9.Capítulo

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_ Um abraço, nunca viu?_ Alex responde quando nos separamos, eu rio do que ele falou o mesmo também.

_ Eu sei que vocês estavam se abraçando idiota_ Kaio fala meio irritado. Garoto estranho.

_ Então por que tá perguntando animal?_ Ficar perto do Alex é sinônimo de riso.

_ Por... Deixa pra lá_ Ele sobe a escada correndo, acho que ele foi pro quarto dele.

_ Maluco_ Ouço Alex murmurar.

Depois disso guardei os meus presentes com a ajuda de Alex, quando terminamos de guardar as coisas Angela pede para ver meus ferimentos e diz que tá melhorando. Alex me explica como usar o celular que eu ganhei e eu aprendo rápido, ele faz uma conta pra mim no Facebook mas eu não boto minha foto nem meu nome verdadeiro, depois de um tempo ele vai embora e eu vou pro quarto e fico no YouTube escutando música no fone de ouvido que veio com o celular, o nome da música que eu estou escutando se chama The Is Gospel é muito boa.

Fico escutando as letras da música e me esqueço do mundo ao redor, sempre gostei de música, eu ficava cantando quando estava em casa, a minha mãe tinha alguns DVDs de músicas e eu ficava escutando e cantando ao mesmo tempo. Minha mãe dizia que eu tinha uma voz muito boa mas eu não achava, sou despertada dos meus pensamentos com a porta se abrindo revelando uma confusão ruiva tentando equilibrar uma bandeja de comida nas mãos, essa cena me faz ri e descer da beliche e ajudar ela, pego a bandeja e boto em cima de uma mesinha de estudo que estava no canto do quarto.

_ Valeu, achei que ia derrubar tudo no chão_ Ela limpa o suor da sua testa e eu rio da sua cara_ Tá rindo né peste? Eu me matando pra te trazer a comida e tu ri da minha cara. Ho mudo injusto_ Ela faz drama se jogando na cama de baixo da beliche.

_ 'Não precisava trazer eu descia pra comer'_ Me sento na cadeira e começo a comer.

_ Sei que você, mesmo que não diga, ainda tá meio desconfortável por tá aqui_ Não falo nada pois é verdade, ainda não me acostumei com tudo isso_ Então resolvir trazer a comida pra você, meu braço não ia cair e eu não ia morrer por isso.

Sorrio e volto a comer, ela saí do dizendo que tem que resolver alguns problemas, termino de comer e escovo os dentes depois desço e levo a louça suja para pia e as lavo. Depois que termino volto pro quarto e fico na janela enorme do quarto olhando o lindo jardim que a casa possui, o vento frio bate no meu rosto e eu fecho os olhos apoiando a cabeça nos meus braços que estão apoiados na janela. Fico por um tempo olhando o jardim até Kaio aparecer com a garota de ontem, acho que o nome dela é Carol, Katy me disse que eles dois ficam algumas vezes mas não é nada sério, pelo menos para o Kaio pois para a tal Carol eles são namorados e por isso eles vivem brigando. Ele olha para a janela e me encara, ele fica me encarando e eu não desvio meus olhos dos seus, eu tenho essa mania, se alguém me encara eu o encaro de volta. Ele desvia o olhar quando a garota começa a gritar que ele não está prestando atenção nela e eu saio da janela, não tô afim de ficar escutando discussão dos outros, já basta as do Gabriel e da minha mãe.
Desço as escada e não sinto dor na minha costela como antes, os amigos do Kaio estão esparramados no sofá assistindo TV, quando Alex me vê se levanta e me abraça. Eu não gosto muito de abraço, me aguneiam, não sei, não gosto que toquem muito em mim.

_ Iai, as costelas estão melhor?_ Afirmo com a cabeça_ Então podemos começar as aulas de Skaty.

_ Nem pensar, ela tem que ficar um mês sem fazer esforço_ Angela diz entrando na sala_ Ela já fez muito esforço que não devia_ Alex faz um beicinho que da vontade de morder de tão fofo.

_ Tá bom, mas quando melhorar vamos começar as aulas_ Ele adverti eu rio.

_ Katara vamos no meu escritório? Preciso falar com você_ Ela diz e eu afirmo novamente e vou atrás dela para o escritório_ Senta_ Ela diz assim que entramos na sala, o escritório dela é todo de madeira até o chão, ela se senta atrás da mesa que está cheia de papéis e com um computador ligado_ Eu tive notícias da sua mãe e acho justo você saber como ela está.

_ Ela tá bem? O Gabriel fez algo com ela?_ Pergunto rápido e preocupada.

_ Calma, ela está bem na medida do possível_ Ela diz fazendo uma cara de desgosto.

_ Sei bem o "Está bem" dela_ Falo com deboche e com raiva_ Ela deve tá cheia de hematomas_ Solto um suspiro e engulo o choro.

_ Pois é, eu e meu marido estamos procurando um jeito de tirar ela de lá_ Ela fala e eu levanto a cabeça já que tinha abaixado a mesma.

_ Tem como tirar ela de lá?_ Falo um alegre por essa informação.

_ Ainda não temos uma informação concreta mas estamos averiguando_ Ela fica um pouco tensa depois que acabou de falar_ Katara tem outra coisa que você precisa saber?_ Ai meu Deus.

_ O que?_ Sai mais com um sussurro.

_ Seu pai pode está vivo_ Acho que eu morri. Não sinto meu coração bater, assim como não sinto o ar entrando pelo meus pulmões. Como meu pode está vivo? Eu lembro do enterro dele. Não tem como.

_ Co... Como?_ Gaguejo sentindo lágrimas caírem dos meus olhos_ Eu fui no enterro dele, eu me lembro.

_ Mas não era ele no caixão, era outro_ Ela fala com certeza na voz.

_ Então ele não "pode" está vivo, ele está vivo_ Ela assente com a cabeça.

Minha vida parece ter desabado nesse momento, toda a minha vida eu passei chorando porque eu queria que meu pai estivesse vivo para proteger a mamãe e a mim do Gabriel, e agora, eu descubro que ele está vivo. Não sei se fico feliz por ee está vivo ou com raiva por ele não ter voltado para casa.

_ Por que ele não voltou para casa? Para a família dele?_ Limpo minhas lágrimas e tento me recompor.

_ Ele não sabe que vocês estão vivas_ A encaro como se ela tivesse três cabeças_ O meu marido é dono de uma empresa de armas, então ele fez uma entrevista de emprego para pessoas que entendi de armas como seu pai, tudo era fachada, era só para atrair seu pai até a empresa. Quando foram entrevistar ele e perguntaram sobre a família ele disse que morreram em um encendío de uma igreja chamada Santa Rosa (Inventei essa igreja), e depois disso ele veio pra cá, para recomeçar_ Ela explica e eu me lembro que antes de virem dizer que meu pai tinha "morrido" a igreja que eu e minha mãe frequentavamos tinha sido encendíada e matado várias pessoas.

_ Mas... Mesmo assim. Ele tinha que ter voltado para fazer a papelada do enterro_ Falo nervosa.

_ Não se você tivesse sido carbonizada e seu "melhor amigo" fosse levar as cinzas até você_ Ela faz aspas e fala com deboche melhor amigo.

_ Gabriel_ Uma raiva vem na hora quando percebo quem foi o responsável por destruir minha vida.

Gritos no SilencioOnde histórias criam vida. Descubra agora