14 mensages

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"Fácil é ouvir a música que toca. Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas." - Desconhecido

Ficamos em silencio por uns segundos que pareceram horas, peguei meu suco desviando nossos olhares e respiro fundo assim que o garçom chega com as batatas.

"Então, acho que a matéria vai ser fácil... Tanto da prova quanto do trabalho." Falo dando um gole em meu suco. "Podemos estudar em minha casa, ou na sua se preferir. Ou podemos simplesmente estudar cada um em sua casa e mandar mensagem se tivermos dúvidas." Completo apressadamente e ele continuava me encarando.

O silêncio retornou e eu me ajeito em minha cadeira.

Fale alguma coisa, pelo o amor de Deus.

"O professor que escolheu a dupla?" Perguntou sem tirar os olhos de mim.

Merda.

"Fui eu." Respondo sincero pegando uma batata.

"Por quê?" Perguntou cruzando os braços. "Digo, não é você que não quer ter nada comigo?" Completou.

"Dyl..." Começo mas ele me interrompe.

"Olha, não estou querendo forçar nada e você sabe muito bem disso. Mas por que fez isso? Me iludir ou algo do tipo?" Perguntou.

"Claro que não, Dylan. Eu gosto da sua amizade e pretendo mantê-la, só não quero que vá além disso." Respondo sentindo meu coração acelerar.

"Por quê? O que ele tem que eu não tenho?" Perguntou, fazendo-me engasgar com o suco.

O QUE?

"Ele quem? Dylan, você já está bêbado?" Pergunto o olhando confuso.

"Ki Hong, quem mais? Ele é alto, bonito, asiático, inteligente, engraçado, musculoso, gente boa... E você já reparou no cabelo dele?" Perguntou e eu não segurei a risada. "Isso, pode rir mesmo, muito engraçado Thomas." Ele diz irritado pegando uma batata e colocando-a na boca.

"Eu não gosto do Ki Hong." Falo depois de me conter. "Digo, adoro ele. Ele é um ótimo amigo, mas não gosto dele." Respondo sincero.

"Então..." O interrompo me debruçando sobre a mesa e colocando minhas mãos em seus lábios.

Dylan me olhou confuso e eu o olhei do mesmo modo.

COMO FOI QUE EU VIM PARAR AQUI? FOI TOTALMENTE IMPULSIVO.

Tiro minhas mãos de seus lábios, ainda olhando em seus olhos e me sento lentamente em minha cadeira, só então desviando o olhar, passando a mão em meus cabelos e pegando mais uma batata.

"Não vamos falar sobre isso, sim? Vamos só deixar as coisas rolarem como estava rolando." Respondo e ele morde o lábio inferior, parecendo pensativo.

Não conseguia parar de sentir o toque suave de seus lábios em minha mão, passei meu polegar na parte em que eles haviam tocado e balanço a cabeça afastando esses pensamentos.

Se controle, Thomas.

"Certo... Como estavam rolando." Ele diz e comemos em silêncio.

Claramente as coisas não estavam mais acontecendo como eram antes, e acredito que jamais voltarão a ser como costumavam ser.

Dylan insistiu em pagar a conta e eu me dei por vencido depois de ele ameaçar escalar a janela de meu quarto para quebrar tudo que encontrasse pela frente.

Conscience | DylmasOnde histórias criam vida. Descubra agora