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Junhui tinha um motivo para ter saído correndo, ele viu a expressão de Minghao e não era nada boa. Era tão ruim assim os confundirem com namorados? Tinha algo de errado com o Wen? Não, preferia ter em mente que o hetero era o culpado.

Fazia tanto tempo que não se falavam, sentia saudades da gargalhada estranha do outro, ou de como se empolgava quando falava de mitologia. Sentia falta de Minghao.

Depois de um mês ainda não teve nenhuma sequer notícia do outro chinês e começou a aceitar que aquele era o fim da amizade, mas mesmo assim ficava muito triste porque de alguma forma estava... Apaixonado.

Sabia que não deveria ter aceitado a conversa daquela vez, deveria ter dado um bicuda na sua bunda e voltado para casa, mas não, "meu crush quer conversar comigo, vamos lá flertar". Então tecnicamente a culpa era sua por deixar alguém se aproximar e "roubar" seu coração.

Suspirou alto, se ajeitando na poltrona da sala, encarando a televisão mediana, não prestando atenção em nada a não ser seus pensamentos bagunçados e confusos. Queria tanto parar de pensar nele, mas parecia tão impossível. Onde acharia alguém que completasse suas paranóias e teorias sobre o universo? Não é qualquer um que acredita em sereias...

- Okay, gē ge, estou cansada de te ver tão melancólico. - disse sua irmã, aparecendo com um pedaço de bolo na mão. Junhui era alguém que, mesmo passando por algo, quase nunca demonstrava, só quando a coisa tava realmente feia. - Quer conversar sobre o que aconteceu?

- Sabe o Minghao? - perguntou e a viu concordar com a cabeça. É claro que o conhecia, os dois não se desgrudava já fazia quase cinco meses, a mandaria tomaria remédio se não lembrasse. - Percebeu que faz um mês que eu não saio muito de casa e ele não vem para cá? Pois então...

- Não me diz que aquele otário machucou você. Ele machucou? Ah, mas eu vou na padaria agora mesmo enfiar aqueles doces no...

- Hey! Calma, calma! - tampou a boca dela para que não falasse um palavrão mais pesado e sua mãe brotasse na sala com um cinta para bater nos dois. - Não foi bem isso, senta que eu te conto.

Junhui contou cada detalhe daquele dia, de como se sentiu, do jeito que ele chegou bem perto e apertou suas bochechas. Sua irmã às vezes soltava o gritinho de fujoshi e isso o fazia revirar os olhos. O Wen mais velho contou exatamente o que viu na expressão do outro e de como aquilo o destruiu, depois saiu de lá e o outro nunca mais o procurou.

- Caramba, que filho da mãe! - murmurou ao final da história, se levantando do chão e sentando no braço da poltrona, para pelo menos dar um abraço desengonçado no irmão. - Olha, eu não sei nada dessas coisas, sou formada apenas em filmes e livros, mas experiência que é bom nada. Porém, eu acho que você deveria tentar falar com ele uma última vez, se for tratado de maneira ruim vira as costas e diz "adeus", segue a vida. Só que se for bom, por favor, veja se ele quer algo além de amizade antes de se entregar, eu não quero te ver mal, gē ge.

- Você é a melhor irmã mais nova do mundo, sabia? - sorriu, a puxando para seu colo e a abraçando fortemente, feliz por tê-la em sua família. Apesar das constantes brigas, os dois realmente se amavam muito. - Só é um pouco chata...

Caiu na risada enquanto ela lhe dava tapas nos braços que protegiam seu rosto. Ela era forte quando queria, mas nem estava usando 1% da força porque aquilo ali era o momento da brincadeira. Junhui planejava colocá-la no chão e quase mata-la com cócegas, mas então seu celular tocou.

Era Minghao ligando.

「Candy Boy」 JUNHAOOnde histórias criam vida. Descubra agora