Capítulo IX. Quando os monstros batem a porta.

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É quarta-feira e meu aniversário está cada dia mais próximo. Como todos os convidados moram longe — ou simplesmente são nômades — logo a casa estará cheia de vampiros de todas as partes do mundo. E isso está me deixando muito ansiosa.

Surpreendentemente, o fato de faltar aula por uma semana — as pessoas da escola devem nos achar tão estranhos — não me alivia em nada, acho que é pior, porque assim eu tenho mais tempo para pensar. Aproveito então para me distrair praticando tudo que posso, idiomas, jogos, aprendendo com minha família.

— Você não vai me distrair assim — sorri Eddie. Estamos afiados em um jogo de xadrez e como eu estou perdendo, decido colocar minha mente para trabalhar e deixar Edward entrar, como estamos praticamos há um tempo. Isso exige concentração tanto da minha parte quanto dá dele. Mas eu já sei que ele não perderia a oportunidade de ler meus pensamentos. Ou pelo menos achei.

— Não está curioso para ler meus pensamentos? — pergunto, falsamente inocente. Movo mais uma peça, por puro instinto. Não penso sobre o jogo.

— Não enquanto estamos jogando, espertinha — ele move uma também. Chato — obrigado — responde meu pensamento com deboche.

Você é muito sem graça, Eddie. Céus!

— Como se você fosse muito legal — devolve. Você sabe que eu sou!

— Ei, sis — Alice cantarola, vindo praticamente flutuando até mim — lembra hoje de manhã?

— O que tem? — estranho.

— Só lembre-se de tudo que fez desde que acordou — ela dá de ombros, sorrindo travessa e observa Edward. Não entendo onde ela quer chegar. Começo a pensar, lembrando-me de levantar, dar bom dia para Edward, ir para banheiro, tirar minha roupa, dar uma rápida olhada para o espelho... AHÁ!

Edward dá um pulo na cadeira, se assustando. Alice ri.

— Joga logo! — seguro o riso, fazendo cara de brava. Ele move qualquer uma e eu comemoro, dando cheque-mate no vampiro.

— Isso foi trapaça! — reclama ele.

— Trapaça é você ficar espiando garotas no banho, senhor leitor de mentes pervertido — devolvo. Acho que se pudesse corar, ele coraria.

— Você não chegou na parte do banho — retruca.

— Cheguei perto o bastante, seu abusado — faço uma cara indignada.

— Você quem decidiu usar sua mente contra mim — fala e vira-se para nossa irmã — e você, sua tampinha irritante, não deveria se meter entre nós.

— Ah, meu querido irmão, eu posso me meter o quanto quiser — ela sorri metida — serei madrinha do casamento de vocês.

Levanto minhas sobrancelhas e olho rapidamente para Edward, que também me olha.

— Ei, Edward, 'tava vendo seu filme — Emmett surge maroto. Edward faz uma cara ameaçadora para ele. Mordo a isca do grandão.

— Que filme? — pergunto.

— O virgem de 40 anos — desaba de rir ele. Edward rosna, enquanto Alice se vira, tentando esconder a risada.

Obviamente todos na casa ouviram e logo Esme surge e pega Emm pela orelha. Essa é uma cena e tanto!

— Emmett Dale Cullen! — ela diz lentamente, com ele fazendo uma leve careta provavelmente com dor — você sabe que essas gracinhas magoam seu irmão.

Isso me faz rir e receber um olhar quase matador da mamãe. Fecho a boca com força, desviando o olhar para Edward, que olha satisfeito a cena.

— OK, mãe — resmunga Emm, se livrando o aperto.

Pandora | CrepúsculoOnde histórias criam vida. Descubra agora