06

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"06"

Não tem como mais adiar. Minha mãe provavelmente me encherá de perguntas sobre a visita que fiz para Will e eu uma hora ou outra teria que contar, não é mesmo? O meu bebê está crescendo rápido demais!

[...]

Já se passaram uma semana que Willian está internado inconsciente. Desde de então foi apenas eu e eu para criar coragem e dizer tudo.

Uma semana inteira treinando em frente ao espelho o que dizer parar da a notícia aos meus pais, não seria justo agora tudo se embolar aqui dentro.

Depois de alguns segundos sentada na cama consigo então me levantar para descer.

Desço, onde encontro meus pais almoçando juntos com minha irmã.

Coisa que não se ver todos os dias, meus pais não costumam comer juntos a um bom tempo.

"Destino" que se fala né???

Me sento a mesa ao lado da Tina e pego um prato para me servir com eles.

Turbilhões de pensamentos tomam conta de mim. O medo de contar do meu bebê para os meus pais já se tinha feito em-nervosismos-e-mãos-suadas.

- Anda distraída esses dias, filha! - Minha mãe fala, me tirando dos meus pensamentos. - O que anda acontecendo?

- Nada mãe, apenas tediosa com a falta da escola. - confesso, não foi a minha melhor mentira até hoje mas dona Laura sempre cai nas minhas farsas.

O silêncio toma conta daquela mesa onde ainda almoçávamos. E não tinha mais como guarda aquilo dentro de mim, estava me matando como a vontade descontrolada em querer chorar.

- Mãe, pai. - Digo e todos se voltam para mim. - Estou grávida. - Sopro aquilo para forar sem pensar. - E o pai é o filho do senhor Jonas, o pai do meu bebê é Willian. - E AGORA sem querer menos ainda ver as reações da família depois dessa frase.

Meus pais apenas me olham esperando que eu realmente dissesse a eles que é tudo uma brincadeira de mal gosto e que eu não irei repetir mais isso.

Só que não! Eu queria muito, como eles, que fosse apenas uma brincadeira de mal gosto. Mais esse bebê está aqui a quase 3 meses e até hoje, por pura sorte, conseguir o esconder o mais possível!

- Grávida? Como assim filha? - diz meu pai ainda processando tudo aquilo. - Quando aconteceu? Como aconteceu?

Meu pai fazendo perguntas do tipo "como aconteceu?" Deu até vontade de rir da sua cara, como um homem com três filhos feitos de 40 anos pergunta pra filha adolescente como acontece para um bebê está dentro dela?

- Pai, eu só preciso do apoio de vocês. Eu, o bebê, a gente, só tem vocês. Agora com Willian inconsciente só me restou vocês. - em meio choros e soluços consigo falar com dificuldades.

Minha mãe apenas assente e me abraça, meu pai continua com o mesmo semblante frio e sério do outro lado de mesa, minha irmã mais nova ainda sentada sem entender tudo aquilo e eu apenas chorando nos braços da minha mãe.

-Precisamos conversa com os Ribeiros, Ricardo. - Minha mãe diz sem se soltar de mim. - Eles também fazem parte da vida desse bebê agora, eles também são os avós dessa criança e tem o direito de saber.

- Laura, eu não irei arcar com responsabilidades de Emma. - Se levanta da mesa ainda serio. - Emma cuidará sim desse bebê, sozinha. E não aceito que nenhuma de vocês duas atormente o senhor Jonas com assunto dessa criança! - Diz gritando com um tom autoritário. - Não por enquanto, não agora Laura! - Sai o mesmo dali bufando e nós xingando.

Apenas ficamos em silêncio que para ele foi um sim de que não iríamos mais tocar no assunto com ele.

Não por enquanto!

[...]

Já era noite, jantamos todos juntos, menos o meu pai que passou a tarde toda dentro do quarto sem falar com mais ninguém.

O clima não é mais o mesmo nessa casa a muito tempo, e acho, que esse bebê só piorará mais as coisas aqui dentro.

Assim que me desligo dos meus pensamentos nada positivos desde que contei sobre a minha gravidez para os meus pais, consigo tentar descansar um pouco.

Eu apenas quero ter uma boa noite de sono e me desligar de tudo.

Meu pequeno bebêOnde histórias criam vida. Descubra agora