cinco

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Eram muitas as vozes vindas do corredor, mas nenhuma naquela sala. Momo continua encarando a tela escura de seu celular, sem estar concentrada em nenhuma conversa específica. Não eram de seu interesse. No caso, apenas algo passava pela sua cabeça: mais interrogações.

Se levanta, checando a porta e estando certa de que nenhum aluno ameaça entrar. Caminha até a carteira de Im Jaebum; Não lhe parecia certo invadir a privacidade de alguém, ainda mais por uma investigação informal. Entretanto, algo estava acontecendo com os garotos, talvez uma brincadeira boba, mas ainda assim sentia Jaebum sendo um mistério maior. Ela abre a sua mochila, vasculhando todo o conteúdo a fim de achar algo útil. Cadernos, livros, estojo... Nada demais. Sente que se achasse ao menos o celular, serviria de uma boa ajuda.

— O quê está fazendo aí, Momo?

A voz de Dahyun soa pela sala, e a garota caminha até a sua própria carteira guardando algo na mochila, porém ainda esperando uma resposta.

— E-eu estava procurando n-na bolsa do... Mark. O celular tocou. — gagueja, fechando o zíper.

— Mas o Mark não senta nessa carteira. Está tudo bem?

— É mesmo? Eu achei... e-eu pensei...

O sinal que encerra o intervalo toca e Dahyun faz uma cara de espanto.

— Droga, mas já? Preciso ir ao banheiro.

Ela deixa a sala de aula, enquanto outros a adentram. Momo corre para a sua carteira, não querendo deixar nenhum vestígio de seu plano falho. Assim, alguns dos meninos entram em grupo, fazendo um alto barulho. Mark se senta com eles no fundo da sala.

— Vai começar, faça o login de uma vez! — Kunpimook os apressa.

— Já estou preparado.

— Onde está o Jinyoung? Ah, sim, ele chegou.

— Vocês tem certeza que a professora de Química faltou?

— Cale a boca, Yugyeom. Vai "amarelar" mais uma vez?

O menino dá de ombros e se inclina para poder também ver. Momo tem os seus olhos curiosos presos ao grande grupo. O quê eles estariam fazendo?

A livestream transmitida no celular de um deles está carregando.

Carregando.

Na casa de Myoui Mina, sua mãe está do outro lado da linha:

— E como estão as coisas na consultoria, Mina?

— Está tudo bem sim, mãe. — mente.

— Me sinto feliz em ouvir isso. Nunca pensei que você fosse capaz de se dar bem fora do Japão... Digo, você sempre foi a minha filhinha. Sinto saudades todos os dias.

— Eu sei, mãe. Eu também sinto muitas saudades, de tudo. Queria comer o peixe gostoso que só a senhora sabe preparar, mas eu não tenho previsão de quando poderei ir visitá-la. Agora eu preciso ir, tenho que responder alguns e-mails.

— Tudo bem, Mina. Quando puder, me ligue novamente. Eu amo você.

— Também te amo, mãe. Até mais.

Desliga.

Mina suspira, dando voltas consigo mesma na cadeira giratória. Se sentia mal por não contar a verdade para a mãe, porém ela não tinha coragem de dizer. Acha que nunca diria.

Foi uma escolha, e está certa de que escolhas acontecem a todo momento.

Ela traz o seu notebook, deixando-o sobre a cama. Posiciona o ângulo da webcam, abrindo um pouco do roupão que veste. Suspira, fazendo login no site, aguardando para que em segundos o show começasse.

Não poderia saber quem estava do outro lado da tela, haviam muitos usuários ao redor do mundo. Com um lenço cobrindo parte do rosto, ela encara a câmera, em momentos sutis nos quais apenas a música lenta toma conta do lugar; Estava finalmente ao vivo.

Se deita sobre a cama, novamente levantando-se sem deixar de manter o olhar na pequena câmera. A batida viciante e nada melancólica prossegue, e a mulher movimenta seu corpo ainda sentada sobre a cama. Aumenta o tamanho de seu decote, e seria perceptível um sorriso naquele rosto outrora não houvesse sido coberto.

Hora de trabalhar.

gente o comeback em inglês tá lindo <3

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