sou eu pra discordar né?!

Caline: Já fiquei com ele, ó excelente. - fez um sinal de aprovado com as mãos.

Pri: Quem nunca? -rindo.

Juju: Vocês são muito cachorras pra conversar com a minha priminha.

Bruna: Eu moro no Antares né prima, já vi e ouvi coisa que só Deus na causa. - sorri e elas riram

Julio: Mona tu gosta de morar no Antares? Acho os bailes de lá o mundo.

Bruna: Cruzes!!! Só tenho isso a dizer

Julio: Vai falar que é paty? Sai do Antares pra curtir balada de rico? Ih eu em, me amarro no povão. - ele falava batendo palmas, eu me segurei pra não rir.

Bruna: Amor, eu só não gosto do lugar. - Estava tocando Fronteira - O Rappa.

Tamires: Essa é pros irmãos!!!

Pri: É longa, mas não é perpétua. - Chegou um homem, uau que homem. Deu um beijo na testa da Tamires e entregou um presente pra Juliana. Chegou cumprimentando todos.

Tamires: Amém né Carré.

Carré: Fica na moral. - apontou pro DJ - Essa semana o bonde volta pra casa.

Juju: Serio Carré?

Carré: Sem detalhes. Cadê não vão animar isso aqui não?

Juju: Vamos lá no DJ comigo Índia, pra tu me ajudar a pegar as coisas.

Me levantei e a segui, ela falou algo com o DJ, ele soltou o funk. Funk era o que animava as festas, se bem que no momento não precisava de muito pra animar aquilo. Tinha bebida, bastante comida, tinha narguilé, gente se pegando etc.. As amigas da minha prima, eram super engraçadas, porém eram muito ligadas no tráfico, o que me incomodava demais.

Levando em consideração as circunstâncias, as famílias destruídas, os psicopatas que portavam um fuzil. Era algo que me deixava estressada. Ajudei minha prima trazer a garrafa de amarula pra mesa dela, e ela levou a de whisky. As meninas estavam dançando deixando os demais homens na mesa. Deixei as garrafas na mesa, pude ouvir a conversa: só putaria. Me sentei no mesmo lugar onde estava.

Mateus: Qual foi, não vai dançar não? - olhou pra mim.

Bruna: Eu não danço.

Matheus: Ialá, por quê?

Bruna: Prefiro comer. - Eles riram.

Carré: Tu é daqui? Nunca te vi não.

Bruna: Sou prima da Juliana, mas não sou daqui.

Carré: Por isso da chapoca.

Bruna: Quer gastar, mas não pode. Com essa cabeça ai de caixa d'agua.

Carré: Com esse balão de gás hélio que tu quem no pescoço mais um pouco tu voa.

Bruna: Tu já me passou e ainda não consegue voar. Então não tem perigo.

Mateus: Tá de bobeira, ela gasta também.

Bruna: Logo eu maneirona..

Matheus: Tua cabeça é normal cara, tua prima que tem a cabeça desproporcional. - logo ela chegou na mesa.

Juju; Desproporcional é esse teu nariz. 157 de oxigênio.

Carré: Elas são brabonas - disse rindo.

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