oito

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Momo termina de escrever numa folha de papel, colocando os escritos na frente da geladeira. Ali, estava o endereço do local da festa e o número de celular de Chaeyoung, caso os pais não conseguissem entrar em contato com o da filha. Aquela era uma situação totalmente nova, a mãe estava muito empolgada pela filha estar saindo naquele fim de semana, porém o pai ainda carregava um velho espírito protetor. Ela dá um beijo no rosto dos dois antes de sair e começar a caminhar com Chaeyoung até o ponto de ônibus, e de acordo com ela naquela noite a pequena japonesa iria conhecer o gostinho da liberdade.

— É aquela, com o letreiro vertical azul.

Chaeyoung aponta o local, e elas caminham pela direção dali, observando alguns grupos de jovens e adolescentes que conversam alto e pareciam esperar alguém ou se decidir quanto a qual dos lugares ir. Momo se encanta pois haviam diversas baladas e casas noturnas na mesma rua, uma ao lado da outra. Por mais que entrassem naquela, estava certa de que a amiga daria um jeito para que fossem em pelo menos outras três.

— Veja e aprenda com a mestre do crime.

A loira une as sombrancelhas com o comentário da outra, mas continuam a andar até lá, parando na porta. O segurança pede identificação das duas, antes de comprarem a entrada. Momo prontamente lhe entrega o seu, e Chaeyoung faz o mesmo, batendo o pé impaciente ao vê-lo analisar.

— Ela está comigo, fique tranquilo. E aqui está o comprovante de pagamento também.

— Hirai Momo e Park Minkyung?

O segurança pergunta e ambas respondem com um sim feito por assentir com a cabeça. Ele entrega-nas os documentos, liberando a passagem, e estas caminham pelo local adentro.

— Alguma instrução, senhora Park Minhyung?

— Park Minkyung. — Chaeyoung corrige e ri baixo. — Apenas curta o momento e só beba o que eu te der.

Momo ouve tudo com atenção, mas não faz mais perguntas pois já adentravam a pista de dança e a música era alta. A amiga puxa a sua mão, para que dançassem juntas qualquer coisa que parecesse fazer sentido ao ritmo da música, e aquilo divertia Momo. Mesmo que esbarrasse em muita gente, ninguém parecia se importar, e apenas levar o espírito de curtir a festa. A sensação era tão boa que ela não queria sair dali nunca mais.

— Eu quero sair daqui agora. — Mina diz com os braços cruzados, observando Ren fumar tranquilamente um cigarro de maconha.

— Pare de dar chilique, você ouviu o cara do bar. O gerente vai chegar e nós conversamos com ele.

— Talvez não tenha sido uma boa ideia estar aqui. — Seus olhos vão desde a pista de dança até a parte mais próxima, donde mulheres seminuas serviam algumas mesas.

— O acordo é o seguinte, você trabalha, ganha a gorjeta que conseguir, e aproveitamos para perguntar se por aqui não rola um outro tipo de renda extra se é que me entende.

— Nós estamos esperando esse filho da puta já se fazem duas horas, eu estou cansada. — Ela se vira ao balcão, fazendo sinal para que o barman viesse. — Me vê mais uma cerveja.

— Vou querer dois shots... daquele amarelo. — Chaeyoung se aproxima e também faz seu pedido, aguardando.

— Melhore essa cara, Mina. Nós vamos conseguir, e sabe que será uma renda complementar às lives. — Ren diz mas nada daquilo funciona; Chaeyoung ouvia.

Mina abre sua cerveja, dando um longo gole de olhos fechados. Volta a olhar tediosa para o seu redor.

— Devia ouvir seu amigo, aqui é um lugar para curtir. — Chaeyoung se vira para a garota. — Vamos lá, vamos fazer um jogo para animar. Jokenpo, e quem perder paga a bebida da outra, o que acha?

— Acho uma merda.

— Eu quero jogar. — Ren sorri largo, dando tapinhas no braço da amiga. — Vai ser divertido, Mina.

Ela responde com um revirar de olhos. Chaeyoung levanta o punho, preparando-se para brincar.

— Joken... po!

Ela faz tesoura com a mão, e o garoto papel. Primeira vitória.

— Mas será o meu caralho? — Ren reclama, dando mais uma tragada. A menina, desconhecida até então, ri.

— Joken... po!

Novamente Chaeyoung vence.

— Ren, você parece idiota, deixe que eu faço isso.

Mina se ajeita no banco, inconformada pelo garoto ter perdido as duas primeiras vezes. Olha nos olhos da outra, preparada.

— Joken... po!

Mina fez pedra e Chaeyoung papel. Mas que pirralha filha de uma...

Parece que já temos um vencedor. — A menor diz num tom debochado, o que faz Mina bufar e abrir sua carteira.

— Aqui, cobre a minha junto, senhor. Até nunca mais. — Ela deixa sobre o balcão das bebidas uma que pega rapidamente da carteira, enfiando-a na bolsa novamente.

— Calma, não era para tanto. Foi só uma brincadeira, aonde estão indo?

— Vá para o inferno. — Mina diz já de costas, puxando para fora da boate um Ren confuso e que tentava entender a situação a todo o custo.

Em poucos segundos, Momo chega, abanando-se por ter ficado dançando até aquele momento. Senta-se ao lado de Chaeyoung.

— Você demorou e eu vim ver onde estava.

— Ganhei uma aposta com uma mulher super gata aqui, pena que ficou brava e foi embora. Eu deveria ter pedido um beijo. — A morena faz um biquinho, levando o copo até a boca.

— O quê você ganhou da aposta?

— Dinheiro para bebermos o que quisermos, basicamente. Deixe na sua bolsa, depois pegamos de volta. — Ela diz, colocando na bolsa da amiga que trazia consigo, o valor que havia ganho ali.

A noite apenas melhorava. Cada vez mais.

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