MUTUAL ↯ mendes

30 ⇝ i hurt you and you still don't know it

≡ stormy sprouse ≡

Depois do dia que Shawn me contou sobre a possível promoção nós já começamos a organização de tudo. Mendes disse que conhecia dois garotos que cantavam na escola, só me lembro que se chamam Jack, e que eles também poderiam participar. Eu fiquei mais com a organização do evento em si, preparei inúmeros panfletos e fiz todos que conhecia saírem distribuindo-os por ai. Cole disse que poderíamos contar com o time da escola, Dylan com o clube de teatro e Rain fez propaganda para todos os desconhecidos que passavam ao seu lado. Ao que parece, vai bombar, e assim espero.

Desde o dia dos muffins com chocolate quente, a exatos quatro dias, eu venho fugindo de Cameron, nunca fugi tanto dele em toda minha vida. Eu não queria contato, preciso de distância e parar de ser tão idiota ao ponto de sempre voltar para seus braços. Eu não quero mais decepcionar Shawn, mesmo que venha ignorando ele nesses dias também. Estive tão ocupada com toda a preparação e isso juntou com a minha vergonha de encara-lo.

Agora estou completamente sozinha em plena sexta-feira, Cole e Dylan foram para casa de uns amigos e aqui estou eu. Escuto a campainha tocar e fico meio assustada, quem poderia ser? Desço as escadas ainda receosa e pego um taco de baseball no caminho, exagerada nem sou. Abro a porta com o taco preparado para qualquer coisa.

— O que você está fazendo? — Shawn pergunta confuso.

— Você me assustou, achei que fosse um ladrão assassino. — abaixo a guarda e ele sorri com a minha idiotice.

— Até porque se realmente fosse ele com certeza tocaria a campainha e esperaria pacientemente alguém abrir a porta. — rio da possibilidade e dou espaço para que ele entre.

— Nunca contrarie alguém que tenha um taco de baseball em mãos. — levanto o objeto de novo como se estivesse pronta para bater numa bola em um jogo.

— Apenas se souber que esse alguém nunca faria nada para te machucar. — ele se aproxima e abaixa o taco com a destra, olhando fundo em meus olhos.

Eu sinto muito por ter te machucado, e mais ainda por você ainda não saber disso.

Tive vontade de dizer, jogar toda a verdade e esperar as consequências, mas nenhuma voz passava pelo nó em minha garganta após ouvir o que ele disse.

— Você está distante de mim desde aquele dia na loja, agora digo algo e você fica em silêncio. Estou preocupado com você. — ele me segura clavícula, ainda com o olhar preocupado no meu.

— Não é nada, só ando meio estressada com tudo. As provas finais estão chegando... — procuro um bom pretexto para mudar radicalmente o assunto.

— É verdade, eu estou indo pessimamente mal na escola. — passa a mão pelos cabelos com um sorriso torto.

— Eu também! — digo fingindo animação por estarmos nessa juntos e rimos da nossa desgraça.

— Eu era quase um nerd, você é que anda me desconcentrando. — me dá um selinho rápido.

— Minha beleza desconcentra qualquer um querido. — brinco jogando os cabelos e caminho até a cozinha, com ele me seguindo.

— Você tem razão, você é a mulher mais maravilhosa que já conheci, amor. Você é incrível. — suas palavras me fazem ter um sorriso de orelha a orelha.

— Espera, repete por favor, acho que não ouvi direito. — fico frente a frente a ele. Sua altura o faz olhar para baixo e eu para cima.

— Você é incrí...

— Não, não essa parte. A parte que você me chama de amor. — o rodeio com meus braços, sentindo seu ótimo aroma e calor corporal. Suas bochechas avermelham com o que digo, ele nem deve ter percebido do que me chamou.

— Você sempre arruma um jeito de me deixar sem graça, amor. — diz a última palavra lentamente com um grande sorriso.

— É que você fica tão lindinho assim, dá vontade de te matar com beijos. — começo a deixar beijinhos por todo seu rosto, mas tudo na ponta do pé.