09 ⇝ discussion

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≡ stormy sprouse

Estou encarando-me no espelho a longos cinco minutos, tentando me preparar psicologicamente para aguentar um dia inteiro vendo Cameron pelos corredores e não falar com ele, beija-lo ou até mesmo abraça-lo. Eu deveria parar de pensar nele, mas não consigo, ele foi tão importante para mim e minha história...

Respiro fundo e me concentro em me arrumar antes que fique atrasada, como sempre. Pego minha bolsa e desço as escadas, escutando uma voz diferente do normal. Entro na cozinha e largo todos os objetos de mim para abraçar meu pai que estranhamente está em casa.

— O que faz aqui, pai?

— Me dei uns dias de folga para passar um tempo com vocês.

— Senti saudades. — o abracei mais uma vez antes de colocar as alças da mochila de volta nos ombros.

— Eu também minha filha. — Dylan apareceu na cozinha afagando seus próprios cabelos, deve estar com uma péssima dor de cabeça pela bebedeira de ontem. Também se surpreendeu por ver papai e o cumprimentou assim como eu. Mesmo sento extremamente ocupado com os negócios da família, ele sempre tira um tempo para ficar com a gente. Sentamos para tomar um café rápido e uma lembrança de uma ideia revive em minha mente.

— Pai, eu tenho uma coisa para te pedir. — ele me encarou pedindo para que continuasse. — Eu tenho um amigo que trabalha numa loja de música aqui perto, o pai dele está desempregado e ele meio que banca as finanças da casa, você não teria nenhuma vaga para poder contrata-lo? — perguntei esperançosa para um "sim".

— Primeiro eu preciso conhece-lo e fazer uma entrevista de emprego mas tenho certeza que posso facilitar para ele passar.

— Obrigada! — beijo sua bochecha e me despeço.

Vou para a lavanderia e pego o moletom já limpo e seco de Shawn, volto para a frente da casa e entro no carro já que Cole está impaciente me esperando.

• • •

As pessoas na escola estão estranhas, elas estão me olhando como se eu fosse o centro das atenções, isso nunca aconteceu. Dylan envolveu meu ombro em seu braço, dizendo que não há nada demais acontecendo. Cole já se separou de nós e foi a procura de Lili, como sempre. Rain, minha amiga, aparece correndo pelos corredores empurrando todos em seu caminho, bem a cara dela mesmo.

— S-tor-my.- soletra meu nome por estar sem fôlego para falar corretamente. — O Cameron está batendo num garoto lá no pátio, fiquei sabendo por bocas alheias que você terminou, nem pra me contar né! Mas não é sobre isso que estamos falando, acho que você conhece o garoto que está apanhando. — ela pega minha destra. — Licença gatinho.— fala apressada para Dylan e me puxa dali o mais rápido possível. Estou preocupada se Cameron vai se meter em encrencas. Argh, por que eu ainda me importo?!

Chegamos no local e meu corpo paralisa, Shawn está apanhando feio de Cameron. Passo pelos curiosos em minha frente e entro no meio da briga. Consigo proteger Shawn mas acabo ganhando um soco nas costelas por isso.

— Stormy?! Não era para ter acontecido isso, você está bem? — ele tenta tocar em mim mas empurro seu corpo de perto do meu.

— O que pensa que está fazendo Cameron? Ficou louco?

— Foi esse idiota que veio tentando me dar lição de moral. — disse com raiva olhando para o garoto no chão atrás de mim.

— E você mereceu! — Shawn se pronunciou e Cameron deu de avançar para cima dele de novo, mas impedi.

— Chega vocês dois! — abaixo-me para ajudar Mendes a levantar e se locomover, ótimo, a escola inteira está aqui assistindo. — Vocês não tem o que fazer não, bando de desocupados? — alguns saíram murmurando um "menina louca" mas estou com dor demais nas costelas para me importar com isso.

A incompetente da enfermeira nos pediu para sentarmos do lado de fora e esperar, tem um garoto sangrando comigo e ela quer que eu espere?

— Você está sendo paga para fazer seu trabalho e não para nos mandar esperar!

— Deixa Stormy, eu espero. — ele disse puxando levemente a barra da minha camisa, me induzindo a sentar.

— Isso, faz igual o seu amiguinho faz. — a mulher fecha a porta antes que possamos começar uma discussão. Eu nunca estive com tanta raiva.

— Não consigo acreditar que foi você quem começou uma discussão com ele! — digo brava sentando ao seu lado e cruzando os braços sob o busto.

— Ele mereceu!

— Não importa! — o corto. — Você não tinha esse direito, esse assunto é entre eu e ele.

— Ah claro, agora você está defendendo ele? — reviro os olhos e me recuso a responder. Continuamos em silêncio até a enfermeira chamar.

MUTUAL ↯ mendesOnde histórias criam vida. Descubra agora