May 15

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"A própria consciência é o mais feroz acusador do culpado." - Textos Judaicos

Quarta-feira de manhã, acordo ouvindo minha mãe me chamar para ir para o colégio, continuo imóvel e ela tira a coberta de cima de mim.

Se finge de morto, Thomas...

"Thomas, não estou de brincadeira, levante e vá para o colégio." Ela diz irritada e eu resmungo, pegando a coberta novamente e me cobrindo. "Dylan está lá fora te esperando, falando que estão atrasados para pegar seu amigo." Diz e eu resmungo novamente.

"Não estou me sentindo bem." Falo em baixo tom e ela se senta ao meu lado.

"Pode me dizer o que foi que aconteceu ontem?" Perguntou e eu me remexi na cama, desconfortável.

"Derrubei meu celular." Falo e ela suspira.

"Eu disse que esse Dylan não era uma boa..." A interrompi.

"Sei disso, a senhora estava certa, algo mais?" Pergunto.

"Não..." Ela diz e se levanta. "Vou avisar ele que você não está se sentindo bem." Ela diz e eu tiro minha cabeça de baixo da coberta e a vejo sair.

"Obrigado." Sussurro e ela me lança um sorriso leve, fechando a porta em seguida.

Coloco minha cabeça de volta em meu travesseiro e durmo novamente, deixando minhas memórias da noite anterior sumirem.

+

Consegui convencer minha mãe a faltar quarta, quinta e sexta, a festa do dia 13 já havia passado (eu não fui), e hoje, segunda-feira, não consegui escapar e tenho mesmo que ir.

Se finge de morto. Vai que ela sente dó e deixa você faltar até o resto da vida.

"Ande logo, Thomas. Cansei de o ver deitado nessa cama." Ela diz abrindo a janela de meu quarto e parando na porta em seguida. "Se você não descer em dez minutos, seu presente de aniversário vai ser devolvido pra loja." Ela diz e eu a olho confuso. Aniversário? "Amanhã sairemos para jantar, como de costume. Se quiser chamar seus amigos, tudo bem... Faremos algo aqui." Completou e fechou a porta de meu quarto.

Me levanto com zero vontade de viver e respiro fundo, caminhando até meu armário, onde visto uma calça jeans e uma camisa preta.

"Já estava indo vindo te levar pro colégio à força." Escuto uma voz conhecida por mim e prendo a respiração.

Se controle, Thomas.

"O que quer aqui, Dylan?" Pergunto.

"Nossa, acordou do lado esquerdo da cama?" Perguntou Dylan e eu me viro para o encarar, incrédulo. "O que foi que eu fiz dessa vez?" Ele perguntou se sentando em minha cama, cruzando os braços.

"Como subiu aqui?" Perguntei ignorando a última pergunta dele.

"Fácil, sua mãe deixa uma escada no quintal, apoiei na parede e subi." Ele disse. "Agora sério, está se sentindo melhor? Ela disse que não estava bem..." Perguntou se aproximando de mim e eu dei um passo para trás.

"Ainda não estou 100%." Respondo e ele morde o lábio inferior.

"Eu vim te visitar... Mas ou você estava dormindo, ou não atendiam a porta... Sua mãe te contou isso?" Perguntou.

"Contou..." Falei voltando a prestar atenção em meu armário.

"Te mandei mensagens também... Por um momento pensei até que estivesse de castigo." Ele diz se distanciando.

Conscience | DylmasOnde histórias criam vida. Descubra agora