~Scott
Depois de passar todo meu verão na cidade pacata e sufocante onde meus avós e Kimberly moram, voltar e respirar o ar de Vancouver novamente é revigorante.
- Kinney, amigão - observo meu melhor amigo caminhar em minha direção
-Pensei que ia me trocar por alguma caipira.
- Para com isso, Owen, achou que eu me esqueceria do nosso casamento.-brinco o cumprimentando com um abraço.
A família dos Chan e a minha são muito amigas, e conheço esse bastardo desde que me conheço por gente. Ele sempre esteve comigo inclusive quando fui pego tentando roubar o resultado das provas na Middle School e também quando eu quebrei o braço tentando andar de skate, aos 15. Gosto de pensar nele como um irmão.
- E como está a Kim?
-Tá legal! O que posso dizer ela ama a terra, mudar para Ontário fez bem para ela.
- Show
Depois de perder o noivo em um acidente de carro, minha irmã não era mais aquela menina alegre com quem cresci. Ela vivia se culpando por ter chamado o Rick para aquela viagem, o carro que estavam teve uma falha mecânica e eles perderam o controle. Kim não sofreu muitas lesões graves, mas dava para perceber que o brilho nos olhos tinha sumido. Nossos pais decidiram mandá-la para morar com nossos avós, porque eles já estavam cansados não podiam mas ficar sozinhos e Kimberly precisava de paz.
- Mas e aí, o que aconteceu por aqui enquanto estive fora? - pergunto enquanto fecho meu armário.
- Nada demais, as festas da galera foram ótimas e recebemos alguns alunos novatos - essa escola já foi mais animada.
Vamos em direção a galera, Owen passa o braço sobre o ombro de uma garota, cumprimentamos os outros caras e respondo várias perguntas sobre como sobrevivi ao interior. Sinto braços circundarem meu tronco e sei que é a Âmbar. Giro meu corpo em sua direção e deposito um beijo na sua testa e sorrimos.
- Senti sua falta, Scott.
- Também senti a sua.
Eu e Âmbar somos amigos, mas nossa relação às vezes pende para uma amizade com benefícios, porque nunca quisemos assumir nada e a verdade é que não chego a gostar tanto dela nesse sentido. Viramos para ouvir sobre o que o pessoal conversava e depois cada um foi para sua aula.
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Enquanto o professor não chegava eu conversei com uns alunos, depois fui me sentar no meu lugar que era em frente ao de uma garota de cabelo vermelho que eu nunca tinha visto por aqui. Novata.ºººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººº
Fazia uma semana que eu havia voltado para a escola e hoje eu estava especialmente animado, à noite seria minha festa de boas vindas. Eu e meus amigos fazíamos festa por qualquer motivo ou até por motivo nenhum, era bom de qualquer forma. Durante o intervalo enquanto ia para o refeitório encontrar o pessoal, vi a Âmbar e o Henry discutir com uma garota. Problema. Sempre que tinha alguma desavença com alguém Âmbar não reagia bem. Observei ela derrubar a garota e sussurrar algo em seu ouvido, qualquer um que visse pensaria que a menina era desastrada e a Âmbar se abaixou para ajudar, mas eu a conhecia muito bem.
Ela e Henry caminham até mim.- O que aconteceu ali? - aponto para onde estavam.
- Aí, uma nojentinha que esbarrou na Amb e manchou a blusa da nova coleção - Henry responde com uma careta.
- E a senhorita tá pensando em fazer o quê? - me direciono a morena.
- Ainda não sei, só não pode ser igual aos outros, meu tio já tá pegando no meu pé.
- A garota só esbarrou em você, deixa pra lá - peço a puxando pela cintura - Por que em vez disso, você não pensa em algo para fazermos depois da festa?
- Não posso simplesmente deixar pra lá, mas eu posso pensar nas duas coisas, baby.- diz e me beija.
Complicada.
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Decidimos fazer a festa na casa do Henry, já que se fosse na minha, meus pais me baniriam de vez para àquele fim de mundo, com a desculpa de que sou um rebelde incurável, qual é, eles mal me conhecem.Não demorou para ficarmos altos, inventar drinques era o forte do Ethan, e ele tava inspirado.
- Scott! Vem cá, amorzinho. Eu pensei. E tive uma ótima ideia. E te inclui- ouço a voz agora muito arrastada, de Âmbar se aproximar.
Ela se senta na minha perna e passa o braço pelo meu ombro, enquanto divaga sobre seu plano de vingança contra a menina sem sorte de mais cedo.
- Você quer que eu o quê?
- Aíque lerdo. Quero que seduza e quebre o coração da sardenta, só.
- Amb- bufo - você tá louca? Primeiro, isso é infantil pra caramba.
Segundo, não é para tanto foi só um blusa. Terceiro, se eu aceitar
essa insanidade de ideia de criança, o que eu ganho?- Muitas dúvidas, meu caro, mas vou esclarecer. Eu estou plena e bebidamente consciente sobre minhas atitudes. Não é infantil, é engraçado. Era só uma blusa muito maravilhosa. Se aceitar eu fico te devendo e pode me cobrar quando e o que quiser. Fechado Scott Kinney? -estende a mão pra mim.
Porque sinto que estou prestes a fazer uma besteira se é só uma garota?
- Fechado, Âmbar Preston - aperto sua mão.
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Flame
Teen FictionAlice Palmer não conhece os pais ou os avós, mas tem o amor de sua tia Lucy, e a companhia de seus livros. No último ano do colegial ela vive no seu silêncio perfeito. Após, voltar de um temporada na casa da avó, Scott Kinney volta ao seu posto de b...