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Nada revisada.

No fim de 1974 e começo de 1975 o Sound foi inalgurado.Segundo a propaganda era discoteca mais moderna de Berlim.

Nós menores de 16 anos babávamos para entrar, mas sempre que tentávamos eles barravam pedindo documento comprovante da idade.
Nós ainda não pensávamos que poderíamos simplesmente falsificar, até porque eu tinha uma cara de criança, mesmo falsificando eles estranhariam.

Namjoon tinha 15 anos, mas parecia mais velho então entrava disfarçado com outros garotos, já eu só passei a poder entrar depois de assediar o segurança da entrada numa noite de janeiro depois de perder a total noção de limites com algumas carreiras de pó.

A "discoteca mais moderna de Berlim" era na verdade um galpão de paredes pretas que cheiravam a ferro, tanto das estruturas quanto de sangue mal lavado das brigas, dos braços dos viciados que se picavam em plena discoteca e coisas às quais eu prefiro não detalhar. Era verdadeiramente nojento mas não é como se tivéssemos muito mais lugares para nos divertir.
Do lado de fora havia uma fachada muito bonita com cores em néon e letras modernas. Pirávamos em ficar lá depois de perturbados pelo LSD para ver as cores se misturarem.

Ao mesmo tempo que o Sound chegou a venda de heroína teve aumento. Era nojento ver crianças esqueléticas e com colheres e seringas para cima e para baixo nas discotecas. Sentia pena das coitadinhas que se jogavam em algo tão pesado, sempre mentalizando que jamais me entregaria de tal maneira a um vício. Definitivamente não queria ser um Yoongi.

Yoongi era um ponto de referência do limite da droga no corpo humano. Era alguém respeitado entre os drogados por ter 17 e continuar vivo mesmo caindo a mais de quatro anos na H*.

Ele era um garoto normal de 13 anos quando foi oferecido cocaína e ele não parou mais. Era alguém legal de conversar quando não estava em Cold turkey*. Eu tinha admiração por ele pois apesar de viciado mantinha seu vício com trabalho e não se prostituia para as bichas como outros viciados em desespero.

No Sound as pessoas eram descoladas e em sua maioria tranquilas. Logo estava em outra turma. Eles eram divertidos e totalmente tranquilos quando não estavam sobre efeito de muitas drogas perturbadoras. Todos limpos da H.

Tudo ia tranquilo para mim, até porque no Sound minha fama era diferente do centro jovem. Eu era "o menino misterioso e difícil" então toda a minha fama de biscate foi amenizada, tanto que evitava beijar os meninos como fazia.
Isso ate conhecer Kim Taehyung.

Por Deus, aquele menino foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, e a pior também. Principalmente a pior.
Eu era louco por ele assim que ele começou a frequentar o Sound, sendo dois anos mais velho que eu, tinha os cabelos aloirados e caídos quase sobre os olhos, as roupas descoladas e apertadas e um sorriso mais cafageste que tudo no mundo.
Kim Taehyung era adorável comigo, conversávamos horas seguidas, nos drogávamos, voltavamos no metrô, tudo isso junto. Ele era gentil e amável,  respeitoso e muito bonito. Era o sonho das garotinhas e saíau comigo.

Me senti a pessoa mais afortunada do mundo por ser apaixonado por ele, quase esqueci que toxicômanos são altamente propensos a gradualmente se afundar nas drogas.
E ele afundou.

Numa noite agitada de sábado eu cheguei totalmente produzido no Sound, com um sorriso bêbado e as pupilas dilatadas como o diabo. Eu estava totalmente surdo quando entrei e quando avistei Taehyung com uma agulha no braço dentro do banheiro senti a pressão nos ouvidos causar um zumbido absurdo.
Senti o peso desabar em meus ombros totalmente desprevenidos me fazendo seder os joelhos.
Era isso.

Todo o toxicômano sabe que uma vez picado você nunca mais volta. É um ciclo vicioso infinito e Taehyung havia entrado nele.
Briguei totalmente revoltado com ele, perguntando se por acaso ele havia perdido o juízo.

"Filhinho você é maluco? Sabe quando vai sair disso agora?nunca mais!" mas seria totalmente perdido tentar discutir com alguém claramente no meio de uma viagem.

Passei duas semanas sem ir no Sound.
Já era agosto de 1975. As listas de mortos por overdose só cresciam assustando quem não andava pelas ruas badaladas de Berlim.

Quando voltei, Taehyung veio desesperado falar comigo. Claramente drogado. Isso não surpreendia a mim.
Eu o abraçava e ele repetia diversas vezes
"Nós vamos passar por isso juntos, acredite em mim, eu vou sair disso, ainda dá tempo"
Eu acreditei e disse que estava tudo bem.
Nos beijamos a noite toda e ele me troxe até em casa.

Eu ainda não sabia como a droga funcionava, nem o amor. Talvez por isso fosse tão ruim em lidar com os dois, especialmente juntos.

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aTUALIZANDO PARS REGISTAR MEU ÓDIO CONTRA A SELEÇÃO DA SUÍÇA QUE NÃO PARAVA DE DERRUBAR O MENINO NEY OPPA.

1974 Onde histórias criam vida. Descubra agora