CAPÍTULO 4: Brianna Belucci narrando

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Por mais que eu achasse que Verônica tivesse um pensamento um tanto quanto radical, mesmo assim eu gostava dela, tinha um carinho imenso pela segunda irmã que eu acabara de ganhar. Se dependesse de mim ela teria liberdade que quisesse dentro daquela casa, desde que não fumasse perto da minha pessoa.

Meu padrasto havia me deixado em frente ao portão do colégio, onde estava meu namorado me esperando.

Xx: Oi meu amor.

Brianna: Oi anjinho.

Xx: Que saudade que eu estava de você. - pegou em uma das minhas mãos e fomos caminhando até a minha sala de aula - Estou pensando em ir na sua casa hoje, já que faz tanto tempo que não vou lá.

Brianna: Pois é, minha mãe até estranhou que você não foi mais nos visitar. - demos um selinho demorado - O professor está chegando. Tchau amor.

Prof: Senhor Diogo, vá para sala agora.

Diogo: Eu já estava indo. Tchau Bri, até daqui a pouco. Amo você princesa.

Que sorte eu tinha de ter um namorado perfeito desses, devo ter ganhado na loteria, só pode. Como pode um ser humano ser tão fofo, lindo e carinhoso ao mesmo tempo? Não sei, não entendo isso. Mas espero que nosso amor nunca se acabe, porque namorado igual a ele eu nunca mais que vou encontrar.

Sentei no meu lugar antes que o professor de Geografia endoidasse.

Notei que Guto estava sentado na primeira carteira, enquanto seus amigos bagunçavam no fundão. Admirava em silêncio isso nele, pois tanta gente que tem condições de estudar em um bom colégio não valoriza a oportunidade que teve, enquanto tem muitos que só esperam uma vaga no pior colégio possível, apenas para poder estudar e buscar uma vida melhor. Guto teve sorte na vida e não desperdiça a oportunidade que conquistou. Ele era um garoto admirável.

Prof: Façam duplas. Quero um trabalho sobre qualquer país, de preferência algum que não é muito falado, que seja mais difícil de pesquisar. Pesquisem tudo sobre esse país e me entreguem semana que vem.

Vários amigos meus me convidaram para fazer dupla com eles, mas dessa vez eu queria alguém diferente, uma pessoa que eu quase não conversasse. Vi que os amigos de Guto fizeram a mesma coisa e ele havia negado o pedido de cada um deles, pelo visto ele queria fazer trabalho sozinho ou com alguém que não mantivesse tanto contato para que pudesse se aproximar mais.

Guto: Pelo visto só sobrou eu e você.

Brianna: Vai dizer que você recusou fazer trabalho com os seus amigos para fazer com alguém que você nem conhece direito.

Guto: Exatamente. Queria fazer trabalho com alguém que fosse responsável o bastante e que não me deixasse fazendo as coisas sozinho.

Brianna: Espero que você não faça isso comigo.

Guto: Jamais faria. - sorrimos um para o outro, na realidade nunca havia percebido o quanto o sorriso de Guto era lindo - Então, vamos fazer sobre qual país.

Brianna: Pensei em Azerbaijão. O que acha?

Guto: Boa garota!!! Gostei pra caramba, é diferente.

Ficamos conversando até a aula acabar. Depois teríamos duas aulas com um filme sobre genética, o que com certeza me daria sono.

As duas ultimas aulas antes do intervalo passaram voando, porque fiquei o tempo todo conversando com Guto, acho que nunca me diverti tanto com alguém como me diverti em apenas três aulas junto com uma pessoa.

Saí da sala rindo com o meu parceiro de trabalho de geografia, até dar de cara com meu namorado de cara feia para mim.

Diogo: Posso saber o porque esse mendiguinho está andando com você?

Brianna: Ele não é mendiguinho. Estamos fazendo trabalho de geografia juntos. Qual o problema?

Diogo: O único problema é esse cara aí. Brianna, ele morava na rua, roubava, capaz de ele querer roubar seu celular, sua carteira. Meu amor, tome cuidado. - falava cinicamente

Brianna: Di, ele não vai fazer nada. Para com isso.

Diogo: Fica longe da minha namorada. Entendeu?

Guto: Não, eu não entendi. Explique melhor.

Brianna: Guto, para.

Diogo: Além de pobre, é burro. Você está me tirando do sério.

Guto: Ok. E o que mais?

Diogo: E o que mais? E o que mais é isso aqui. - Diogo deu um soco na boca de Guto - Fica longe da minha namorada seu mendigo de merda. Qual é cara? Ficou com medo de apanhar? Tira a mão da boca e cai dentro.

Brianna: Diogo!!! Você já passou dos limites!!! Chega!!!

Diretor: Qual o problema aqui?

Guto: Problema nenhum. Só ganhei uma cotovelada na boca sem querer.

Diretor: Estou de olho em vocês dois. Guto e Diogo, fiquem atentos.

Não acreditei que Guto não contou ao diretor o que havia acontecido, só queria entender o porque ele fez isso.

Diogo veio em minha direção para irmos passar o restante do intervalo juntos, mas hesitei e fiquei com o pessoal da minha sala, os quais estavam preocupados com Guto.

Brianna: Guto, me perdoa. Eu... - ele me interrompeu.

Guto: A culpa não é sua, fica tranquila. Eu que banquei o folgadão aquela hora.

Brianna: Por que você não contou o que aconteceu?

Guto: Porque eu não quero confusão pro meu lado, não quero que o meu pai e meu irmão fiquem com uma impressão ruim de mim. Não quero me queimar com eles.

Brianna: Você é maravilhoso, sabia? Eles devem sentir o maior orgulho de você. - sorri para ele.

Caminhamos até a nossa sala e sentamos um ao lado do outro.

Guto: O seu padrasto vai vir te buscar hoje?

Brianna: Não, não. Ele trabalha até tarde junto com a minha mãe. Acho que vou de carro com o Jorgito, namorado da minha irmã.

Guto: Ah, entendi. Ia te convidar para ir de carona comigo e com o Fernando, hoje vamos almoçar num restaurante de boyzinho.

Brianna: Você nem me convidou. Me convida que eu aceito.

Guto: Vamos então? E aí depois vamos lá pra casa e já fazemos o trabalho. Fica tranquila que tem gente em casa. - ele riu - E aí?

Brianna: Por mim tudo bem.

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