Debora vs Marcelo

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- Débora, é...- Marcelo tentou falar, mas ao olhar para a professora, mudou de ideia.
- Será que eu não mando mais nessa casa? Por que ninguém tem que me avisar nada aqui?- ela reclamou, jogando sua bolsa numa cadeira e me olhando como se me considerasse uma intrusa. Seu ato me fez levantar do sofá, assustada.
- Oh, calma aí tia- João percebeu minha tensão e veio até mim, me abraçando.
- Pra que isso Débora?- tio Marcelo parecia ofendido pelo modo como ela falou.

Débora olhou para o homem, como se ele oque ele tivesse dito fosse o cúmulo.
- Pra que isso? Sério Marcelo? Vocês trazem qualquer pessoa pra dentro da minha casa, não me avisam e ainda vem com essa de "pra que isso?"- agora sei porque ela idolatra tanto a Filipa. As duas são idênticas no modo de agir.
- Em primeiro lugar, a Poliana não é qualquer pessoa. Ela é nossa aluna e sobrinha de uma amiga nossa. E em segundo lugar, não acho que você precisa desse show todo- tio Marcelo disse, o que deixou Débora muito mais furiosa.
- É isso aí, tia, a Poliana é da casa, não merece ser tratada desse jeito como se fosse um burro de levar carroça não - agora era o João que estava irritado.
- Vê como você fala comigo, muleke, até porque você tá na minha casa, e se fosse por mim ainda estaria na rua- Débora o confrontou, mas João não sentia medo.
- Pois seria bem melhor do que aturar uma desembestada como tu todo dia- ele revidou.

A briga entre os dois teria sido maior se tio Marcelo não tivesse intervido.
- Já chega, Débora!- ele gritou, impaciente.
A mulher o olhou, incrédula.
- Como você tem coragem de falar comigo assim, Marcelo?- ela o olhou sem acreditar.
- Se já falei! É melhor você ir pro quarto, depois conversamos- ele estava frio com ela.
Débora riu, ainda sem acreditar.

O clima estava tenso.
- Acho melhor eu ir embora- falei, depois de muito tempo.
- Não precisa, Poliana, você não teve culpa de nada- Tio Marcelo disse.
- João, leva a Poliana pra cozinha, faz algum lanche pra vocês, eu vou conversar com a Débora- João deslizou sua mão por meu ombro, braço, até chegar na minha mão, onde a segurou ternamente e me levou para longe dali.

Quando chegamos na cozinha, João abre a geladeira e nos serve de suco de uva e pega um biscoito recheado no armário, se sentando ao meu lado logo em seguida.
- Acho que a Débora não gosta muito de mim- eu falei, cabisbaixa.
- De abestada que ela é- João ainda estava furioso com o modo que ela me tratara.
Dei de ombros, sem tem o que falar.
- Ela é assim contigo na escola também?- ele perguntou, mordendo um pedaço de seu biscoito.

- Um pouco, ela só não grita comigo na frente de todos quando a diretora Ruth ou algum outro professor tá por perto- relatei e João me olhou com preocupação.
Mas eu ainda podia perceber o ódio que ele sentia de Débora fluindo por seu rosto.
- Então ela também é uma folgada contigo lá?! Mulherzinha desaforada!- João se alterou e bateu na mesa com força.

Pulei da cadeira com o susto e apenas me concentrei em continuar comendo.
Senti o olhar de meu amigo em mim e logo sua mão estava na minha.
- Não te preocupa não, Poliana. Aquela mulher é uma jumenta que não sabe ver o quanto você é especial, mas eu vejo- João sorriu.
Retribui seu sorriso e ele puxou sua cadeira para mais perto, me abraçando.
Eu tinha o melhor amigo do mundo!

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Só sei que shippo pa carai

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