Como (não) dizer adeus

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Encarei mamãe completamente pasmo com as palavras que ela disse, sentindo meu coração doer de uma forma absurdamente horrível.

– O que? – Indago com as mãos trêmulas – Isso é algum tipo de brincadeira?

– Bem que eu queria que fosse – Hani suspirou – Onde o Wonnie está?

Antes que eu pudesse responder Hyungwon aparece coçando os olhos de forma que seria adorável ao meu ver se não estivesse com um bolo na garganta e os olhos cheios de lágrimas.

– Hyung o que houve? – Ele encara as três figuras paradas na porta e arregala os olhos – Junmyeon?

– Olá Hyungwonie, quanto tempo, não? –O homem de quarenta anos sorri maldoso enquanto respondia, e eu soube naquele mento quem ele era – Preparado para voltar para casa?

O antigo dono de Hyungwon.

–Pensei que me odiasse – O Chae diz com o semblante sério – Mas parece que ao vir atrás de mim você provou o contrário.

– Sabe Chae, você até que era útil apesar de ser só uma coisa renegada – Riu – Achou mesmo que iria ser feliz ao lado desse aí? O quão ingênuo você é a ponto de pensar que nunca mais me veria?

– Cale a boca! – Vocifero – Você não tem o direito de falar com ele assim.

– Eu sou dono dessa coisa, falo com ele do jeito que eu quiser – Retrucou e eu quis socá-lo por isso.

– Hyungwonie não é uma coisa, ele não pode ser tratado assim! – Eu estava irado, não deixaria ninguém tirar o meu Wonnie de mim.

– Tecnicamente ele é uma coisa, e se o senhor não o devolver para o real dono será preso por sequestro – O policial diz e ouço o híbrido suspirar e caminhar até a porta, sendo barrado na metade do caminho por mim.

– Hoseokie não faz isso – Ele tenta me afastar, sem sucesso – Não há nada que você possa fazer hyung, eu vou ficar bem.

– Não! – Nego abraçando seus ombros e escondendo meu rosto em seu pescoço, deixando as lágrimas correrem livres pelos meus olhos – Eles não podem te levar.

– Sim, eles podem – O acastanhado levanta meu rosto – Eles sempre fazem isso, nós híbridos não somos nada mais que bichinhos de estimação.

– Você é muito mais que isso pra mim – Sussurro encarando-o nos olhos.

– Eu sei – Ele diz na mesma tonalidade – Você também é muito mais pra mim – Exclamo surpreso quando sinto seus lábios em contato com minha testa – Fica bem, tá?

– Eu nunca vou desistir de você – Entrelaço nossas mãos – Eu vou lutar, vou fazer o que for preciso por você, eu prometo, por favor espere por mim...

– Eu vou – Ele diz e se afasta caminhando até seu dono sem olhar para trás e sem dizer adeus.

Depois de alguns segundos a porta se fecha, e eu fecho os olhos com força podendo ouvir meus soluços de longe.

– Hoseokie... – Minha progenitora se aproxima de mim e me abraça forte, e eu retribuo, chorando em seus braços como uma criança assustada – Eu sinto muito.

– Como isso aconteceu? – Enxugo as lágrimas respirando fundo em seguida – A senhora disse que tinha dado um dinheiro para ele em troca do Hyungwonie, então por que ele voltou?

– Eu menti – Confessou mexendo nos seus fios de cabelo com uma expressão de culpa no rosto – Fiz besteira filho, assim que ele saiu para o suposto trabalho eu ajudei o Hyungwon a arrombar a porta para ele sair, sem ninguém ver.

– E como te descobriram? – Pergunto, teria rido da sua confissão se não estivesse com uma puta vontade de chorar até toda a água do meu corpo acabar e eu ter uma morte lenta e dolorosa.

– Aquela fofoqueira da Seulgi contou tudo quando a polícia bateu na porta dela, mais boca aberta que ela não tem – Resmungou minha mãe muito brava.

Shin Hani odeia nossa vizinha desde que eu me entendo por gente, e o sentimento é recíproco, tanto que quando ainda morava em Anyang constantemente presenciava troca de farpas entre as duas.

– Tinha que ser – Suspiro me encostando no sofá – Eu já estou com saudades do Wonnie.

– Mas é muito amor mesmo né – Riu a mulher e eu me engasguei – Nem precisa dizer nada, eu apoio com certeza.

– Mãe! – Digo envergonhado – A gente não tem nada.

– Aham Hoseok, e eu sou a Lady Gaga né? – Brincou e eu revirei os olhos bufando – Meu filho, você está caidinho por ele.

– Não estou não – Escondo o rosto no travesseiro – Você está inventando coisas!

– Sim claro, eu estou... – Riu baixinho e logo ficou séria novamente – Temos que encontrar um meio de trazer Hyungwon de volta.

– Como mamãe? – Encaro o teto tentando pensar em alguma coisa – Estamos em desvantagem, já que supostamente sequestramos ele, e mesmo se o Chae fosse depor não o ouviriam porque ele é "uma coisa".

– Eu sei de alguém que pode ajudar – Ela sorri largamente – Pegue o telefone, preciso fazer uma ligação.

(...)

– Espero que seja um bom motivo para ter me ligado em pleno um sábado – Diz com uma cara de tacho assim que abrimos a porta.

– Ah sim, é um ótimo motivo – Retruca mamãe puxando o homem para dentro – Jihoon precisamos muito da sua ajuda.

Lee Jihoon – mais conhecido como Woozi – era um advogado muito conhecido da nossa família, e um dos melhores amigos de mamãe. Apesar do seu tamanho e sua aparência extremamente fofa era ótimo no que fazia

– Em que? – Ele franze a testa parecendo não querer estar ali – Soonyoung e eu prentendíamos ficar o dia todo sem fazer nada, sabe?

– Que pena, você e o Hoshi podem fazer isso depois – Responde Hani curta e grossa – Você se lembra daquele híbrido que eu meio que ajudei a fugir do antigo dono?

– Sim, e eu me lembro também de ter dito que daria muita merda – Woozi diz – E pela sua cara, parece que eu acertei.

– Precisamos que você nos ajuda a trazer ele de volta – Digo – O antigo dono dele vivia o maltratando, não podemos deixá-lo nas mãos daquele escroto.

– Bem, vai ser um processo extremamente demorado pois precisa ser bem feito, caso contrário dará muito errado – Cruzou as mãos – Vocês têm certeza de que querem mesmo fazer isso?

Assentimos simultaneamente.

Eu iria ter Hyungwon de volta, demorasse o tempo que fosse preciso.

Como (não) cuidar de um gato .2won {chw + shs}Onde histórias criam vida. Descubra agora