prólogo.

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Caminhei em direção à minha casa de banho. Procurei a minha lâmina, mais uma vez. Mais uma queda. Assim que a encontrei, sentei-me no chão e fiz pequenos cortes sob cortes antigos nos meus pulsos. O sangue começa a sair do meu corpo. As lágrimas invadiam o meu rosto.

“Blake, por favor, abre a porta.” Ouvi a voz do Nathan.

“Vai embora, por favor.” Disse entre soluços.

Eu não quero que ele me veja assim. Seria doloroso para ele e para mim também. Eu só quero que ele vá embora.

“Blake, sabes bem que eu sou incapaz de te abandonar, por favor.”

“Vai embora, caralho!” Gritei.

Estava cada vez a sentir-me mais fraca. Comecei por pestanejar várias vezes, eu sei que tenho que lutar contra o sono. Eu tenho de me manter acordar, mas estava a ser tão difícil. Não sei se vou aguentar por muito mais tempo. Os meus olhos começaram a fechar-se lentamente, mas antes de eu apagar completamente, ouço o Nathan a arrombar a porta e a correr até mim.

“Por favor, fica comigo Blake.” Ele pegou na toalha e colocou-a sob os meus cortes. “Não me deixes, eu amo-te.”

Assim que ouvi o seu amo-te, apaguei e caí nos seus braços.

Lembro-me da acordar no dia seguinte na cama de um hospital. A minha mãe dormia abraçada ao meu irmão e eu procurava o Nathan. Morria se ele não estivesse ali. Eu preciso dele. As lágrimas, invadiram o meu rosto e eu preciso do abraço dele. Assim que virei a minha cabeça para a porta, vi-o a entrar e simplesmente suspirei.

“Hey, como te sentes?” Perguntou, enquanto se aproximava de mim.

“Mal.” Limpei as lágrimas.

“Nunca mais me voltes a fazer aquilo, percebeste?” Acariciou o meu rosto.

“Percebido.” Assenti. “Nathan?”

“Sim, Blake?”

“Aquele amo-te que me disseste antes de eu apagar, foi sentido? Aquilo foi real ou ouvi mal?”

“Não, tu ouviste muito bem e foi bem real.” Ele tinha o seu sorriso adorável, aquele que eu mais amo.

“Eu pensei que não era correspondida.” Admiti. “Visto que estavas a dizer aquilo tudo ontem.”

“Eu sei, mas eu também pensei que não era correspondido.”

“Nunca te dei razões para duvidares.”

“Mas também nunca me deste os sinais corretos.”

“Oh.” Foi tudo o que consegui dizer.

“Imagina se eu não arrombasse a porta? Não conseguia aguentar a dor de te perder.”

“Mas como sempre, foste a minha salvação.” Dei um pequeno sorriso.

“E serei sempre.” Aproximou-se e iniciou um beijo calmo.

Sentir os seus lábios nos meus, tirou toda a dor dentro de mim. Este homem, mascarado de rapaz, foi a minha salvação e eu nunca o poderei agradecer por tudo que fez por mim. 

my salvation.Where stories live. Discover now