Junhui não ousou pisar no estabelecimento novamente por quase duas semanas, sempre pedindo – lê-se pagando – para sua mèi mei ir lá comprar as coisas para si. Foi as piores semanas daquele ano.
O colégio estava num trem de passar prova todo dia, não importando com a saúde dos alunos. A academia de dança estava exigindo demais dos estudantes – pelo menos ao ponto do Wen não aguentar mais pisar lá. Não saia com os amigos porque tinha que ficar em casa estudando, e não poderia estudar na padaria porque passou vergonha.
Não tinha paz para si e ele estava quase chorando toda a água de seu corpo, querendo apenas um descanso.
Ele continuaria não indo ao estabelecimento se não fosse sua mãe que estava querendo muito, muito mesmo, comer donuts. Por causa da insistência, o Jun até fez uma piadinha de grávida, mas era impossível; não porque sua mãe já estava velha demais, até porque o rapaz nasceu quando ela era bem nova e sua irmã veio uns três anos depois, mas sim porque sua mãe estava separada de seu pai a anos e os dois sequer se viam, apesar de morar no mesmo bairro, e a mulher não tinha nenhum namorado, não que soubesse.
Em resumo, teve que ir querendo ou não. Colocou uma roupa preta, boné preto, óculos escuros e máscara no rosto – sua mãe até brincou pedindo para ele não roubar nada lá.
No caminho ele não conseguiu pensar em alguém mais azarado na vida do que si próprio – e claro que não passava de drama de vergonha, porque ele tinha consciência das coisas –, perguntou para o ser superior: "Do que adianta toda essa perfeição em mim se eu sou azarado?" e choramingou baixinho. Não queria ver o rosto de Xu Minghao ou então ouvir sua gargalhada de desprezo, não seria nada legal, mas era impossível que o outro o reconhecesse já que estava praticamente todo coberto.
A não ser que reconhecesse sua voz, mas não iria.
Quando já estava dentro da padaria, aproveitando o cheirinho de pão recém feito, na fila do balcão, encarou Minghao umas duas pessoas a sua frente, sendo simpático com os clientes. Não conseguia imaginar um sentimento ruim como desprezo sendo transmitido por aquele anjo, então tentou se acalmar.
— O que vai querer hoje, — disse Minghao quando chegou a vez do Wen, que parecia bem focado no cardápio, pensando seriamente em levar mimos para si também já que andava tão estressado, talvez um chá frio ou café recém feito e docinho ajudasse. — garoto da cantada?
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「Candy Boy」 JUNHAO
FanfictionJunhui adorava doces e sempre ia na padaria que Minghao trabalhava, mas não era apenas pelo açúcar. © chotiz ; 2018