Tentando retomar a vida

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 Só de lembrar daquela tarde em que tudo acabou, cara como me entristecia, aquelas três palavras ainda ecoavam na minha cabeça "eu quero terminar", foi assim que o meu mundo parou, tudo o que eu pensava estar indo bem, na verdade estava indo terrivelmente mal. Andressa era a minha razão de viver e quando eu me vi nesse mundo sem ela, nada mais fazia sentido. Já tinham se passado mais de quinze dias, mas eu não conseguia esquecer ela, meu coração doía só de lembrar dela.

 Se eu tentei falar com ela depois daquela conversa, como tentei, inúmeras vezes! Mas tudo o que eu consegui, foi aquela megera da mãe dela, me dizendo que ela não estava. Mesmo eu sabendo que ela estava lá. Fui na casa dela um dia, até consegui ver e conversar com ela. Chegando, lá ela estava saindo para ir pra escola.

 - Andressa, fala comigo meu amor, nós não podemos terminar assim, nosso amor é tão lindo.

 - Me deixa em paz Irã, você não entende que tudo acabou, me esquece eu não quero mais nada com você!

 E me dando as costas ela foi embora levando toda minha dignidade e o meu amor.

 Cara, faz um tempo que eu não sei o que é sair de casa, sorrir e viver, assim como eu vivia antes. Onde eu me encontro seguro é na minha cama onde eu posso chorar, e pensar nela. Sim, porque homens choram e quando é por amor não tem como evitar.

 - Irã, mano levanta dessa cama! -disse Rebeca entrando e abrindo as cortinas do quarto do irmão

 - Rebeca me deixa, fecha essas cortinas eu quero ficar aqui sozinho.

 - Ah é assim, você vai morrer por causa de uma menina que não merece o seu amor, levanta essa cabeça Irã, você ainda vai encontrar sim um verdadeiro amor.

 - Rebeca eu amo essa mulher, eu não quero outra.

 - Você ama mas ela não te ama e nunca te amou, bem que eu desconfiava dela e naquele dia até tive um pressentimento ruim, garota horrorosa!

 - Não fala assim Rebeca, eu ainda amo ela.

 - Mas esse amor que você sente por ela, vai acabar e você ainda vai perceber que tudo o que você viveu com ela, foi perda de tempo, aliás o tempo cura tudo, você vai ver. E dizendo isso Rebeca saiu deixando o irmão pensativo.

 Será que a Rebeca tinha razão? Será que eu ia conseguir de novo? Ah eu duvido muito, eu amei de verdade mas não fui amado, dei todo o meu amor para uma pessoa que não deu valor. Sabe que eu começava a perceber que a minha irmã tinha razão em tudo o que ela me disse, já estava na hora de eu levantar a cabeça e tentar dar a volta por cima, mas a minha irmã não tinha razão numa coisa. Eu não ia entregar meu coração para mais ninguém!

 Isso mesmo eu ia pegar qualquer mina que eu quisesse e ia me divertir muito. Não ia querer saber de relacionamentos sérios nunca mais. 

 E deixando se levar por esses pensamentos, Irã levantou de sua cama e saiu do quarto. Quando estava indo para a cozinha, se encontrou no caminho com a sua mãe que lhe disse.

 - Olha quem resolveu sair do quarto. - disse Maria abraçando o filho

 - Sabe mãe eu decidi que eu vou viver a minha vida, independente do que aconteceu. - Irã chegou na cozinha e pegou uma xícara de café. E degustando o café continuou.

 - E pra provar que eu estou decidido, hoje a noite eu vou sair com os meus amigos!

 - Faz isso meu filho se diverte mas no caminho da diversão, não magoa ninguém tá. 

 - Com certeza mãe, não vou me envolver com mais ninguém, porque só relacionamentos que magoam as pessoas.

 - Ah meu filho, você é tão novo e tem tanto para viver e com certeza a grande mulher da sua vida já está a sua espera e você nem sabe. - Maria disse essas palavras deu um beijo no filho e saiu.

 Será que a minha mãe tem razão, será que eu ainda tenho chance de viver um grande amor? Acho que não, com quem eu queria viver esse grande amor, não quis nada comigo e agora quem não quer nada sério sou eu. Estou decidido nunca mais eu quero ver a Andressa. 

 Mais tarde, de noite eu fui no baile. E como estava divertido, aliás há muito tempo eu não me divertia assim. Tinha uma mina lá, até que era bonita e ela não parava de olhar pra mim, resolvi então chegar nela pra ver o que rolava.

 - Oi linda, como é o seu nome? - disse Irã no ouvido da menina que acabava de conhecer

 - Valentina, mas pode me chamar de Val. 

 - Oi Val, meu nome é Irã eu percebi que você estava me olhando, quer beber alguma coisa?

 - Prazer Irã, eu quero sim! - disse Val totalmente interessada no que a noite reservava pra ela.

 Naquela noite e com aquela menina que eu nem sabia de onde tinha saído, eu tentava esquecer as minhas mágoas e minhas tristezas. Até que eu estava me saindo bem nessa missão, a Val era um mulherão ah, diferente de todas que eu fiquei. Ela era interessante, me fez rir como há muito tempo eu não ria e o beijo de profissional. A Val tinha 22 anos e era toda bem resolvida, sabia o que queria. Nós estávamos dançando e estava indo tudo muito bem, foi quando eu vi e não pude acreditar. No meio da pista dançando e se divertindo muito estava ela, a Andressa. Como ela estava linda, no momento em que eu a vi, fiquei parado sem reação nenhuma. E foi a Val que me fez voltar pra terra.

 - Ei gatinho, acorda parece que viu um fantasma. - Val estralou os dedos no rosto de Irã como se o acordasse de um sonho.

 Quando eu ia responder, não pude acreditar no que eu vi, a Andressa beijando um cara. Fiquei cego, minha única reação foi atravessar aquele salão e dar um soco na fuça daquele cara. A confusão estava formada, ele me deu um soco na boca de volta e eu pude sentir o gosto do sangue na boca, foi quando eu ouvi a voz dela, a pessoa que estava causando tudo aquilo ali.

 - Irã para, seu ridículo, nós não temos mais nada! - disse Andressa 

 Vi o papel de trouxa que eu estava fazendo ali e percebi que para mim a noite já tinha acabado. Já na rua pude respirar o ar da madrugada, quando estava indo embora ouvi uma pessoa me chamando. 

 - Ei gatinho, Irã. - saiu Val correndo atrás de Irã com um papel na mão.

 - Olha Val, me desculpa pelo o que aconteceu lá dentro, você é maravilhosa e eu tô num momento que eu não sei ainda o que eu quero da minha vida. - disse Irã passando as mãos nos cabelos. - Finais de relacionamentos são difíceis!

 - Eu sei gatinho, mas quando você estiver pronto, me liga e a gente tenta ter uma noite mais sossegada. - disse Val entregando o número do telefone e dando um beijo em Irã.

 Irã ficou vendo Val ir embora com o número do telefone na mão e disse sozinho.

 - Quem sabe algum dia, Val.

 - Quem sabe algum dia, Val

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A história de um grande amorOnde histórias criam vida. Descubra agora