Naive words

Capitulo 4

             Caminhamos até a vila e nos escondemos em um beco, ele se apoiou em uma parede e massageou a testa, estava ofegante, com raiva.

             - Como você faz isso? - não entendera - Uma hora é uma garotinha prestes a desmoronar, e na outra é uma guerreira corajosa. - aquilo não era para ser um elogio, mas soou como um, sorri.

             - Acho que tenho um estoque de raiva que preciso colocar para fora de algum jeito.

            - Então precisa aprender como usá-lo. Amanhã, aqui. Vou treiná-la.

            - Mas você disse que... - ele saiu andando e me deixou falando sozinha.

           - Nascer do Sol. - virou a esquina. Acabara de lembrar que não sabia onde ia dormir, procurei por Falcon mas não o encontrei, perguntei a todos se sabiam onde ele estava e ninguém sabia. Decidi dormir ali mesmo, no beco, me deitei no chão, tentando não reparar o quão duro ele era. Demorou um pouco mas peguei no sono.

           No meio da noite, percebi que alguém me carregava, abri os olhos devagar e os forcei para ver o rosto no escuro. Era Jonas.

           - Disse para me encontrar ali, não dormir. Falcon me fez te procurar em toda parte, e agora você vai ter que ficar na minha casa. — ele bufou irritado

           - Seus pais não se incomodam?

           - Moro sozinho. Volte a dormir, vai ser um longo dia. - ele caminhava rapidamente na escuridão, só via seus olhos, que vez ou outra me encaravam. Fechei os olhos lentamente, relutante, não queria dormir nos braços de um completo estranho, além de que eram muito duros e desconfortáveis. Me sentia um bebê, minha consciência dizia para sair, mas meu corpo a ignorava completamente, traindo a mim e a minha dignidade. Depois de um tempo senti a maciez da cama em minhas costas e abri os olhos lentamente. Jonas me encarava.

           - Boa noite grandalhão.

           - Boa noite pequenina. - assoprou a vela ao meu lado e saiu.