MUTUAL ↯ mendes

16 ⇝ sweater weather

≡ shawn mendes ≡

Eu devia ter dito, devia ter expressado meus sentimentos que guardo a tanto tempo, talvez fosse minha única chance. Eu não sou do tipo confiante de si, pegador ou do tipo "machão" que todos acham que homens devem ser. Tento não demonstrar mas sou o cara mais sensível do mundo, choro por coisas bobas assim como qualquer um, mas tenho vergonha disso. Muita vergonha.

Agora estou aqui com Stormy nos braços, pós crise de choro, sentados em banquetas em um silêncio.

— Você tem algum violão aqui? — pergunta com a cabeça em meu peito.

— Acho que tem um lá atrás, mas por que?

— Porque eu acho que devíamos ensaiar agora.

— A-Agora, mas eu não estou preparado. — gaguejei pelo nervosismo, eu realmente não tinha me preparado mentalmente para isso, cantar na frente de alguém é algo apavorante.

— Não estar preparado é ótimo, assim irá treinar o improviso, hun? — reviro os olhos com risinho.

— Não tenho argumentos agora. — levanto os braços em rendição. — Vou procurar. — procuro nos fundos da loja e acho um violão empoeirado na cor madeira clara.

Saio dos fundos e entro na parte principal, Stormy está arrumando o DVD antigo da loja, de costas para mim. Sua calça apertada marca todas suas curvas e me sinto um pervertido por estar olhando isso.

— Está corado por que? — ela pergunta me tirando do transe.

— N-Nada demais. — abaixo a cabeça envergonhado e ela volta a estapiar o DVD na tentativa de fazê-lo funcionar.

— Na verdade eu sei porque está corado, só queria te ouvir dizer. — ela gargalha e eu não sei onde enfiar a cara. — Eu sou a gênia da tecnologia! — comemora quando consegue ligar o aparelho.

— O que fez para fazer funcionar? — me aproximo.

— Nada demais. — ela sorri sacana por imitar minha fala.

— Na verdade eu sei o que fez, só queria te ouvir dizer que apenas o ligou na tomada, senhorita "gênia da tecnologia". — faço aspas no ar e rimos juntos.

— Ok, talvez eu não seja a maior gênia de todas mas garanto que sou uma professora melhor. — da os ombros.

— Ainda bem né, porque meu Deus, imagina se...

— Ai, para de denegrir a minha imagem. — me da um tapa no braço e rimos. — Vamos começar logo com isso. — sweater weather começa a tocar mas ela para com o controle.

— Sabe, não entendo porque não usa o Spotify do celular. — digo me sentando no chão, do lado de uma prateleira. Ela da os ombros ao meu questionamento.

— Bom, me mostre o que sabe! — diz depois de eu afinar o violão. Respiro fundo e ela da replay na música.

— All I am is a man, I want the world in my hands, I hate the beach, but I stand, In California with my toes in the sand, use the sleeves of my sweater, let's have an adventure, head in the clouds but my gravity's centered, touch my neck and I'll touch yours, you in those little high-waisted shorts, oh. — dou os primeiros acordes de olhos fechados para não transparecer o quanto estou nervoso. — She knows what I think about, and what I think about, one love, two mouths, one love, one house, no shirt, no blouse, just us, you find out, nothing that I really wanna tell you about, no. — escuto ela fazendo a repercussão com as próprias mãos, abro os olhos para ver isso e a vejo sorrindo para mim. — 'Cause it's too cold, for you here and now, so let me hold, both your hands in the holes of my sweater. — consigo me animar e cantar mais relaxado de olhos abertos, brincando com a voz indo em tons mais altos.

— Isso foi incrível! — ela pula em cima de mim me rodeando com os braços assim que termino os últimos acordes da música.

— Obrigado! — digo feliz por ter conseguido cantar. Ficamos em um momento embaraçoso já que ela está em cima de mim e nossos rostos estão próximos o bastante para nossos narizes se tocarem.

Um sorriso cresce em seu rosto e o lábio inferior se prende entre seus dentes.

— Eu quero muito te beijar agora. — diz se aproximando ainda mais.

— E-Eu quero muito que você me beije agora. — consigo raciocinar uma frase coerente e meu olhar se prende ao seu como um imã.

Nossos lábios se tocam suavemente antes dela se aprofundar totalmente em mim. Sua cintura se encaixa perfeitamente na minha. Suas mãos seguram minha clavícula e direciono as minhas para sua cintura, apertando mais contra mim.

Nos separamos por segundos para controlar a respiração até ela juntar nossos lábios novamente e empurrar meu corpo para se deitar no chão, aprofundando o beijo.