my salvation.

oito.

Ouvir estas palavras vindo do Nathan, é simplesmente reconfortante. A sua presença traz uma certa paz ao meu espírito que afoguenta qualquer demónio de mim.

Abracei-o com força e ficamos assim durante um bom tempo.

"Podes passar cá a noite?" Pergunto, quebrando este silêncio entre nós. "Não queria nada ficar sozinha."

"Claro que sim." Sorrio e logo depositou um beijo na minha testa.

Decidimos ver um filme, outra vez. Desta vez, deixei que o Nathan escolhesse. Escolheu Divergent, por acaso ainda não o tinha visto. Carregou no play e o filme logo começou.

Ao decorrer do filme, o Nathan brincava com as minhas mãos, onde no fim acabou por entrelaças com as suas. Começa a haver sentimentos em jogo. Será que isso prejudicaria a nossa amizade? É que eu não o quero perder, mas cada vez se torna mais complicado de controlar os impulsos, porque eu cada vez sinto mais a necessidade de beijá-lo.

Ultimamente tenho sonhado e pensado nas coisas que podia acontecer entre mim e o Nathan. Tudo parece fantástico, mas as coisas são completamente diferentes na vida real, portanto. Este sentimento, pode muito bem nem ser reciproco.

| Nathan on. |

A meio do filme reparei que Blake não se encontrava concentrada no filme. Apesar do seu corpo estar presente, a sua mente vagueava por mundos desconhecidos. Parei o filme e esperava que isso tivesse chamado a sua atenção, mas nada. É como se ela não estivesse mesmo ali.

"Blake?" Abanei-a um pouco, onde ela saltou de susto.

"Hm?" Leva o seu olhar até mim.

"Que se passou? Estavas tão distante que nem reparaste que parei o filme."

"Desculpa Nath, estava a pensar no quanto a minha vida mudou desde que tu entraste nela." Ela afasta-se e senta de maneira a ficar de frente para mim.

"Também tenho pensado muito nisso, sabias?"

"A sério?" Vejo um sorriso a florescer-lhe nos lábios.

"Sim." Admito. "A minha vida mudou completamente. A primeira vez que te vi, foi como a força da gravidade nos estivesse a tentar juntar. Assim que tu entraste na naquele restaurante, dei-te toda a minha atenção." Coro um pouco. "Depois quando te salvei, fui para casa e não parava de pensar na próxima vez que te iria ver." Visto que ela não dizia nada, decidi continuar. "No dia seguinte quando nos encontramos, eu sentia uma grande felicidade a crescer dentro de mim, porque tudo o que queria era encontrar-te. E mais uma vez senti que fosse a força da gravidade a tentar juntar-nos. Depois tivemos à conversa durante horas, mesmo sem sabermos nada acerca um do outro, mas eu gostei. Gostei mesmo de falar com uma pessoa completamente desconhecida, mas ao mesmo tempo senti que nos conhecemos há anos. Eras uma desconhecida que me percebia melhor que os meus amigos. E eu gostei disso." Faço uma breve pausa e sorrio. "Arrependi-me depois de não te ter perguntado o teu nome e eu pensei mesmo que nunca mais te voltaria a ver, mas enganei-me, pois no dia seguinte voltamos a encontrarmo-nos. Lembraste de quando ficaste triste por te ter largado a mão? Eu também fiquei, sabes? Mas eu não podia mesmo ficar ali contigo, principalmente se aparecesse o dono daquilo." Voltei a fazer uma breve pausa. "O melhor de toda a tua reabilitação, foi os dias que pude passar contigo. Eu pude conhecer-te durante um mês. Eu criei algo contigo. Criamos laços fortes, impossíveis de destruir." Peguei na sua mão e fazia pequenos círculos na mesma. "Custava-me ir para casa, por ter de te deixar. Eu ansiava pelo dia seguinte para puder estar contigo de novo. A minha vida mudou por tua causa, Blake. Mudou num ótimo sentido. A minha vida ganhou cor, começou a fazer sentido e tu ajudaste-me mais do que pensas. Tu ajudaste-me a reencontrar a felicidade que faltava em mim. Tu és aquela pessoa que eu passei a minha vida a procurar, cheguei a um ponto de desistir, mas tu apareceste a tempo para parares a minha desistência e obrigado por isso."

Ocultei a parte que a amava, pois acho que não valia a pena ela saber. Ele pode perfeitamente não sentir o mesmo por mim e eu não aguentaria a dor de ouvir isso.

Mas cada vez de torna mais complicado de controlar os impulsos, porque eu quero mesmo beijá-la, mas o medo impede que esse ato acontecesse e por um outro fico agradecido, mas por outro fico destruído.

| Nathan off. |

Ouvir tudo aquilo do Nathan, foi ótimo. Eu não sabia que a sua vida tinha mudado assim tanto com a minha entrada nela. Mas fico feliz por isso. Fico feliz por saber que a minha vida faz sentido para alguém, fora da família. Fico feliz por lhe ter ajudado a encontrar algo que ele tanto procurava. Eu simplesmente fico feliz por fazer parte dele.

Mas depois de ouvir tudo isto, o meu sentimento apenas cresceu e eu não sei mesmo se isso é bom ou mau. Eu precisava que ele me desse uma simples pista para não desistir dele, para tentar acabar com este sentimento incontrolável. Eu só precisava de uma palavra para saber se vale ou não a pena continuar. Eu só precisava de saber se ele me ama ou não.

"Estás apaixonado, Nathan?" Decido perguntar.

"Sim, estou."

Ouvi algo a quebrar dentro de mim. Ele estava apaixonado e isso destruiu-me completamente. Agora sei que tenho de desistir para ele puder ser feliz com a pessoa que realmente ama. Essa pessoa não sou eu.

"E tu, estás apaixonada?" Ele pergunta.

"Estava, mas essa pessoa acabou de me partir o coração." Trinco o meu lábio para impedir que chorasse à frente dele. "Sabes, acho melhor ires embora. Lembrei-me que tenho algo marcado com a Melissa."

"Oh, tudo bem."

Ele pega nas suas sapatilhas e calça-as. Veio para me dar um beijo mas simplesmente, viro o rosto, levanto-me e sigo até à casa de banho. Esperei que ele saísse para chorar à vontade. Eu precisava mesmo de estar sozinha. Talvez não seja má ideia ligar à Melissa. Eu precisava mesmo do seu apoio. Como é que iria tirar esta dor dentro de mim? Porquê que me magoam desta maneira? Eu só precisava de ser correspondida. Eu só precisava disso, porra.

Eu sei que o capítulo é pequeno, mas eu prometo que vos recompenso no próximo. Obrigado pelas leituras e continuem a votar. Por favor, partilhem pelos vossos amigos e comentem, gostava de saber a vossa opinião.

Obrigado, mais uma vez. xx