「Candy Boy」 JUNHAO

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Junhui entrou pela tão conhecida porta da grande padaria do bairro em que morava. Era a sua favorita; os doces eram muito mais gostosos que qualquer outro e ainda eram baratos, claro que a pintura pastel e as mesas bonitas perfeitamente ajeitadas também contava na sua lista. Era simplesmente um lugar perfeito para ele fazer qualquer coisa.

Ali costumava ser seu refúgio, sempre que estava mal é para lá que ia, ou quando queria estudar, ou se estudou demais e só queria descansar. Em resumo, não importava a razão, era lá que estava.

Apesar de já ser a sua favorita, a padaria em si abriu poucos meses antes, mas também surgiu do nada. O Wen se lembra quase com clareza que num dia estava andando pela rua e lá era só mais um lugar com placas de "vende-se" e, de repente, no outro já era toda a padaria montada e em funcionamento.

Uma das principais razões de gostar tanto do estabelecimento era porque surgiu num momento de sua vida que ele mais precisava e foi uma das únicas coisas que o confortou; dançar também estava na pequena lista. Pela estética do lugar ser bonita, lhe transmitia calma e ele voltava para casa se sentindo o próprio Buda com umas conversas de hippie.

Mas tirando os doces e o lugar bonito, lá também tinha Minghao; filho do dono e atendente do balcão no período da tarde. Quando Jun o viu pela primeira vez teve certeza que o Xu era o segundo rapaz mais bonito do mundo todo – porque o primeiro lugar era, sem sombra de dúvidas, do próprio Wen.

Alto, esguio, estiloso, bonito, simpático, com um sorriso maravilhoso, aquele atendente parecia até coisa de anime de tão perfeito. Com toda certeza o chinês tinha algo parecido com interesse por ele, ainda mais quando o mesmo lhe jogava aqueles sorrisos largos e fofos toda vez que perguntava o que desejava – Jun quase perdia o raciocínio.

O problema daquilo tudo era; Minghao era hetero.

Não que ser hetero fosse um problema para Jun, mas na situação que estava sim porque queria mesmo beija-lo até perder todo o fôlego, porém como faria isso se o outro não tinha nenhuma atração por si? Difícil, viu. Tudo que poderia fazer era imaginar os dois juntos enquanto tomava seu café quentinho e o observava, sem nenhum discrição, andar pelo estabelecimento.

Pelo menos era o que pensava.