sete

4.3K 343 83
                                    

— Vamos, Mark! Pare de fazer brincadeiras com seus amiguinhos. — Momo diz a frase usando o duplo sentido de seu sarcasmo.

— Já estou aqui, Hirai Momo. — Mark se dispede de Jinyoung e entra no carro. — Inclusive são as mesmas brincadeiras que você costuma brincar.

Momo revira os olhos e o garoto ri, colocando o cinto. Eles se encaminham para casa, cantando as músicas que escutavam no rádio. A garota suspira cansada ao finalmente chegar deixando o carro.

— Por quê esse semblante sério? Será que alguém gostaria de um suco de pêssego para se animar?

— Piada idiota, pai. — ela deixa sua mochila sobre o sofá, correndo para lavar as mãos na pia da cozinha.

— Quantas vezes eu tenho eu tenho que te dizer para não lavar as mãos na cozinha, Momo? Sua porquinha. — a mãe deixa algumas sacolas sobre o chão.

— Qual é, mãe? Estou com muita fome.

A garota se senta sobre a mesa, colocando alguns pedaços de bolo sobre um prato. Era o seu favorito: bolo de chocolate da senhora Kang. A mulher sorri ao vê-la encher a boca de uma vez e acabar se engasgando segundos depois, já era uma cena que estava acostumada a ver. Sua mãe cumprimenta a empregada, guardando dentro dos armários os pertences comprados.

— Como foi seu dia, princesa? A gênia da matemática atacou novamente? — o pai pergunta, dando um tapinha na cabeça da pequena.

— Ela não é nada demais, eu quem sou o deus dos números. Principalmente os de celulares das meninas. — Mark chega e ri da situação, se sentando à mesa.

— Vou dizer o número de quem você anda pegando...

— Cale a boca, você não sabe de nada.

— Já estão discutindo? Por Deus... Eu já tive um dia ruim na empresa, não me façam ter de colocá-los ajoelhados nos grãos de milho.

— Que horror, pai. — ela ri. — Você não teria coragem.

A conversa na mesa continua, e Momo não espera pela oportunidade de ameaçar contar alguns pequenos segredos de Mark. Seu sorriso sarcástico dizia os tipos de divertimentos que ele tinha na escola, tanto quanto as "meninas" das quais ele beijava. No caso, estas meio que fazem xixi em pé.

— Estou cansado, boa noite, eu preciso fazer alguns trabalhos. — o garoto se levanta, levando seu prato à pia.

— Eu também. Boa noite, mamãe e papai. — ele se levanta e dá um beijo em cada um antes de correr, afim de subir as escadas. Alcança Mark, abraçando-o por trás.

— Resolveu sair cedo, primo querido. O que será que vai fazer?

— Estou sem paciência para você hoje, tchau. — Ele caminha ao seu quarto, fechando a porta sem dizer mais nada.

— Otário. — A loira revira os olhos, andando mais alguns passos até o seu quarto. Momo inclina-se na ponta dos pés para alcançar a última prateleira, pegando para si o esmalte preto. Utilizando-o, pinta as unhas de todos os dedos com facilidade devido a prática.

Tendo os minutos se passado, ela recebe uma mensagem no celular. Ao observar a tela, nota que era pertencente a Chaeyoung, convidando-a novamente para a balada. Momo toca no ícone da mensagem com todo o devido cuidado para não borrar suas unhas ainda úmidas. Enquanto ela digita, Chaeyoung lhe informa que a tal noite seria naquele final de semana e não irão faltar. Momo lhe envia um emoji sorridente, aceitando, e questiona a mudança de data mas Chaeyoung nada mais lhe diz.

No outro dia, logo pela m alguém bate a porta quarto. A garota acorda assustada, vendo que ainda faltavam duas horas para ela descer e tomar seu café, amaldiçoando o ser infeliz que estava acordado numa hora daquela.

Assim que a abre, vê Mark com os olhos inchados e os cabelos bagunçados, ainda vestindo a camisa larga de dormir. Momo tampa os olhos.

— Vá vestir suas calças, que nojo, Mark.

— Pare de ser boba, só vim pedir uma coisa. Me empreste seu cabo USB. — Mark adentra o quarto, recebendo olhares desaprovadores de Momo. — Vamos, onde está?

— Eu não sei, eu quero dormir. — diz ainda sonolenta. — Para quê você quer isso?

— Eu tenho trabalho... de Biologia.

— Mark Tuan, nós estudamos na mesma sala. Eu estou com sono porém estou consciente.

— Achei. — Ele tira de uma prateleira alta o fio escuro, dando-lhe uma piscadela. — Agora minha madrugada vai estar completa. 

— Mark venha me explicar, o que está acontecendo...

Ele fecha a porta do quarto, dirigindo-se ao seu.

— Porra. — Momo fala baixinho.

A garota se deita novamente na cama, emburrada. Seria muito mais difícil para dormir, uma vez acordada àquele horário.  Esforça-se em ouvir algo vindo do quarto próximo, mas nada poderia concluir.

Enfim, após alguns minutos refletindo sobre tudo o que vivera naquele dia, cai no sono.

Myoui Mina edita por si só algumas fotos que colocaria em seu Instagram, num tédio mórbido. A imagem de Ren, do outro lado da tela do notebook, é transmitida pela chamada de vídeo, contudo ele não se encontrava numa situação muito diferente.

— Mina?

— Uh? — não fizera questão de lhe encarar, postando as fotos seminua.

— Quando será a próxima live? Os números estão abaixando durante a semana, e você sabe que não está rendendo. — Ren lhe diz sério, como um amigo. — Eu até tenho uma renda extra, mas e como você vai ficar?

— Ren, eu sei me virar.

— Você deveria arranjar um emprego de verdade, com carteira assinada. Não pode viver apenas chupando o pau dos outros.

— Obrigada, amigo. — boceja. — Eu acho que deveria, mas quem iria me empregar? Eu não sei fazer nada.

— Eu não diria isso, Mina, você é estrategista, uma vigarista nata.

— Muito obrigada por me chamar de pilantra com todas as letras. — a garota ri, passando a mão pelos cabelos. — Acho que vou dormir, até mais quatro olhos.

— Fale de tudo, mas esses meus óculos ficaram lindos.

Eles encerram, e Mina deita a cabeça na cama. Tenta dormir porém os pensamentos parecem gritar. Pensa no futuro e nas ações seguintes, tenta avaliar possibilidades e descobre que tem medo delas.

porn [mimo]Onde histórias criam vida. Descubra agora