QUÃO HIPÓCRITA PODE ser um homem que fala demasiadamente sobre amor, mas raramente o sente? As minhas mãos gélidas comprovam a maior indagação humana que me habita, enquanto esvazio sentimentos puros, mas sonhadores, em anotações vazias: o amor é tão forte como a morte, embora anseie ás cegas, pelas duas.
Não preciso explicar, desenhar ou soletrar para que entendam, sentimentos necessitam ser sentidos, e em 2008, balbuciei em paixão assim que a vi, claramente, ainda visualizando-a em detalhes e cores vivas, ao fechar os olhos.
Ayla; a pronuncia de seu nome sempre resultava na mais melódica música em minha boca, ainda mais pelo seu significado como "luz da lua", tão misteriosa e estupenda quanto a própria. Tínhamos tanto em comum e nada ao mesmo tempo, como se conversar contigo fosse a mais selvagem aventura de descoberta, ora compreendido, ora perplexo; cada diálogo ganhava níveis absurdos de intensidade, onde me via, enfim, entusiasmado com algo de verdade.
Mais três pílulas desceram rasgando minha garganta, sem a ajuda de qualquer líquido; já estava deitado no chão sujo do banheiro e não havia nada mais reconfortante que reviver nosso romance adolescente rebelde, do que chapado. Sei que prometi parar com as drogas, mas elas acabaram se transformado na minha única válvula de escape, ainda mais quando partimos para direções opostas e distantes. Essa substâncias aliviam as dores mais severas, acalmam a minha ansiedade desenfreada e mesmo que não te traga de volta, são alternativas que escolho todos os dias.
Nós éramos crianças quando nós conhecemos por acaso, depois jovens quebrados e estúpidos do colegial, quando finalmente admiti em alto tom: ''gostei da sua calça''. Ela adorava vestir conjuntos de roupas inesperadas, peças extravagantes e chamativas, tais combinações sendo mínimas, comparado a sua beleza. Não sabia naquela época, que gostaria de você, inteiramente.
"Sim, eu tomei um xanax. Espero que entenda", murmurava perdido, sofrendo uma drástica redução cardíaca. A personificação da Ayla estava mais que real naquele instante, como se fosse capaz de alcança-la e tocar sua face, ou como se suas mãos rodeassem as minhas a pedido de uma dança. Tratava-se de um delírio amoroso angustiante, do qual não queria que acabasse.
"Me deixe te levar para um lugar onde ninguém vai te machucar. Você está segura aqui comigo, Ayla, fique comigo."
O efeito do medicamento chegava ao seu ápice, principalmente por mistura-lo com xarope de codeína; um forte relaxamento atingia meu corpo e alma, como se eu estivesse flutuando e qualquer preocupação desaparecesse, após isto, a branquidão junto com a dúvida: àquela era a história da minha vida, as coisas que fiz, o que conquistei, por onde andei, quem amei ou odiei, mas ela dificilmente teria acontecido, se não fosse pela Ayla. A Ayla era a garota à quem dediquei a existência de minha carreira e também os longos anos que me foram presentados depois que senti o significado de viver.
em homenagem para Gustav
descanse em paz, guerreiro
continue brilhando diante o céu escuro
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star shopping ✦ lil peep
Romanceem baixo das incontáveis e nostálgicas estrelas de Los Angeles, Gustav se recorda precisamente dos momentos que teve ao lado de Ayla. [ Lil Peep ] ↪ fanfiction wattpad © witch All rights reserved