a inércia de diana

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os pés de jiyong doíam, e definitivamente não era por causa dos calçados que ele estava usando. aquela era a sexta volta que ele dava pela loja física da peaceminusone, conferindo se todas as coisas estavam em seus devidos lugares e se todos estavam à postos, analisando todos os mínimos detalhes com olhos extremamente críticos. seu coração martelava dentro do peito, ansioso pelo momento em que as portas do estabelecimento fossem finalmente abertas e mais um passo importante em sua vida profissional fosse dado.

o kwon estava a caminho da sétima volta quando parou em frente a um dos espelhos de corpo que decoravam e auxiliavam o local, analisando a si mesmo. além da calça social e sapatos pretos, ele também trajava um terno preto com silhuetas de trevos de quatro folhas brancos, que o decoravam simetricamente e por completo. pelo espelho, ele também notou seunghyun em um canto, vestindo um terno escuro e elegante — presente de jiyong — e tirando tantas selcas e fotos das coisas, das roupas e das decorações que o rapaz não queria nem ver as stories do instagram dele quando finalmente chegassem em casa.

— é daqui a cinco minutos! — o moreno não conseguia parar de sorrir. — como você está?

— feliz. um pouco tenso, mas vai dar tudo certo.

— vai sim. você merece.

e kwon jiyong, rapaz que nunca teve uma vida fácil desde os seus dias mais pequenos, realmente merecia. seunghyun entendia perfeitamente o sorriso pequeno e orgulhoso que seu hyung tinha nos lábios quando as portas da loja finalmente foram abertas, e a fila que aguardava na fachada vibrou em animação. ele observou com satisfação o ambiente da loja ser invadido e os fotógrafos e emissoras que ali estavam irem à loucura, não se importando de ser alvo da câmera de seunghyun e sabendo que faria parte de mais uma das stories daquele dongsaeng.

a verdade é que ele estava acostumado a ser alvo das lentes das câmeras, independentemente dos donos das mesmas, e também estava acostumado a ser alvo de inúmeros olhares. contudo, diana reymond definitivamente não estava acostumada a ser alvo do olhar de jiyong, que bambeava suas pernas e tornava difícil o equilíbrio enquanto ela caminhava pela loja em sua direção. ela o enxergava em cada pedacinho do lugar: nas roupas, nas músicas que soavam baixinho e, principalmente, na arte que decorava o lugar.

— oi. — cumprimentou com um aceno, tendo em mente a intenção de ser breve.

o rapaz sabia que diana vinha — ele mesmo havia convidado a moça, após youngbae acidentalmente dar-lhe essa ideia, mas nem isso foi capaz de diminuir o susto que ele levou ao ver a loira. estava tão ocupado e focado na loja que havia esquecido completamente de que havia algo nomeado como coisas que existem além da peaceminusone. ele quase a cumprimentou em coreano, até lembrar-se que estava em solo britânico.

— olá. você veio.

— eu não ia perder esse evento por nada. está tudo tão lindo. — comentou, olhando em volta. — lembra você.

— oh, eu sou bonito?

não era isso que ela queria dizer (embora concordasse TOTALMENTE): na verdade, o que ela queria dizer era que a loja lembrava jiyong, mas o mesmo acabou unindo este comentário ao anterior e fez com que a reymond contraísse um violento rubor nas bochechas.

— eu estava falando que a loja lembrava você! — falou, rindo em meio ao nervosismo que subia-lhe a cabeça. — mas, sim, você é...

— entendi. — o de cabelos laranjas acompanhou seu riso.

diana balançou a cabeça com uma mão de encontro à testa, ainda a soltar alguns risos envergonhados. ah, o sorriso dele era tão bonito...

— desculpe.

— está tudo bem. você quer ver... — o correto era some clothes, certo? — algumas... roupas?

— sim, eu quero ver algumas roupas. — a moça enfatizou, brincando com a confusão do rapaz do mesmo modo que ele havia brincado com a dela.

jiyong assentiu com a cabeça baixa, tentando esconder o tímido e envergonhado sorriso que invadiu seus lábios após a atitude anterior. ele a guiou pelas araras, parando algumas vezes para cumprimentar os visitantes e acenar para as câmeras. a que ia atrás não se incomodou: supunha que devia ser algo costumeiro na vida daquele rapaz, e era divertido ver toda aquela realidade de perto.

após quase exatos quarenta segundos acompanhando diana pelas araras de roupas, tempo insuficiente para que a mesma pudesse escolher uma vestimenta para provar, o kwon teve de deixá-la para voltar aos seus afazeres. no entanto, meros quarenta segundos pareciam ter sido extensas quarenta horas, de forma que ele havia até mesmo esquecido por um momento que estava em meio à inauguração de sua loja. era realmente insano pensar em como o tempo ia cessando conforme ela se aproximava dele. os poucos momentos e a rápida conversa que tiveram poderiam ser facilmente eternizados em suas memórias, inertes em um universo paralisado e colorido com os seus tão apaixonantes tons pastéis.

colors; kwon jiyongOnde histórias criam vida. Descubra agora