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Se não tivesse tido a conversa com sua irmã, Junhui tinha quase certeza que rejeitaria a ligação, mas como ouviu atentamente o conselho e achou que ela estava certa, sem muita demora ele atendeu, ainda receoso se deveria realmente o fazer.

— Oi... — a voz de Minghao parecia tão baixa, como se estivesse sussurrando, mas na realidade ele só estava com medo. Por alguns segundos só se pôde ouvir as respirações de ambos naquele silêncio constrangedor, até o Xu perceber que não receberia um "oi" de volta. — Posso conversar com você cara a cara?

— E-eu... — apertou os lábios um no outro, procurando coragem para aceitar a proposta, mas sua mente a todo custo tentava lhe dizer que aquilo iria dar uma grande merda e que ele sairia completamente machucado. Só que seu coração estava numa energia boa, como sé seu instinto lhe dissesse que acabaria bem. Teria que escolher e como sempre foi alguém de emoção e não de lógica... — Pode! Claro! Sim!

— Ah, okay! — Minghao soltou a respiração, bastante aliviado. Engoliu em seco, muito nervoso, mas ao mesmo tempo bem animado.  — Vem aqui na padaria? Sei que está tardé, mas poderia vir?

— Eu posso ir sim. — ele gostaria de ter acrescentado algo como "por você eu posso" mas achou melhor só responder aquilo para não quebrar a cara tão cedo. — Chego em dez minutos.

Os dois se despediram sem jeito, com um simples e tímido "tchau" e Jun rapidamente se levantou da cadeira, deixando a irmã curiosa para trás.

— Ei, ei, ei! Espera! E eu? Eu vou morrer de curiosidade? E você não vai nem colocar uma roupa mais bonita?

— Desculpa, eu me recuso a vestir roupa bonita para levar um fora, e outra, essa roupa é quentinha e confortável. — abriu a porta devagar, desejando que sua mãe não o pegasse saindo as 10h da noite escondido. — Mais tarde eu te conto tudo e podemos pensar na possibilidade de chutar a bunda dele juntos, okay? Tchau!

O caminho todo Junhui estava pensando em como correria da padaria depois do fora que levaria. Daria um tapa e depois iria? Não, era muito clichê... Dançar? Não estaria no clima nem no momento para isso. E se ele mandasse o outro tomar naquele lugar? Talvez isso o fizesse parecer infantil...

Quando chegou em frente a Padaria Xu, sua mente de repente ficou vazia, a respiração acelerou, seu coração começou a bater tão forte que conseguia ouvir no silêncio do bairro. Pensou seriamente em dar meia volta e ir embora, mas quando viu já tinha entrado, com a cabeça baixa, estralando os dedos.

— Você veio... — a voz de Minghao foi ouvida ao fundo, fazendo um arrepio estranho subir pelo corpo de Jun. — Obrigado!

— Eu disse que viria. — o sussurro foi alto o bastante para que Ming pudesse ouvir, até porque o rapaz naonestava com disposição para falar mais alto que aquilo.

Iria perguntar qual era o motivo de estar ali, mas a resposta foi dada antes, com o repentino abraço que recebeu de Minghao. Ele era mais baixo, e parecia até coisa de fanfic, mas o corpo dele coube certinho no seu, não muito alto nem muito baixo, exatamente perfeito.

— Tudo ainda está confuso para mim, é muito novo e eu não entendo direito, mas eu realmente gosto de você... — Jun ainda estava meio "o que está acontecendo, cara", mas aquilo o acordou para a realidade, tentando se soltar do abraço e o olhando nos olhos, esperando um continuação. — Eu realmente gosto muito de você, Jun, e eu... Eu quero tentar...

Nem precisou terminar, Hui o beijou de maneira, como diz as fanfics, apaixonante e delicada, mostrando o quanto gostava um do outro naquela guerra de línguas. De repente o lugar que Jun considerava favorito mudou de padaria para braços de Xu Minghao.

「Candy Boy」 JUNHAOOnde histórias criam vida. Descubra agora