Capítulo 5

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Na segunda feira acordei cedo para ir correr, mas não antes de mandar uma mensagem para a Isabela, perguntando sobre o Theo e pedindo uma foto dele. Como havia deixado o celular no apartamento, só conferi sua resposta quando voltei da corrida. Havia fotos dele dormindo e também acordado, o que não era surpresa para tão cedo da manhã. Aquilo me deu um estimulo maior para ir trabalhar, apesar da saudade que apertava meu peito de uma forma horrível. Achava que a falta da Alice era ruim, mas não chegava aos pés da dor sufocante de estar longe do Theo.


Depois de um dia longo na empresa, fui para casa louco para tomar um banho e cair na cama. As aulas na faculdade retornavam hoje, mas eu não tinha condições e nem concentração para ir assisti-las. Peguei meu celular, vendo que minha mãe havia ligado à tarde e depois me questionou, por mensagem, meu sumiço no final de semana. Suspirei pesado e escrevi alegando estar com muito trabalho, mas que depois passaria em sua casa, mesmo que ainda não soubesse como agir após as descobertas.


Jantei, me deitei na cama, sentindo a saudade do Theo esmagar meu peito de uma forma destruidora e tudo o que eu queria era pelo menos uma chamada de vídeo para vê-lo. Hesitei por um tempo, até mandar mensagem para a Isabela, implorando por aquilo.


De repente a tela do celular apareceu a chamada de vídeo e imediatamente eu aceitei, já tendo a visão do Theo em frente a câmera, com aqueles olhos puxados me encarando. Abri um sorriso largo, ouvindo no fundo a voz da Isabela falando qualquer coisa.

— Cara, que saudades... — Suspirei após um tempo e então a câmera focou nela.

— Você nem está me ouvindo — Isabela resmungou, franzindo a testa.

— Desculpa, não... — Admiti, apertando os lábios.

— Perguntei como você está — Ela informou, dando de ombros e eu apenas assenti lentamente.

— Estou bem — Murmurei — Bem feliz após o dia de ontem que esse moleque aí... — Falei com um sorriso nos lábios.

— E em relação a vocês? — Ela questionou com cautela e então eu me mantive calado, mordiscando a parte interna da minha bochecha — Timi... — Ela estalou a língua.

— Eu estou muito magoado, Isabela — Respondi — Sei que Alice teve os motivos dela, mas eu não me sinto pronto para perdoá-la. Eu não sei fingir que aceitei tudo, enquanto eu ainda mantenho o mesmo pensamento. Ela foi egoísta em certa parte e ainda está doendo bastante — Calei-me por uns instantes — Nesse momento só quero poder ficar com o Theo e quanto mais afastado eu estiver dela, para mim será melhor.

— Tudo bem... — Ela concordou de forma lamentosa — É porque eu sei que vocês se gostam e tem uma criança no meio, então...

— Mas isso não vai interferir em nada meu contato com ele — Me adiante em responder, franzindo a testa.

— Oi, o que está fazendo? — A voz da Alice ecoou no quarto e assim que ela se sentou ao lado da irmã, me vendo na tela do celular, seu sorriso se desfez e sua feição ficou séria — Ah, oi Marcelo — Murmurou.

— Oi — Falei secamente — Hã, Isabela, eu vou dormir. Meu dia hoje foi pesado. Amanhã nos falamos.

— Certo, Timi — Ela disse com um suspiro audível — Boa noite.

— Boa noite — Assenti e desliguei a ligação.


***

Sem legenda - Parte 2 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora