_Está_ respondo, sinto meus olhos pesarem.
_Vou te deixar dormi_ ele se levanta e sai.
Meus olhos se fecharam e eu dormi profundamente, durmo como a tempos não durmo.
Minha visão esta meio embaçada, mas sei onde estou, é um campo onde minha mãe me levava quando meu pai era vivo. Eu estava deitada em cima de um pano vermelho quadriculado que estava estendido em cima da grama alta e verde. Levanto ficando sentada na toalha, minha visão vai se ajustando e eu consigo ver tudo perfeitamente, a minha frente um pouco distante de onde estou tem um homem em pé segurando uma criança, ela deve ter 1 ano ou mais, seus cabelos eram castanhos igual ao meu e sua pele branquinha, ela está tentando anda mas tropeça nos pés.
_Está quase conseguindo minha garotinha valente_ o homem diz, sua voz é calma e suave. A garotinha tenta mais uma vez e consegui da um paço sem tropeçar, ela da um sorriso enorme, mas não chega ao tamanho do sorriso que o homem está dando_ Isso minha garotinha valente, você conseguiu_ ele exclama alegre.
_O que ela conseguiu?_ uma voz que eu conheço muito bem pergunta. Me viro em direção a voz e vejo a minha mãe, ela está diferente, parece mais jovem, ela está vestindo um vestido azul que vai até seus joelhos.
_Ela conseguiu andar sozinha_ ele diz ainda sorrindo. Eu tento olhar para o rosto do homem mas não consigo, só vejo seu sorriso, mas o resto do rosto não. Minha cabeça começa a doer e minha visão começa a ficar embaçada de novo, eu vou ficando sem ar, me deito no chão pois não consigo ficar em pé. Antes de fechar os olhos vejo o homem e minha mãe se abraçando com a garotinha no meio dos dois sorrindo. Ela pega o cordão que está no pescoço dele e fica o olhando como se fosse a coisa mais linda do mundo.
O cordão é igual ao que eu uso. Ele é o meu pai. Penso antes de apagar.
Acordo em um sobressalto, estou suada e com a respiração descontrolada. Minha garganta está seca, desço a pequena escada e vou em direção a porta.
_A onde você vai?_ uma voz pergunta fazendo eu da um pulo de susto e encara a pessoa na mesma hora, era katy_ Desculpe se eu te assustei.
_'Tudo bem, eu ia beber água'_ faço sinais de libra.
_Ata, você não ta com fome?_ essa pergunta faz meu estômago roncar_ Acho que sim_ ela diz sorrindo e eu também faço o mesmo.
Descemos as escadas e fomos para cozinha, mas antes de chegarmos lá passamos pela sala onde estava o kaio, Alex, Dillan e mais um garoto que eu não sei quem é, com 6 garotas sentadas no chão. Quando passamos 2 delas vieram atrás da gente, uma tinha cabelo rosa e a outra cabelo preto, ambas eram brancas, muito branca.
_Oi meninas, essa aqui é a Katara_ ela diz apontando para mim_ Katara essas aqui são minhas amigas a Beatriz_ ela aponta para a garota de cabelo rosa_ E essa aqui Fernanda_ ela aponta para a garota de cabelo preto.
_Oi_ elas falam juntas. Eu sorrio de lado pois não posso falar.
_Ela não falar gente, meio que ela tem um problema na voz e tá fazendo um tratamento para voltar a falar_ ela explica.
_Atá, mas como você se comunica?_ a Beatriz pergunta.
_'Libras ou eu escrevo em um bloco de papel'.
_Que?
_Ela disse que se comunica por libra ou escreve em um bloco de papel_ Katy explica.
_Acho que a Katy vai vira o nosso tradutor_ a Fernanda fala rindo.
_Por que?_ Katy faz uma cara de confusa que da vontade de ri.
_Porque não sabemos nada de libras, então você vai traduzir tudo o que ela falar, quer dizer... fazer , sei lá... esse treco com as mãos_ a Fernanda fala e todas nós caímos na risada.
_Ta gente, deixa eu botar alguma coisa para a Ka comer_ ela vai em direção a geladeira e pega uma torta de morango_ Só tem isso para comer_ ela bota um pedaço para mim com um copo de chocolate gelado para mim. Ela bota para ela e as meninas também, comemos conversando, quer dizer as meninas conversando, eu só escutava o que elas falavam. Já está de noite.
_Vamos assistir um filme?_ Beatriz sugere depois que acabamos e botamos a louça sujar na pia.
_'Eu vou banhar e trocar de roupa'_ falo para a Katy e ela explica para as meninas o que eu disse, fomos em direção a sala e eu em direção ao quarto.
Entro rápido no quarto e pego minha mochila e vou em direção ao banheiro, tiro minha roupa e jogo no lixo, ela tava rasgada e com manchas de sangue e eu não ia usar de novo. Entro no box e ligo o chuveiro, a água esta gelada, mas não me importo, meus pensamentos vão direto para minha mãe, será que ela está bem? O que foi que o Gabriel fez com ela? Paro de pensar nisso e me concentro em me banhar. Minha costela ainda dói, mas não como antes. Termino meu banho e me enrolo na toalha, saio do box e me sento no vaso com a tampa fechada, pego minha mochila que eu tinha deixado em cima da pia e pego uma calça moletom cinza e uma blusa de manga comprida moletom que fica um pouco colado no meu corpo cinza, ela tem um capuz e 2 bolsos na frente,
Saio do banheiro e encontro Katy deitada na cama debaixo mexendo no celular, quando me ver ela levanta e fica sentada na cama.
_Vim verificar se ainda estava viva_ ela sorri e eu também.
_'Só vou pentear meu cabelo'_ ela confirma com a cabeça e eu penteo meu cabelo rápido, só que eu me lembro que eu não tenho chinelo_ 'Katy você pode me emprestar um chinelo'_ pergunto sem graça.
_Claro_ ela se levanta e vai até seu closet que é enorme_ Quanto você calça.
_'38'.
_Acho que eu tenho um chinelo com esse tamanho_ ela mexe algumas coisas e depois grita_ ACHEI_ ela vem em minha direção e me entrega um chinelo preto.
_'Obrigado'.
_De nada, agora vamos descer_ sairmos do quarto e fomos para sala, boto as mão dentro dos bolso da blusa, quando chegamos na sala as 4 garotas que eu ainda não sei o nome me encaram de maneira estranha_ O que foi? Tão com dor de barriga para fazerem essa cara?_ Katy pergunta.
Tô vendo que vai ter briga.
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Gritos no Silencio
Genç KurguKatara é uma garota de 17 anos que mora com sua mãe Carla e seu padrasto Gabriel. Ela não fala com ninguém pois seu padrasto a proibi, ele ameaça matar a mãe dela se ela falar com alguém. Katara fala através de Libras (Língua Brasileira de Sina...