Surpreendida Pelo Amor

Flores

Anastasia

— Annie – sinto uma mão quentinha sobre meus ombros me sacudindo levemente — Annie acorde querida vai chegar atrasada –  a voz da minha mãe ecoa longe.

— Droga – grito quando abro meus olhos, perdi a hora.
— Calma querida – mamãe me acalma sentada a beira da minha cama.
— Tô atrasada – choramingo enquanto levanto correndo.
— Calma você ainda está dentro do horário – mamãe eleva a voz enquanto eu entro no banheiro como um furacão. Me banho recordando cada minuto da noite de ontem, fecho meus olhos toco meus lábios, lembrando do nossos beijos.

Saio correndo do banheiro me vestindo justo hoje eu tive que repor um plantão que troquei com Samantha na semana retrasada.
— Annie venha tomar um café antes de sair filha – minha mãe grita da cozinha.
— Já estou indo mamãe – aviso entrando na cozinha.
— Anda senão você vai se atrasar mocinha – minha mãe puxa a cadeira para eu me sentar.
— Obrigada mãe – não sei o que seria de mim sem minha mãe.
— Quê café? – mamãe oferece.
— Sim, por favor, hoje eu preciso de bastante cafeína – ergo a sobrancelha recordando que cheguei duas da manhã.
— Me conta tudo – minha mãe pede animada sentando-se ao meu lado.
— Ah... – minhas bochechas ganham um pouco de cor.
— Vamos pare de enrolar me conta como foi – mamãe reclama. Dona Carla investigativa chegou, reviro os olhos — E não revire os olhos para mim mocinha – mamãe estreita os olhos colocando a mão na cintura.
— Mãe... Me sinto uma adolescente desse jeito – reclamo bufando.
— Bufando desse jeito está mesmo parecendo, mas vamos para de enrolar quero saber tudo, tudinho – pede com as mãos unidas como se estivesse implorando.
— Oh, tá bem, se não te falar nada a senhora não vai me deixar em paz não é mesmo? – indago com esperança de deixar essa conversa para mais tarde. Ela balança a cabeça positivamente. Esfrego meu rosto conformada.
Quando vou abrir a boca a campainha toca, mamãe me olha com seu olhar de não se atreva a sair da aí.
— Fique tranquila não vou a lugar algum – murmuro rindo baixinho, mamãe quando está curiosa é terrível.

Ela sai pra ver quem é logo cedo, meu irmão provavelmente deve estar no décimo sono, ainda bem que hoje posso chegar um pouco mais tarde no trabalho, minha filha também está dormindo – dou de ombros – nem deve ter dado por minha falta, ela ama essa vovó, apesar da vergonha eu não posso esconder nada da minha mãe, afinal eu aprendi a lição por não me abrir com ninguém, sofri demais na mão do Victor, sem contar que minha mãe sempre me alertou que ele não prestava, entretanto eu preferi não escuta-la e acabei pagando o preço pela minha desobediência. Levo mais um gole de café a boca quando minha mãe inrrompe colocando metade do corpo através da porta da cozinha, toda sorrisos, franzo o cenho sem entender, quem será que era?
— Quem era? – fico curiosa, será que meu irmão chegou agora?
— Era para você – faz um ar de mistério, baixando o olhar.
— Pra mim? – olho assustada para meu relógio de pulso, quem iria me procurar essa hora da manhã — Quem era mãe? – indago por fim curiosa.
— Era isso – entra de uma vez na cozinha sorrindo amplamente, portando um enorme buquê de flores em mãos. Meus olhos saltam do rosto,  meu queixo cai, minha boca fica aberta.

— Oh... Não acredito – murmuro levando a mãos aos lábios para abafar a minha surpresa. Mamãe me entrega as flores. São rosas vermelhas e elas cheiram tão bem, amo o perfume das rosas. Fecho meus olhos, inalando o cheiro – foi ele, não acredito – abro meus olhos encontrando um cartão.
Coloco o arranjo sobre a mesa e pego o cartão, abro e começo a ler...

Cara Anastasia,
Apesar de você ter ido a festa, por assim dizer de "livre e espontânea vontade", foi uma noite magnífica e maravilhosa, você estava radiante e linda.
Ansioso para vê-la.
Do seu Christian!

Acabo lendo o cartão em voz alta.
Minha mãe vibra batendo palminhas toda empolgada.

— Você não sai daqui enquanto não me contar tudo Annie – minha mãe ordena me intimando sentada ao meu lado na mesa, super animada.