Capítulo 5

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Entro em casa depois de uma viagem mais longa do que esperava, provavelmente porque passei o caminho inteiro pensando nas palavras de Luna. Como eu a esqueceria? E, afinal, por que eu iria querer fazer isso?

- Sim, ele tem mais ou menos 1,90 de altura, cabelo cacheado. - minha mãe falava, sua voz desesperada e chorosa. Caminho lentamente até ela e seus olhos caem sob mim. - Ele está aqui! Ah, graças a Deus, ele está aqui!

Anne desliga o telefone e corre até mim, me abraçando com tamanha força que cogito a ideia de ter quebrado uma costela ou duas.

- Eu to bem, mamãe. - acalmo-a, fazendo carinho em seu cabelo. Depois de muitos soluços, ela se acalma e eu quase desejo que ela continuasse chorando, pois vejo em seus olhos aquele olhar que significa problema.

- Harry Edward Styles, onde você esteve?! - ela soa claramente puta e eu sei que ela tem total razão, mas veja bem a culpa não foi minha!

- Eu fui na casa de uma amiga e esqueci de avisar, desculpe mãe. - pego suas mãos, beijando-as numa tentativa vã de aliviar minha barra.

- Amiga? - seu tom é acusatório e eu percebo como isso deve ter soado em sua cabeça.

- Oh Deus, mãe, não assim! Só amigos, ela queria me ajudar em cálculo porque, - meu cérebro começa a trabalhar a mil a procura de uma desculpa convincente. - porque eles estão alguns tópicos a frente da escola antiga e eu estava perdido.

- Perdido em cálculo? - ela pergunta, surpresa. Estou rezando como nunca antes para que ela engula essa. Sempre fui um gênio para cálculo, então sei que usei a pior desculpa possível, mas foi a única coisa que meu cérebro conseguiu pensar e considerar no mínimo passável. - Certo.

Meu pai entra apressado, o rosto vermelho e o suor cobrindo toda sua camisa. Ambos o olhamos, franzindo a testa.

- O que houve? - minha mãe pergunta, me soltando e caminhando até ele.

- Eu fui assaltado. - seu tom era desesperado e minha mãe ficou alarmada.

- Você está bem? O que levaram? Eles te machucaram? - ele balançou a cabeça diante ao excesso de perguntas da mamãe, que virou seus olhos para mim. - Querido, vá tomar um banho enquanto eu cuido do seu pai. Por favor, nada de sair escondido.

Abro minha boca para protestar, mas seu olhar severo volta, o que faz com que eu me cale e suba apressado. Entro em meu quarto e percebo que minha mochila e meu celular estão em cima da cama. Franzo a testa e me aproximo, vendo um bilhete em cima da mochila.

Abra o bolso da frente.

Abro apressado, curioso. Dentro, encontro um pequeno colar e outro bilhete.

Seguir em frente e esquecer é o melhor a fazer, lembre-se disso, Harry.

A maneira delicada e perfeita que Luna escrevia o "H" chegava a ser hipnotizante. Guardo os bilhetes na gaveta do meu criado-mudo e analiso o colar. A corrente de prata é simples, mas o pingente de lua me impressiona. É maravilhoso. Reviro os olhos, mas não deixo de sorrir com a ironia. Luna. Lua.

- Como esquecer assim? - sussurro em um suspiro. Deixo o colar em cima da cama e pego meu celular. Tinha três mensagens do Nathan.

"Está vivo?" 

"Você sumiu. Você tá bem?"

"Me liga quando puder, preciso te contar uma coisa."

Deixo o celular de lado, decidindo ligar para ele depois do banho. O dia já está no fim e percebo, pela primeira vez, que estou cansado. Depois de um longo banho, me enrolo na toalha e paro pra me ver no espelho.

Cursed // H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora